Especial Ranking

Quem manda no Tênis

Quais os países com maior número de tenistas nos rankings masculino e feminino? Quem tem mais top 100?


Analisar rankings de jogadores não é uma tarefa simples, tampouco capaz de revelar verdades incontestáveis. Ainda assim, ao olhar as classificações da ATP e WTA neste fim de temporada, é possível depreender algumas coisas importantes que retratam um pouco do que acontece nas principais potências tenísticas da atualidade.

Sendo assim, a Revista TÊNIS decidiu olhar com cuidado para os rankings divulgados na segunda-feira, 25 de novembro, logo após o término da temporada regular e avaliar os números que encontrou. Ao observar os dois rankings lado a lado, percebe-se claramente que há uma concentração de forças em alguns poucos países, com inegável destaque para a Espanha, que tem nada menos que sete jogadores (homens e mulheres) entre os 20 melhores do mundo atualmente. Depois, com três atletas no top 20 vem República Tcheca, França, Itália, Sérvia e Estados Unidos.

Porém, quando abrimos o leque para a faixa de jogadores entre os 100 melhores do mundo, vemos um empate entre Espanha e Estados Unidos, com 17 tenistas, e, ao passar para o top 200, os norte-americanos são imbatíveis, com 39 atletas, 16 a mais do que os espanhóis. No entanto, quando se trata de porcentagem, os tchecos se destacam, com 20,4% de seus tenistas entre os 200 melhores do planeta.

Além disso, os Estados Unidos continuam sendo a principal potência dos tênis no mundo em termos de quantidade de tenistas ranqueados, com 250. Os que mais se aproximam desse número são França (196), Rússia (193) e Itália (184). Assim, logo vemos que o mantra “da quantidade surge a qualidade” é bastante real. Os países com maior número de tenistas ranqueados geralmente são os que possuem a maior quantidade de jogadores entre os tops. A saber, Espanha, Estados Unidos e República Tcheca, por exemplo, têm mais de 15% de seus tenistas classificados entre os 200 melhores. Espanhóis e tchecos também têm mais de 10% do total de seus tenistas no top 100.

Os incríveis espanhóis

Andy Murray

Entre as grandes potências do tênis, o Reino Unido, de , é a que possui menor proporção de seus tenistas entre os top 100 e 200 do mundo

Se nos focarmos apenas no ranking da ATP, vemos que a Espanha se mantém como a nação com maior quantidade de top 200 (17), seguida por França (16), Estados Unidos (15), Alemanha (14), Argentina (12) e Itália (10). A dominância espanhola é ainda mais clara ao ver que 25% dos jogadores colocados entre os top 20 são de lá, assim como 12% dos top 100.

Ao todo, a Espanha tem 96 homens no ranking e 17,7% deles estão entre os 200 melhores do mundo. Entre as outras grandes potências (que contam com mais de 50 tenistas ranqueados), apenas Austrália (com 13,5%), Alemanha (12,8%), França (11,6%), Argentina (11,4%) e Estados Unidos (10,7%) têm mais de 10% do total de atletas no top 200, mas com porcentagens muito mais modestas do que a espanhola. Vale lembrar que apenas cinco nações possuem mais de 100 jogadores ranqueados: Estados Unidos (com 140), França (137), Itália (121), Alemanha (109) e Argentina (105).

Ao comparar a média de pontos conquistada por todos os tenistas, os espanhóis também apresentam marcas impressionantes, com média de 300 pontos por atleta ranqueado, quantidade inferior à da Suíça e da Sérvia, porém, estes dois países possuem menos da metade do número total de jogadores no ranking.

As meninas norte-americanas

Já uma análise mais detalhada do ranking da WTA revela um domínio dos Estados Unidos em termos quantitativos. Somente norte-americanas e russas superam a marca centenária no total de atletas ranqueadas, com 110 e 105, respectivamente. Depois, apenas Japão (com 63), Itália (63), França (59) e República Tcheca (50) ultrapassam as 50 classificadas.

Se sete países possuem duas tenistas entre as 20 melhores do mundo, os Estados Unidos lidera com folga em termos de presença no top 100, com 12 jogadoras, quatro a mais do que as tchecas, que vêm em segundo lugar. No top 200, as norte-americanas também predominam, com 24 representantes. Rússia (com 15), República Tcheca (14), Alemanha (11) e China (11) vêm a seguir.

Quando passamos a considerar porcentagens, as tchecas se destacam, com 28% delas entre as top 200. A China, com 24,4%, a Alemanha, com 22,4%, e os Estados Unidos, com 21,8%, também impressionam. As tchecas dentro do top 100 representam 16% do total de atletas de seu país. Alemãs e espanholas têm porcentagem igual (14,2%) e as norte-americanas contam com 10,9% de suas atletas entre as 100 melhores.


Números proporcionais da Dinamarca, que tem apenas 10 tenistas ranqueados (ATP e WTA), são altos graças à top 10, Caroline Wozniacki

Homens x mulheres

Voltando a analisar os dois ranking conjuntamente, vemos que entre as 10 nações com mais tenistas classificados (todas com mais de 100 jogadores somados homens e mulheres), Argentina e Austrália são as únicas que não contam com tenistas entre os 20 melhores do mundo. Já quem tem a menor porcentagem de top 100 e 200 é o Reino Unido, com somente 1,8% e 6,4% de seus jogadores nessa faixa, respectivamente.

Interessante notar ainda que existe uma discrepância entre o número total de homens e mulheres no ranking entre a maioria dos países. Uma das explicações, porém, é que a contagem de pontos para a WTA é diferente da ATP, e as meninas precisam pontuar em pelo menos três torneios para aparecerem na lista. Dessa forma, a classificação feminina soma 1.236 nomes, enquanto a masculina aparece com 2.171.

De qualquer forma, os Estados Unidos, por exemplo, tem mais de 100 atletas em ambas as listas. A França, por sua vez, tem mais do que o dobro de homens em relação às mulheres, algo similar ao que ocorre com Itália, Alemanha, Espanha e Reino Unido. Uma das maiores diferenças está na Argentina, que tem 105 nomes na ATP e apenas 28 na WTA. No entanto, em países como a Rússia, República Tcheca e China, há mais mulheres ranqueadas do que homens. No Japão, há um equilíbrio, com 64 rapazes e 63 garotas.


20,4% dos tenistas tchecos estão entre os 200 melhores do planeta

Brasil

O Brasil aparece em 12° lugar entre os países que possuem a maior quantidade de tenistas ranqueados na ATP e WTA, com 84 jogadores (59 homens e 25 mulheres). Contudo, apenas 4,7% dos nossos atletas se encontram entre os 200 primeiros do globo, número bem abaixo da Romênia, por exemplo, que tem os mesmos 84 tenistas classificados, com 10,7% deles no top 200.

No ranking ATP, somos o 11° país com mais nomes, com apenas três top 200, ou seja, 5%. Na WTA, estamos em 16° lugar e temos apenas Teliana Pereira entre as 200 melhores classificadas, o que representa 4% de nossas atletas, uma média muito inferior a nações que possuem quantidades similares de jogadoras como Bélgica e Holanda, por exemplo.

Apesar de no tênis o que vale é o resultado final e não as estatísticas, nunca é demais analisar os números para perceber que certas coisas não acontecem por acaso. Sendo assim, confira as tabelas que preparamos e tire suas conclusões.

Por Arnaldo Grizzo

Publicado em 12 de Dezembro de 2014 às 00:00


Especial ranking ATP WTA Top 100

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