Federer e Henin mostraram toda sua desenvoltura em 2006 e terminaram no topo
Terminou a temporada profissional do tênis feminino e masculino e a constatação é de que o tenista mais completo e a mais completa terminaram no topo do ranking.
Entre as mulheres, Justine Henin-Hardenne termina como a primeira do ranking. A belga é um misto de força e jeito. O mais surpreendente em seu jogo é que, apesar de ser uma mulher mignon, ela consegue gerar potência nos golpes através de ótima técnica. Uma ótima visão de jogo, boas variações e uma venenosa esquerda com slice, ainda se somam aos seus predicados. Justine foi bem durante toda a temporada e teve ótimo desempenho no saibro de Roland Garros, onde sagrou-se campeã.
Outra protagonista do circuito feminino é Maria Sharapova que terminou na segunda colocação. A russa é mais forte fisicamente, principalmente nas pernas, e mostrou melhoras técnicas e maior regularidade em 2006. E, como sempre, encantou com toda a sua beleza.
Destaco também a experiente francesa Amelie Mauresmo, de 27 anos, que ganhou seus dois primeiros Grand Slam.
Um na grama de Wimbledon e outro no piso rápido da Austrália. No entanto, continua mostrando falta de estabilidade emocional. Agora, o mais surpreendente foi o fato de a suíça Martina Hingis ter voltado às quadras depois de três anos parada e, logo no primeiro ano, já ter finalizado a temporada entre as dez melhores do mundo, algo que entre os homens não aconteceria. Com isso, fica clara que há uma diferença técnica muito grande das dez melhores do ranking para as outras tenistas. A temporada 2007 promete.
FEDERER
A situação entre os homens foi de total domínio de Roger Federer. Nunca no tênis algum jogador esteve tão à frente de seus adversários. Foram 12 títulos, 92 vitórias e apenas 5 derrotas. Ele somou 8370 pontos contra 4470 do segundo colocado, o espanhol Rafael Nadal. O suíço vem quebrando recorde atrás de recorde e, conforme passa o tempo, seu tênis vai o distanciando dos seus concorrentes. O número um consegue todo esse sucesso sem fazer muita força, o que o isenta de eventuais contusões.
Já no final da temporada deu para notar que seu mais ferrenho adversário, Rafael Nadal, vem perdendo a intensidade, a mais importante aliada do jovem espanhol. Com isso, vai ficar cada vez mais difícil para Nadal nas quadras duras e rápidas. E a distância para Federer no saibro em 2007 não deve ser a mesma. Nadal ainda corre sérios riscos por fazer muito esforço e está sempre no limite de contusões.
MUDANÇAS
Vem mudança por aí no tênis masculino. Em 2007, 13 torneios da série ATP Tour serão disputados de maneira diferente da convencional. Ao invés de uma chave eliminatória com 32 tenistas, teremos oito grupos com quatro jogadores cada, jogando todos contra todos. O campeão de cada grupo já está nas quartas-de-final e, a partir daí, começa a eliminatória. Esse método evita que os grandes nomes percam na primeira rodada e façam com que o torneio tenha menos interesse para o público. É o tênis acertadamente pensando nos promotores.
O paulista Dácio Campos foi tenista profissional e titular da equipe brasileira da Copa Davis. Atualmente trabalha como comentarista do SporTV. |
Publicado em 12 de Dezembro de 2006 às 12:41
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