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Cordas: Diferenças Entre Materiais

Mono e multifilamento, nylon, sintética, natural, poliéster, polímeros... Para que(m) serve cada tipo de corda?


No artigo da edição anterior, tratamos sobre qual tensão usar nas cordas. Neste vamos falar de outro aspecto de grande importância na hora de escolher que filamento usar: o tipo de material. Assim como definir quantas libras deve se colocar na raquete, escolher a espécie de corda que será utilizada é um fator determinante e estará vinculado à necessidade de cada tenista.

Primeiramente, vamos subdividir as cordas em dois grandes grupos: multifilamentos e monofilamentos. O primeiro se trata, acima de tudo, de cordas mais confortáveis, pois possuem vários filamentos microscópicos em sua construção (variam de 5 a 1500 fibras aproximadamente) e isso significa que ela é uma tripa que ajuda a eliminar as vibrações.

O segundo grupo possui apenas um filamento e são cordas consideradas "duras", porém muito usadas por tenistas competitivos e profissionais, pois garantem maior durabilidade e, conseqüentemente, também menor conforto. Conhecendo esses dois grupos, vamos analisar os principais materiais utilizados. Sendo assim, podemos destacar as cordas de nylon, tripas sintéticas, naturais, poliéster e co-polímeros. Agora, seguem as características de cada "família":

Cordas de nylon

São as mais básicas (e baratas) do mercado, pois não possuem tecnologias muito específicas em sua construção. Por serem multifilamentares, não são consideradas desconfortáveis. As tripas de nylon possuem de 3 a 100 filamentos de densidades e espessuras iguais emaranhados. Devido ao baixo custo e à boa durabilidade (normalmente têm espessuras grossas, entre 1,30 mm e 1,38 mm) são muito procuradas por tenistas que quebram cordas com freqüência. Exemplos de modelos comuns: Wilson Tournament, Head Tournament, Pro- Kennex Performer, Sigma Nylon.

Tripas sintéticas

É uma das maiores "famílias", pois possui inúmeras subdivisões. Este tipo costuma ter de 120 a 1500 filamentos de materiais, espessuras e densidades diferentes em sua composição. Isso significa que elas podem ser extremamente confortáveis e de excelente toque, ou seja, sensibilidade apurada. A construção e o material definem também para que serve a corda. As mais rugosas são específicas para auxiliar nos efeitos.

As mais filamentadas podem ajudar a prevenir as dores decorrentes das vibrações. Este último tipo tem custo maior devido à tecnologia investida na construção dos milhares de filamentos que auxiliam na redução de vibração. As cordas extreextremamente filamentadas são as que mais se aproximam da tripa natural. Existem também tripas sintéticas econômicas que são menos filamentadas e de materiais mais simples.

Mas elas não deixam de ser uma boa opção para tenistas que quebram cordas com maior freqüência e se preocupam com o conforto. Exemplos de tripas econômicas: Babolat Super Fineplay, Prince Synthetic Gut Duraflex, Gamma Challenger, Pacific Syntec. Exemplos de tripas para efeitos: Babolat Conquest Rough, Head Fibergel Spin, Toalson Asterisk. Exemplos de tripas ideais para prevensão de dores e vibrações: Babolat Atraction Power, Wilson Sensation, Pacific Powerline, Gamma TNT, Yonex TI 880. Exemplos de tripas que se aproximam das naturais: Babolat Xcell Premium, Tecnifibre X-One Biphase, Gamma Live Wire Professional, Pacific PMX.

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Poliéster

São os famosos "arames". Por serem monofilamentos, duram mais e "correm" menos na raquete do que cordas multifilamentadas. Porém, são bem menos confortáveis. As tripas de poliéster normalmente tem custo baixo e são usadas por tenistas que precisam encordoar várias vezes durante a semana, pois certamente este é o tipo que mais perde tensão e mais transmite vibrações para o braço. Pode ser interessante usá-las de maneira híbrida, ou seja, junto com cordas mais macias nas tramas horizontais. Exemplos: Babolat Duralast, Sonic Polimax, Gamma poliéster, Tecnifibre Polyspin, Toalson Polygut.

Co-polímeros

Por também serem monofilamentos, os co-polímeros têm toque muito semelhante ao poliéster. Mas, por outro lado, é o tipo de corda que menos perde tensão e um dos que menos transmite vibrações. Isso ocorre porque elas possuem vários materiais em sua construção (inclusive o poliéster) que, unidos, fazem esse trabalho. Atualmente, são os mais usados pelos profissionais, pois também oferecem excelente durabilidade. Exemplos: Signum Pro Poly Plasma, Gamma Zo Tour, Tecnifibre Red Code, Luxilon Alu Power, Babolat Pro Hurricane Tour, Prince Tour, Pacific Poly Force.

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Tripa natural

As tripas naturais são as cordas mais antigas no mercado e, acredite, ainda são as melhores em termos de sensibilidade e conforto. Elas são as mais filamentadas que existem, feitas de material orgânico (intestinos de boi) e, por isso, não é recomendado o contato com umidade. A "perfeição" da tripa natural só não é completa devido à pouca durabilidade e altíssimo custo. Atualmente, contudo, a tecnologia conseguiu melhorar essas tripas, pois algumas delas foram revestidas com uma camada milimétrica, tornando- as menos frágeis. Exemplos: Babolat Vs touch, Wilson Natural, Pacific Tournament Pro.

Espesura

Existe uma infinidade de modelos no mercado e essa enorme gama de cordas visa atender cada demanda específica dos tenistas. Seguramente não será difícil encontrar um tipo que se encaixe no que você precisa. No entanto, no quesito corda, é preciso estar atento a mais um importante fator: espessura. A grossura de um filamento influencia muito. A regra é: quanto mais grossa, mais durável (porém menor sensibilidade); quanto mais fina, mais fácil de quebrar (mas de melhor toque). É recomendável que o tenista promova alguns testes em seu equipamento de vez em quando, principalmente na área do encordoamento, seja na tensão, espessura ou tipo de corda, pois certamente poderemos ter boas surpresas.

Fabrizio Tivolli é encordoador consultor de equipamentos de tênis há mais de dez anos fabrizio@tivollisports.com.br

 

Fabrizio Tivolli

Publicado em 5 de Dezembro de 2008 às 12:59


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Artigo publicado nesta revista