O tênis cresce na "América"

Números da indústria mostram que o esporte continua crescendo no maior mercado de tênis do mundo, os Estados Unidos


Diz-se que quando o tênis vai bem na "América", vai bem no mundo todo. E essa maneira de pensar demonstra a tremenda importância que os Estados Unidos têm no mercado do esporte. É de lá que vem 50%, ou mais, dos lucros das grandes marcas e, por isso, ele se é essencial para entender como anda o tênis no planeta. Para Etienne de Villiers, presidente da ATP, este mercado é um grande desafio.

Porém, durante o US Open, a federação norte-americana (USTA), em conjunto com a Associação das Indústrias de Tênis (TIA), divulgou números otimistas sobre o crescimento do esporte no país. Segundo o relatório, os carregamentos de raquetes aumentaram 1,8% entre 205 e 2006 e, se considerarmos desde 2003, o avanço é de 29,7%. Em se tratando de bolinhas, o progresso nas remessas entre 2005 e 2006 é de 8.1%, e 11,5% desde 2003. Esta maior requisição de equipamentos é reflexo também do crescimento das vendas. As raquetes venderam 5,3% a mais se compararmos o primeiro semestre do ano passado com este. A venda de raquetes infantis também progrediu, com 2,8% entre 2005 e 2006, e já está em 48,9% desde 2003. No ano passado, a Associação dos Fabricantes de Materiais Esportivos (SGMA) publicou uma pesquisa mostrando que o tênis era o único dos esportes tradicionais a crescer de 2000 a 2005 nos Estados Unidos. Todos os outros apresentaram quedas, como futebol americano (-0,6%), beisebol (-5,8%), hóquei no gelo (-6,4%), basquete (-14,9%), golfe (-15,3%), entre outros. O tênis, por sua vez, aumentou em 10,3%.

Em uma apresentação, uma das mais importantes marcas de raquete do mundo (que tem 48% de sua receita no mercado norte-americano) mostra que o valor de suas vendas no atacado cresceu quase 10% entre 2004 e 2006, passando de US$ 180,4 milhões para US$ 200,2 milhões, considerando raquetes (aumento de 11,5% no período), bolas (6,5%) e cordas (13,4%).

Quadras públicas
E, se o tênis norte-americano continua a se desenvolver, a razão não está apenas no enorme mercado consumidor que existe, mas em como as associações o trabalham. Em pesquisa recente, a USTA, por exemplo, percebeu que mais de 70% do tênis praticado no país se dá em locais públicos, como parques, escolas e universidades. Com isso, entre 2005 e 2006, eles investiram mais de US$ 3,5 milhões para construir ou renovar locais públicos. Isso beneficiou 85 instituições e mais de 700 quadras. Esta ação ainda catalisou mais US$ 30 milhões em investimento de outras fontes para o programa de desenvolvimento do tênis em parques públicos.

A TIA também reverte parte de sua renda no desenvolvimento do esporte. Nos últimos 12 anos, a associação das indústrias aplicou quase 80% de seus rendimentos, ou seja, US$ 17 milhões, em projetos e pesquisas voltados para o aumento do número de praticantes.

Ainda durante o US Open, a USTA e a TIA anunciaram a criação do "Índice de Saúde do Tênis", que vai abranger as pesquisas de diversas entidades ligadas ao tênis e, assim, poderá verificar, de maneira cada vez mais precisa, as tendências do mercado ano a ano.

Arnaldo Grizzo

Publicado em 12 de Novembro de 2007 às 09:42


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Artigo publicado nesta revista