Especial Prêmio Tênis
A sexta edição do Prêmio TÊNIS consagra os principais personagens do ano no esporte brasileiro em uma temporada de grandes resultados em todas as categorias
Os vencedores do Prêmio TÊNIS 2014 reunidos com Gustavo Kuerten e Jorge Lacerda, presidente da CBT, ao centro
Não foi fácil definir o melhor tenista do ano em 2014. A temporada foi repleta de conquistas de diversos jogadores em praticamente todas as categorias, desde o juvenil, passando pelos profissionais de simples e duplas, chegando aos veteranos e ainda sem esquecer do beach tennis. Assim, a tarefa dos 11 jurados do Prêmio TÊNIS foi bastante árdua.
A grande festa do tênis brasileiro, promovida pela Revista TÊNIS com apoio da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e patrocinada pelos Correios e Casillero del Diablo, ocorreu na noite do dia 22 de novembro, no Costão do Santinho, em Florianópolis com transmissão ao vivo pelo canal BandSports e, desta vez, premiou 18 categorias.
Em muitas delas, houve quase unanimidade entre os jurados e também entre quem votou pela internet. Para lembrar, o vencedores do prêmio são definidos pelos votos dos especialistas (a saber: Alexandre Cossenza, do blog Saque e Voleio, Arnaldo Grizzo, da Revista TÊNIS, Chiquinho Leite Moreira, do BandSports, Dácio Campos, do Sportv, Erick Castelhero, da Gazeta Esportiva.net, Fábio Aleixo, do UOL, Fernando Sampaio, da Jovem Pan, José Nilton Dalcim, do TenisBrasil, Luiz Fernandes, do TenisVirtual, Nathalia Garcia, do Estado de S. Paulo e Paulo Cleto, do IG) e mais um voto para o nome que ganhou a eleição via internet.
Dessa forma, os juvenis Orlando Luz e Luisa Stefani, por exemplo, destacaram-se. Orlandinho teve um ano espetacular, conquistando feitos que nunca nenhum outro juvenil antes dele tinha conseguido. Ele mesmo enumera: “Foi um ano incrível, com vários títulos importantes a começar com simples e duplas no Paraguai, depois campeão – também simples e duplas – no Banana Bowl, depois de 33 anos que um brasileiro não ganhava. Ganhei a Copa Gerdau, um dos maiores torneios juvenis do mundo. Fiz semifinal de simples e duplas de Roland Garros e fui campeão de duplas em Wimbledon. Ganhei ainda medalha de ouro e prata nas Olimpíadas da Juventude. Foi um ano bem cheio”, diz o gaúcho de apenas 16 anos e segundo do ranking juvenil mundial. Em 2015, ele pretende mesclar mais torneios profissionais em sua agenda, priorizando-os.
Já Luisa Stefani, de 17 anos, foi campeã de duplas do Banana Bowl e aparece entre as 50 melhores juvenis do mundo. Como estava jogando um torneio no México no dia da premiação, a garota enviou um vídeo de agradecimento. “Foi um ano de muito aprendizado”, contou.
Quase unanimidades também foram as escolhas dos melhores profissionais em simples de 2014: Thomaz Bellucci e Teliana Pereira. Depois de uma temporada bastante complicada no ano passado, Bellucci parece que reencontrou sua melhor forma no segundo semestre de 2014, em especial durante o complicado duelo contra a Espanha pelo Play-off da Copa Davis, em que garantiu o último ponto da equipe brasileira que voltou ao Grupo Mundial. “Foi um ano que comecei fora do top 100 e é complicado recuperar. Acho que poderia ter jogado um pouco melhor nos torneios do meio do ano, mas foi uma temporada boa no geral. A Davis ajudou bastante, foi quando ganhei confiança para terminar bem”, afirmou o tenista que comemora o fato de estar novamente entre os 100 melhores e poder ingressar diretamente nas chaves dos ATPs, o que lhe dá a possibilidade de jogar mais relaxado. “Tenho uma grande expectativa de começar bem o ano”, diz.
Teliana Pereira, apesar da dor no joelho que a afastou das quadras neste fim de temporada, também comemorou um ano memorável, em que participou dos quatro Grand Slams, algo que, antes dela, somente Maria Esther Bueno havia feito. “Com certeza foi o melhor ano da minha carreira. O auge foi o Rio Open e, ter conseguido jogar a chave dos quatro Majors, foi a realização de um sonho. Para 2015, quero ter resultados ainda melhores nos torneios e especialmente nos Grand Slams”, conta a paranaense que costuma planejar objetivos plausíveis: “Ficar entre as 70 do mundo seria incrível – sempre coloco metas que sei que posso alcançar”.
Votações expressivas também tiveram os vencedores da categoria beach tennis, Joana Cortez e Vinícius Font, nossos dois melhores classificados no ranking ITF, lembrando que, em julho deste ano, Font chegou a ocupar o topo da lista, tornando-se o primeiro brasileiro a liderar entre os homens. No dia da premiação, ambos estavam em Aruba para disputar um dos maiores torneios do mundo. Da mesma forma, o vencedor entre os árbitros, Carlos Bernardes, também não pôde comparecer devido a um compromisso com a ATP.
Entre os cadeirantes, a jovem Natália Mayara levou o prêmio pelo quarto ano seguido. Nesta temporada, ela alcançou seu melhor ranking, o 21o lugar na classificação da ITF. Já entre os homens a disputa foi mais acirrada, mas Carlos “Jordan” Santos levou a melhor sobre Daniel Rodrigues, mesmo estando um pouco abaixo no ranking. A votação na internet foi crucial para sua eleição.
Na categoria sênior, os agraciados foram Simone Vasconcellos, que venceu quase tudo o que disputou nesta temporada, e Roger Guedes, novamente campeão mundial em sua faixa etária.
Se boa parte das categorias citadas anteriormente foram vencidas com certa tranquilidade, as outras foram bastante apertadas, lembrando um pouco as eleições para presidente neste ano. Nas duplas, tanto masculinas quanto femininas, a contagem foi muito apertada. Laura Pigossi, única brasileira top 200 na modalidade, superou Paula Gonçalves por apenas um voto. Cenário parecido ocorreu entre os homens. Bruno Soares e Marcelo Melo tiveram novamente uma temporada espetacular. Soares foi campeão de duplas mistas no US Open de novo, além de ter conquistado o bicampeonato do Masters 1000 de Toronto. Já Melo, apesar de ter passado boa parte da temporada sem poder atuar ao lado do croata Ivan Dodig, ainda assim chegou ao ATP Finals, onde foi vice-campeão, terminando o ano em sexto lugar no ranking de duplas. Depois de muito pensar, a maioria dos jurados optou por Soares.
Entre os treinadores, os prêmios ficaram com João Zwetsch (a esquerda recebendo a honraria das mãos do vereador Edmilson Pereira), Carlos Omaki (direita) e Carlos Alberto Kirmayr, que não pôde estar presente à cerimônia
“Foi mais um ano muito positivo com a conquista de um Grand Slam. Acho que a turma anda ficando mal acostumada, pois, neste ano, deu bem menos repercussão. Mas, pessoalmente, ser bicampeão de um Grand Slam é uma honra muito grande”, afirmou o mineiro, que almeja, para 2015, o título de um Major em duplas masculino. “É a única grande coisa que está faltando”, diz.
Outra eleição acirrada foi a do melhor projeto social vinculado ao tênis. Apesar de o WimBelemDon ter vencido pela terceira vez em seis anos, vários projetos foram lembrados pelos jurados, assim como pelos internautas. Marcelo Ruschel, idealizador do projeto, agradeceu a premiação e pediu a colaboração de todos para um projeto de crowdfunding que visa arrecadar fundos para a compra definitiva do terreno que sede do WimBelemDon em Porto Alegre. Neste ano, o projeto se tornou a primeira instituição brasileira a ser contemplada pela ATP com o prêmio ATP Aces for Charity, que reconhece ações sociais relacionadas ao tênis.
Melhores do Ano |
||
Categoria Simples Categoria Simples Categoria Duplas Categoria Duplas Categoria Juvenil Categoria Juvenil |
Categoria Sênior Categoria Sênior Categoria Cadeirante Categoria Cadeirante Categoria Beach Tennis Categoria Beach Tennis |
Treinador Treinador Treinador Árbitro Projeto social vinculado ao tênis Tenista |
Em 2014, o Prêmio TÊNIS inovou mais uma vez e dividiu a categoria “Treinador” em três, elegendo o melhor entre os profissionais masculinos e femininos e os de categoria de base. Carlos Alberto Kirmayr, que sempre se destaca com suas pupilas, foi um dos eleitos, juntamente com João Zwetsch, capitão do time da Copa Davis e treinador da promessa Guilherme Clezar. Em seu discurso ao receber o prêmio, Zwetsch fez questão de lembrar de Daniel Melo, treinador de Marcelo Melo, que certamente também merecia ter recebido esse prêmio (o voto dos internautas definiu a categoria que ficou empatada entre os jurados).
Teliana Pereira, Paula Gonçalves, Carla Tiene, Laura Pigossi, Guga, Bia Maia e Gabriela Cé
Para eleger o melhor treinador de categoria de base, a disputa foi intensa. No fim, Carlos Omaki, que atualmente coordena trabalhos com cerca de 500 crianças em três clubes de São Paulo, além de academias, foi o vencedor. “É o maior prêmio que recebi na vida. Fico feliz que a Revista TÊNIS tenha incluído essa categoria, pois quem trabalha na base entende a importância desse reconhecimento. São tantos os que merecem receber esse prêmio, portanto, fico honrado em ser o primeiro”, declarou Omaki, que largou as férias em família na República Tcheca para poder estar presente na cerimônia.
Por fim, a categoria mais concorrida talvez tenha sido a de melhor tenista do ano no geral. Os votos se espalharam, contemplando Orlando Luz, Bruno Soares, Marcelo Melo, mas, no final, Thomaz Bellucci acabou por receber mais menções, provavelmente devido à sua espetacular atuação no duelo da Copa Davis contra a Espanha. No entanto, no fim desta temporada, percebemos que quem venceu mesmo foi o tênis brasileiro, com muita coisa para comemorar.
José Amin Daher |
|
Publicado em 12 de Dezembro de 2014 às 00:00
Djokovic dominou o circuito novamente. Analisamos sua principal arma: o backhand na paralela
+LIDAS