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A Revista TÊNIS testou cordas híbridas em sua raquete e mostra aqui o resultado
APESAR DE TODOS SABEREM que são as melhores que existem, jogar com tripas naturais é para poucos. Por serem frágeis e caras, tê-las no encordoamento cotidiano é proibitivo. No entanto, há uma opção de “meio termo”: jogar com cordas híbridas. Ou seja, com dois filamentos diferentes, um na vertical e outro na horizontal.
Uma das alternativas mais usadas – principalmente por profissionais – é colocar uma tripa natural nas “crosses” (horizontal) e um polímero mais durável nas “mains” (vertical). Isso, na teoria, faz com que você tenha maior conforto e potência do que se encordoasse com 100% polímero, sem perder muito no quesito durabilidade. Diante disso, encordoamentos híbridos vêm proliferando e sendo indicados até para tenistas amadores.
Como jogador de nível intermediário/avançado, entre terceira e quarta classe, na faixa dos 30 anos, e que usa uma raquete de perfil fino, com pouco mais de 300 gramas, creio que represento uma enorme gama de tenistas que certamente estão se perguntando se vale a pena apostar no hibridismo. Dessa forma, resolvi fazer o teste para avaliar as diferenças entre jogar com uma híbrida e jogar com um polímero convencional.
Com um set da Babolat VS, a mais famosa tripa natural, fui a uma loja para encordoar a raquete. Pedi que fizessem uma “cama de tripa”, na horizontal, e colocassem a Babolat RPM Blast (com a qual costumo jogar sempre) na vertical, ambas com a mesma tensão. Uso 57 libras, valor alto demais para um amador, reconheço, mas é difícil largar velhos hábitos. Admito, porém, que venho tentando baixar a tensão aos poucos, assim como já troquei de raquete por uma mais leve recentemente (e percebi melhoras nas dores no braço sem prejuízo para o meu estilo de jogo, ou seja, não me arrependo e ainda aconselho quem está na dúvida a fazer o mesmo).
Encordoamento híbrido pronto, deixei minha raquete reserva com 100% polímero (RPM Blast) para poder comparar. Para testar com mais propriedade, reservei três dias de treinos longos, cerca de duas horas ou mais em quadra. No primeiro dia, “revezei” as raquetes, alternando momentos do treino com uma e com a outra. No segundo, usei apenas a raquete encordoada com polímero. No terceiro, apenas a com a híbrida.
No primeiro dia, alternando entre uma raquete e outra durante o treino, a primeira impressão foi a de ganho de potência com a híbrida. Nenhuma diferença exorbitante, contudo. Diria coisa de menos de 10%. Ou seja, as bolas ficaram levemente mais profundas, nada mais. No lado do conforto, pouco pude notar. Ao final do terceiro dia, no entanto, depois dos treinos, a questão do conforto pareceu mais evidente.
Ficar longo período dentro da quadra fatiga o braço, isso é notório, mas com o encordoamento híbrido, ao fim do treinamento do terceiro dia, o músculo pareceu menos cansado, menos dolorido (vale lembrar que os treinos tiveram intensidade semelhante) do que com o polímero. Ainda assim, a diferença foi bastante sutil
Diante disso, é difícil recomendar o uso de cordas híbridas para amadores deste nível, especialmente os que não têm uma frequência de jogo/treino alta (mínimo de três vezes por semana), pois, apesar do ganho, ele é pequeno, por vezes imperceptível e, como a tripa natural é cara e – mesmo na horizontal – quebra facilmente, não vale a pena. Essa alternativa só começa a ser interessante para quem joga com bastante frequência, porque a questão do conforto passa a fazer diferença a “longo prazo”. Explico, quanto mais tempo em quadra, mais o braço é exigido por esforço e vibrações. Portanto, com uma corda mais macia, esse desgaste demora mais para ocorrer.
Vale ressaltar que encordoamentos híbridos são eficientes para tenistas de alto nível, incluindo juvenis que estão visando o tênis profissional. Para eles, essa mistura entre cordas, sim, vale a pena. Para o amador convencional, no fim das contas, isso só vai encarecer o serviço do encordoamento.
Publicado em 17 de Março de 2014 às 00:00
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