Rumo ao top 100

Série de Challengers da Copa Petrobras alavancou a carreira de muitos tenistas nas últimas quatro temporadas


Em seu quinto ano, a Copa Petrobras pode dizer, com segurança, que está atingindo seu objetivo principal: criar oportunidades para que os tenistas alcancem o top 100. Neste período, muitos jogadores – desde promessas do esporte até atletas experientes – usaram a série de Challengers na América do Sul para ganhar preciosos pontos no ranking.

A Copa Petrobras impulsionou a carreira de jovens talentos como os argentinos Juan Martin del Potro, Carlos Berlocq e Maximo Gonzalez, do sérvio Boris Pashanski, do uruguaio Pablo Cuevas, do italiano Fabio Fognini, do espanhol Marcel Granollers, e também dos brasileiros Thomas Bellucci, Rogério Dutra Silva e João Souza. Além disso, deu novo ânimo a tenistas mais experientes como Marcos Daniel, Sergio Roitman, Juan Pablo Guzman, Diego Hartfield, Nicolas Devilder, Santiago Ventura e Nicolas Lapentti. E, por fim, serviu de ponto de partida para a recuperação de Guillermo Cañas e Mariano Puerta.

Em 2008, futuras promessas e jogadores experientes devem novamente buscar os importantes pontos das cinco etapas da Petrobras: em Bogotá, na Colômbia; Aracaju, Brasil; Assunção, Paraguai; Montevidéu, Uruguai; e Buenos Aires, Argentina. Para os jovens que souberem aproveitar suas chances, pode ser o começo de uma carreira de sucesso ou, quem sabe, um belo reinício para os tenistas mais experientes.

Os Challengers desta série possuem premiação de US$ 75 mil e pontuação equivalente à de um evento de US$ 100 mil (70 pontos para o campeão), por ofereceram hospedagem aos atletas. No fim das cinco etapas, haverá novamente o Torneio dos Campeões, com prêmio de US$ 100 mil. Historicamente, os tenistas da Argentina são os que mais souberam aproveitar a Copa Petrobras. Das 21 etapas nos últimos quatro anos, 10 foram vencidas por argentinos. Entre os brasileiros, Marcos Daniel (duas vezes), Júlio Silva e Franco Ferreiro já venceram torneios da série. Depois, seguem os espanhóis Oscar Hernandez e Santiago Ventura. Por fim, Áustria, Sérvia, França, Equador e Paraguai aparecem com um título cada país.

A Copa Petrobras é uma porta de entrada ao top 100 e aos grandes torneios de ATP. Os Futures são os eventos de premiação e pontuação mais baixas e um jogador de sucesso nesta primeira fase do profissionalismo só poderá atingir um ranking por volta do 300º lugar, com pouco mais de 100 pontos. Nesta posição, ele já começa a ingressar nos Challengers. Mas, para superar essa marca, ele precisa se dar bem nos Challengers e aí a importância da Copa Petrobras. Com 500 pontos, um tenista se assegura no top 100, ou seja, boas campanhas nesta série sul-americana podem garantir um lugar dentro do grupo dos 100 melhores ou próximo dele. Se alguém conseguisse vencer as cinco etapas somaria 350 pontos, por exemplo. Sendo assim, muitos tenistas já foram bem sucedidos nesta “alavanca” que é a Copa Petrobras, confira alguns exemplos a seguir.

Quem já se deu bem na Petrobras?
Em 2004, o experiente argentino cumpriu suspensão por doping até julho e caiu muito no ranking, para baixo do 400º lugar. Porém, voltou com tudo e ganhou dois títulos na Copa Petrobras, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, e Guadalajara, México, além de fazer final em Bogotá. Por tudo isso, o forte canhoto terminou o ano perto do top 100 e, no ano seguinte, foi vice em Roland Garros. Porém, foi pego no anti-doping novamente.

Nicolas Lapenti
O equatoriano soube aproveitar os torneios da Petrobras em 2004. Após ter saído do top 100 em julho, Lapentti venceu a etapa brasileira e fez final no Chile e no México. Com isso, de 175º quando começou a série de Challengers, parou em 122º no fim do ano. Assim, ele pôde retornar ao grupo dos 100 melhores em 2005.


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Boris Pashanski
O sérvio começou 2005 numa crescente no ranking. Quando iniciou a Copa Petrobras, ele já era 118º. Com o título em Aracaju e o vice em Montevidéu, Pashanski entrou pela primeira vez no top 100.

COPA PETROBRAS 2008

DATAS PAÍSES PREMIAÇÃO
22 a 28/set Bogotá, COL US$ 75.000 + H
29/set a 5/out Aracaju, BRA US$ 75.000 + H
6/out a 12/out Assunção, PAR US$ 75.000 + H
13 a 19/out Montevidéu, URU US$ 75.000 + H
20 a 26/out Buenos Aires, ARG US$ 75.000 + H
Torneio dos Campeões
4 a 8/dez Brasil US$ 100.000
fotos: Copa Petrobras/divulgação

Guilermo Cañas
Após quase um ano suspenso por doping, Cañas voltou a jogar no fim de 2006 e, com três títulos nos torneios da Petrobras (Montevidéu, Buenos Aires e Assunção), terminou o ano já entre os top 150. Na temporada seguinte, voltou ao top 20 facilmente.

Sergio Roitman
O argentino havia sido top 100 pela primeira vez em agosto de 2006. Contudo, foi com a Copa Petrobras que ele se firmou neste grupo. Com a vitória em Aracaju, ele terminou a temporada em 72º. No fim do ano passado, mesmo já entre os 100 primeiros, Roitman jogou a etapa de Buenos Aires e venceu.


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Marcos Daniel
O gaúcho é outro que já se valeu da série de Challengers patrocinada pela Petrobras, especialmente em duas ocasiões. A primeira em 2005, quando venceu a etapa de Bogotá e estreou no top 100. A outra, no ano passado, quando ganhou novamente na Colômbia e foi vice na Argentina. Com isso, de 213º ao início da série, passou a 118º no fim da temporada e, em 2008, voltou ao top 100.


Guilermo Cañas
Em 2005, o argentino foi bem nas etapas do Uruguai (fez semi) e Brasil (quartas) e isso o impulsionou ao top 200 pela primeira vez na carreira. E, recentemente, em julho de 2008, Maximo Gonzalez se tornou top 100.

Diego Hartfield
Hartfield tem história na Copa Petrobras. Em 2004, ele fez semifinal no México e isso o ajudou a entrar para o top 400. Em 2005, com boas campanhas (incluindo quartas no Chile) ficou perto do top 200. Em 2006, ganhou em Bogotá e fez quartas em Assunção. E terminou o ano perto do top 100. Em fevereiro do ano seguinte, atingiu o seleto grupo.

Marcel Granolers
Ao lado de seu compatriota Santiago Ventura, Marcel Granollers fez três finais na Petrobras em 2007, vencendo uma. Em simples, perdeu a final em Montevidéu para seu parceiro de duplas e em Belo Horizonte para Nicolas Devilder. Os bons resultados em simples o deixaram próximo do top 100 no fim do ano, feito que ele alcançou logo em março de 2008. Em duplas, o espanhol se manteve entre os 100 melhores, posição que atingiu em 2006, também devido a boas campanhas na Copa Petrobras.
fotos: Copa Petrobras/divulgação

Juan Pablo Guzman
O argentino canhoto e experiente fez belas campanhas na Copa Petrobras em seu ano de estréia (2004), com semifinais no Chile e no México e quartas no Brasil. Com isso, se manteve entre os 200 do mundo.

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Campeões de 2004

Santiago, Chile
Oscar Hernandez (ESP) v. Nicolas Lapentti (ECU) 7/6(4) e 6/4
Enzo Artoni (ITA) e Inácio King (ARG) v.
Brian Dabul e Damian Patriarca (ARG) 6/3 e 6/0

Buenos Aires, Argentina
Oliver Marach (AUT) v. Diego Moyano (ARG) 6/2 e 6/3
Enzo Artoni (ITA) e Inácio King (ARG) v.
Victor Ionita e Gabriel Moraru (ROU) 7/5 e 6/3

Santa Cruz de la Siera, Bolívia
Mariano Puerta (ARG) v. Franco Ferreiro (BRA) 6/7(5), 6/4 e 6/3
Enzo Artoni (ITA) e Inácio King (ARG) v.
Victor Ionita e Gabriel Moraru (ROU) 6/3 e 6/1

Bogotá, Colômbia
Ramon Delgado (PAR) v. Mariano Puerta (ARG) 6/4 e 7/5
Sergio Roitman (ARG) e Santiago Ventura
(ESP) v. Richard Barker (GBR) e Frank Moser (GER) 7/5 e 6/4

Aracaju, Brasil
Nicolas Lapentti (ECU) v. Júlio Silva (BRA) 6/2 e 6/2
Enzo Artoni (ITA) e Inácio King (ARG) v.
Juan Pablo Guzman (ARG) e Santiago Ventura (ESP) 6/4 e 6/2

Guadalajara, México
Mariano Puerta (ARG) v. Nicolas Lapentti (ECU) 6/0 e 6/2
Santiago Gonzalez e Alejandro Hernandez (MEX) v. Ruben Ramirez Hidalgo (ESP) e Sergio Roitman (ARG) 7/6(5), 1/6 e 6/3

Thomaz Belucci
A jovem promessa do tênis brasileiro vinha em ritmo bom em 2007 e não foi diferente na Copa Petrobras. Com quartas na Colômbia e semifinal na Argentina, Bellucci entrou para o top 200 pela primeira vez durante a série de Challengers sul-americana. No ano seguinte, rompeu o top 100.

João Souza
Feijão participou de três etapas em 2007. Passou o qualifying em Bogotá e chegou às quartas. Em Belo Horizonte e Assunção, não teve sorte e caiu na estréia. Mas, no fim do ano, o garoto já era quase top 300. Atualmente, beira os 200 primeiros.



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Pablo Cuevas
Com as quartas-de-final no Uruguai e na Argentina, no ano passado, o jovem uruguaio se estabeleceu próximo ao top 100 e rompeu a barreira no começo desta temporada. Também em 2007, ele e o peruano Luis Horna ganharam duplas em Montevidéu. O bom entrosamento valeria o título de Roland Garros em 2008.

Campeões de 2005

Bogotá, Colômbia
Marcos Daniel (BRA) v. Daniel Koellerer (AUT) 6/2 e 6/3
Marcos Daniel (BRA) e Santiago Gonzalez (MEX) v.
Marcelo Melo (BRA) e Frederico Gil (POR) 6/2 e 7/5

Santiago, Chile
Júlio Silva (BRA) v. Ruben Ramirez Hidalgo (ESP) 6/2 e 6/3
Daniel Koellerer e Oliver Marach (AUT) v.
Lucas Ker (ARG) e Giovanni Lapentti (ECU) 6/4 e 6/3

Montevidéu, Uruguai
Juan Martin del Potro (ARG) v. Boris Pashanski (SRB) 6/3, 2/6 e 7/6(3)
Brian Dabul e Damian Patriarca (ARG) v.
Daniel Koellerer e Oliver Marach (AUT) 6/0 e 6/4

Aracaju, Brasil
Boris Pashanski (SRB) v. Nicolas Lapentti (ECU) 7/6(9) e 7/5
Maximo Gonzalez e Sergio Roitman (ARG) v. Carlos Berlocq e Martin Vassalo Arguello (ARG) 6/4, 6/7(7) e 6/3

Buenos Aires, Argentina
Carlos Berlocq (ARG) v. Diego Hartfield (ARG) 7/5, 3/6 e 6/4
Lucas Ker e Sebastian Prieto (ARG) v.
Ruben Ramirez Hidalgo e Santiago Ventura (ESP) 6/0 e 6/4


Carlos Berlocq
O debute de Berlocq no top 100 também foi durante a Copa Petrobras. Em 2005, a semifinal que alcançou na Colômbia alçou-o ao 99º posto. Com mais uma semi, no Brasil, e o título na Argentina, ele terminou o ano entre os 80 primeiros. No ano seguinte, o argentino voltou a cair no ranking, mas, com boas campanhas na série de Challengers sul-americana, teve fôlego para voltar ao top 100 no início de 2007.

fotos: Copa Petrobras/divulgação

Fabio Fognini
Uma semifinal no Paraguai, outra na Argentina e quartas no Uruguai fizeram com que o talentoso italiano assumisse um lugar no top 100 pela primeira vez em meio à disputa da série de Challengers sul-americanos em 2007.


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Nicolas Devilder
Com a semifinal da etapa de Montevidéu em 2006, o francês canhoto atingiu o top 100 pela primeira vez na carreira. No ano passado, Devilder voltou a disputar a Petrobras e ficou com o título em Belo Horizonte. Nesta temporada, retornou ao grupo dos 100 primeiros.

Campeões de 2006

Bogotá, Colômbia
Diego Hartfield (ARG) v. Daniel Koellerer (AUT) 6/3 e 7/5
Marcelo Melo e André Sá (BRA) v.
Eric Nunez (USA) e Jean-Julien Rojer (AHO) 6/4 e 7/6(5)

Montevidéu, Uruguai
Guillermo Cañas (ARG) v. Nicolas Lapentti (ECU) 2/6, 6/3 e 7/6(3)
Sergio Roitman e Maximo Gonzalez (ARG) v.
Guillermo Cañas e Martin Garcia (ARG) 6/3 e 7/6 (5)

Aracaju, Brasil
Sergio Roitman (ARG) v. Boris Pashanski (SRB) 6/1 e 6/3
Maximo Gonzalez e Sergio Roitman (ARG) v.
Thomas Behrend (GER) e Marcel Granollers-Pujol (ESP) 7/6(6), 3/6 e 10/6

Buenos Aires, Argentina
Guillermo Cañas (ARG) v.
Martin Vassallo Arguello (ARG) 6/3 e 6/4
André Ghem e Flávio Saretta (BRA) v.
Thomas Behrend (GER) e Marcel Granollers (ESP) 6/1 e 6/4

Assunção, Paraguai
Guillermo Cañas (ARG) v.
Flávio Saretta (BRA) 6/4 e 6/1
Thomas Behrend (GER) e André Ghem (BRA) v.
Carlos Berlocq e Martin Vassalo Arguello (ARG) 3/6, 6/3 e 10/3

Torneio dos Campeões
Rio de Janeiro, Brasil
Guillermo Cañas (ARG) v.
Younes El Aynaoui (MAR) 6/7(1), 6/4 e 10/5


Juan Martin del Potro
Uma das grandes promessas do tênis argentino, del Potro foi campeão da etapa de Montevidéu em 2005. Ainda fora do top 200, o jovem ficou em 157º ao final da Copa Petrobras daquele ano. Em 2006, o argentino seria top 100, aos 17 anos.

Santiago Ventura
O espanhol venceu a etapa de Montevidéu em 2007 e, com isso, voltou ao top 100. Ele já havia disputado a Copa Petrobras em anos anteriores sempre com boas presenças, especialmente nas duplas. Aliás, nesta modalidade, ele fez três finais no passado, ganhando uma e também se fixando entre os 100 primeiros do ranking de duplas.
fotos: Copa Petrobras/divulgação

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Rogério Dutra Silva
O paulista vinha em plena ascensão no ranking em 2006 e disputou três etapas da Copa Petrobras. Na primeira, em Bogotá, passou o quali e desbancou o cabeça 1, Nicolas Lapentti. Em Aracaju, como convidado, esteve próximo de tirar o cabeça 4, Thiago Alves. E, por fim, em Assunção, mandou o cabeça 6, Gorka Fraile, mais cedo para a casa. No ano seguinte, Rogerinho ficaria próximo de entrar para o top 200.


Campeões de 2007

Bogotá, Colômbia
Marcos Daniel (BRA) v. Santiago Giraldo (COL) 7/6(3) e 6/4
Thomaz Bellucci e Bruno Soares (BRA) v.
Santiago Ventura e Marcel Granollers (ESP) 6/4, 4/6 e 11/9

Belo Horizonte, Brasil
Nicolas Devilder (FRA) v.
Marcelo Granollers (ESP) 6/2, 6/7(4) e 7/6(6)
Santiago Ventura e Marcel Granollers (ESP) v.
Adrian Garcia (CHI) e Leonardo Mayer (ARG) 6/3 e 6/3

Montevidéu, Uruguai
Santiago Ventura (ESP) v. Marcel Granollers (ESP) 4/6, 6/0 e 6/4
Pablo Cuevas (URU) e Luis Horna (PER) v.
Santiago Ventura e Marcel Granollers (ESP) WO

Assunção, Paraguai
Franco Ferreiro (BRA) v.
Martin Vassallo Arguello (ARG) 6/4 e des.
Carlos Berlocq e Martin Vassallo Arguello (ARG) v.
Adrian Garcia (CHI) e Bartolome Salva Vidal (ESP) 7/5, 6/7(5) e 13/11

Buenos Aires, Argentina
Sergio Roitman (ARG) v. Marcos Daniel (BRA) 6/1 e 6/4
Marcelo Melo (BRA) e Sebastian Prieto (ARG) v.
Brian Dabul e Maximo Gonzalez (ARG) 6/4 e 7/6(0)

Torneio dos Campeões
Aracaju, Brasil
Nicolas Massú (CHI) v. Sergio Roitmn (ARG) 6/7(4), 6/4 e 6/4


Da redação

Publicado em 28 de Agosto de 2008 às 12:18


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Artigo publicado nesta revista