Diário do US Open
Complemento das quartas de final da chave masculina e rodada de duplas são as atrações do dia
Depois de dois dias chuvosos, o sol voltou a aparecer em Nova York e possibilitou a continuação do US Open, que corre para manter seu cronograma até a próxima segunda-feira, que pelo quarto ano consecutivo será a data da decisão masculina.
Em um dia em que as principais estrelas estiveram em quadra ao mesmo tempo, não houve espaço para surpresas. Rafael Nadal voltou com força total depois da paralisação na última quarta-feira quando perdia para o luxemburguês Gilles Muller com uma quebra atrás no primeiro set.
Depois de perder os três games disputados na quarta-feira, Nadal voltou a quadra para reverter o placar. |
Porém, o Touro Miúra voltou em ritmo frenético e, depois de levar a melhor no tie-break na primeira parcial, o atual campeão em Nova York sobrou em quadra e não demorou para carimbar sua vaga às quartas de final com um tranquilo 3 a 0. Poucos minutos antes, Andy Murray confirmava seu favoritismo contra o ex-número 1 do ranking juvenil, Donald Young. A esperança norte-americana não pode fazer muito diante do alto nível do britânico, que mostra estar com fome de quebrar seu jejum nos Grand Slams.
Na quadra 17, o gigante John Isner conseguiu pela primeira vez uma vaga nas quartas de final de um Slam. Rei dos tie-breaks em Flushing Meadows, com seis vitórias e nenhuma perda, Isner levantou o público na nova quadra passou por Gilles Simon, algoz de Ricardo Mello e Juan Martin Del Potro após uma batalha de três desempates e quatro sets.
Isner avança pela primeira vez às quartas de final de um Slam |
O outro americano que se garantiu entre os oito melhores foi Andy Roddick, campeão ali há oito longos anos. Programado para jogar no estádio Louis Armstrong contra o desafeto David Ferrer, o americano ficou irritado com o árbitro-geral Brian Earley pelos problemas encontrados no piso da quadra. Por conta das intensas chuvas que castigaram o complexo, a água se alojou por debaixo da superfície da quadra e impossibilitou o desfecho do confronto, que foi transferido para a quadra 13.
A pequena e barulhenta quadra 13 de Flushing Meadows foi palco das vitórias de Roddick e Wozniacki |
Com mais barulho, menos conforto, menor apoio do público, Roddick devolveu a derrota para Ferrer sofrida na Copa Davis, há dois meses, e celebrou sua vitória em quatro sets com direito à volta olímpica pela quadra, algo que lembrou Gustavo Kuerten e Gaston Gaudio nas quadras de Roland Garros.
A quinta-feira ainda reservava tempo para a duas primeiras partidas válidas pelas quartas de final entre os homens. Novak Djokovic e Janko Tipsarevic mostravam o poder do tênis sérvio na atualidade e disputaram grandes pontos em pouco mais de 3 horas de confronto. Longas trocas de bola, curtinhas, subidas à rede... tudo isso pode ter pesado ao número 2 da Sérvia, que não aguentou as cãibras e desistiu no início da quarta parcial.
Uma hora depois, Federer e Tsonga fariam o único jogo da sessão noturna em Nova York, mas tiveram a presença de uma convidada não muito querida - a chuva. Os dois atletas aguardaram por cerca de uma hora para o recomeço do jogo, que marcava 3/2 para o suíço, já com uma quebra à frente.
Depois de das derrotas em Wimbledon e Montreal, Federer derrotou Tsonga e volya a enfrentar Djokovic na semifinal de um Slam. |
O mau tempo cessou e a força do francês diante de seu "freguês" em 2011 também. Federer mostrou o porquê de ser pentacampeão nas quadras de Flushing Meadows e deixou o rival desconcertado com seu arsenal em alta. Lobs, dropshots, winners de todos os lados da quadra e motivação de poucos - O suíço foi absoluto e, com um convincente 3 a 0, marcou novo encontro com Djokovic em uma semifinal de Grand Slam.
Entre as mulheres, a número 1 do mundo, Caroline Wozniacki garantiu sua vaga nas semifinais pelo terceiro ano consecutivo. Nesta quarta, Wozniacki, que começou a partida de maneira arrasadora, teve problemas nos games finais, mas conseguiu derrotar Andrea Petkovic, no tiebreak da segunda parcial.
Pelo terceiro ano consecutivo, Wozniacki disputará uma semifinal do US Open |
Atual número 92 do mundo, Angelique Kerber deve se aproximar do Top 30 da WTA após excelente campanha em Flushing Meadows. |
Com as quatro Wozniacki, Serena, Stosur e Kerber descansando para entrar em quadra no sábado a rodada desta sexta-feira, conta com as semifinais do torneio de duplas. Atuais detentoras do título, Asterix e Obelix - a norte-americana Vania King e a cazaque Yaroslava Shvedova - chegam embaladas após vencerem as tchecas Lucie Hradecka e Andrea Hlavackova (campeãs de Roland Garros) em sets diretos, e enfrentarão as russas Maria Kirilenko e Nadia Petrova, que não fizeram por menos e eliminaram as campeãs de Wimbledon e cabeças de chave 1, Kveta Peschke e Katarina Srebotnik.
Campeãs no ano passado, King (esq) e Shvedova avançaram às semifinais. As próximas adversrárias serão Petrova e Kirilenko. |
Já as experientes e multicampeãs Liezel Huber e Lisa Raymond enfrentam a parceria formada por Agnieszka Radwanska e Daniela Hantuchova, que jogando juntas desde o começo deste ano tiveram como melhor resultado a conquista do Premier de Miami, em março.
Entre os homens, os italianos Fabio Fognini e Simone Bolelli tentam surpreender mais uma vez ao encarar na semifinal a parceria formada pelo austríaco Jurgen Melzer e o alemão Philipp Petzschner, campeã de Wimbledon no ano passado.
Indo-Pak Express é uma das atrações do dia pelo torneio de duplas |
Na outra semifinal, os poloneses Mariusz Fyrstenberg e Marcin Matkowski desafiam os vencedores do confronto entre a dupla britânica Colin Fleming e Ross Hutchins e o "Indo-Pak Express", nome que foi dado à parceria entre o indiano Rohan Bopanna e o paquistanês Aisam Ul-Haq Qureshi.
Programação completa desta sexta-feira
O JOGO DO DIA
Rafael Nadal x Andy Roddick
Arthur Ashe Stadium - 2º jogo do dia
Em nove confrontos no circuito, Rafael Nadal tem sido bem-sucedido sobre Andy Roddick, mas os dois, que já lideraram o ranking da ATP, conhecem as armas do adversário para saírem da quadra como vencedor nessa sexta-feira. Nadal faz uma campanha digna para quem venceu o torneio no ano passado e ainda não perdeu sets em Nova York.
A sua forma e a má campanha nos torneios em quadra rápida da América do Norte foram postas ao chão até aqui com um jogo muito intenso baseado nas trocas de bola do fundo da quadra. O saque promete ser um recurso a mais para o número 2 do mundo em bater pela sétima vez o jogador de Austin.
Por sua vez, Roddick tem a vantagem da torcida que deve lotar as dependências do Arthur Ashe Stadium, local onde sempre se acostumou a atuar e que guarda grandes lembranças de seu único Grand Slam na carreira, conquistado em 2003. Um ano depois, o americano enfrentava Nadal pela primeira vez no circuito. O espanhol, ainda inexperiente entre os mais badalados, demonstrava garra e determinação, mas não o suficiente para barrar o grande saque de Andy, que derrotava o jovem promissor por 3 a 0, com direito a pneu na primeira parcial.
Os tempos passaram e mudaram drasticamente. Nadal já tem 10 Grand Slams na conta e mostra a cada dia que pode voltar a dominar o tênis mundial. Roddick, por outro lado, já vem decaindo no tênis há algum tempo e saiu recentemente do top 20 pela primeira vez em uma década. Será que hoje é o dia da virada para o norte-americano? Vale a pena ficar ligado nesse jogão!
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Publicado em 9 de Setembro de 2011 às 07:20