Thiago Alves

Um número 1 modesto porém confiante


O PAULISTA THIAGO Alves, 24 anos, o jogador mais lembrado na derrota do Brasil para a Suécia, contraria os seus fãs e diz que Fernando Meligeni estava certo em manter a equipe que vinha jogando. Mas, por outro lado, o tenista que agora é o número um do Brasil e sonha em chegar aos top 80 com uma boa campanha na Copa Petrobrás, tem consciência de que não se tornou o primeiro do País por acaso e espera que isso seja levado em conta na próxima convocação da Copa Davis.

"Meu ranking hoje diz que estou melhor do que todos. O ranking diz alguma coisa, né? Os torneios estão aí para jogar. Todos estão jogando. Eu não estou na frente à toa", diz o paulista nascido em 22 de maio de 1982, de 1,77m e 75 quilos (baixo e troncudo para os padrões do tênis moderno), destro, com bom jogo de fundo de quadra, que começou o ano na 152a posição do ranking e era o número 95 no dia 9 de outubro.

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Não, não há qualquer arrogância, apenas confiança na voz de Thiago, um jovem que se viu amadurecido precocemente de pois de superar sérios problemas físicos que quase o separaram definitivamente do tênis. Na verdade, ele entendeu as razões que o deixaram de fora do confronto com a Suécia, apesar de ser o melhor brasileiro no ranking. "Não fiquei frustrado. Foi uma experiência boa para mim estar lá. Ver como é jogar com a quadra cheia. Eu venho subindo agora. Vou ter a minha oportunidade". Muitos disseram que ele se sairia melhor do que Ricardo Mell o contra o sueco Robin S oderling. Ele teve a mesma sensação? "Não dá para falar. O Mello tinha ganhado do Nicolas Lapentti no Equador. O Soderling, na verdade, atropelou também o Saretta nos dois primeiros sets. Só no terceiro o Saretta teve chance. Meu ranking dizia que eu estava melhor, mas achei certa a decisão dele (de Saretta)".

GUGA NÃO DEU BRONCA

Thiago lembra, ainda , que chegou cansado do Challenger de Belém , onde alcançou a semi final , e que basicamente só treinou sets de duplas contra Guga e André Sá . Também desmente que tenha levado uma bronca de Guga. "No final do confronto, ele falou com todo mundo, não falou só para mim. Por ser um líder, ele se preocupa com a equipe".

Thiago acha que chegou aos top 100 na hora certa e acredita que possa subir ainda mais este ano, dependendo do seu desempenho na Copa Petrobrás.

"Eu planejei estar entre os 100 do mundo antes. Mas tive uma série de problemas, contusões... Acho que entrei na hora certa. Estou com uma cabeça diferente, mais maduro. Tenho uma meta de chegar a 80 até o final do ano. Para isso terei de ganhar duas ou três etapas da Copa Petrobrás. Vamos ver...".

O sucesso desta nova fase , Thiago divide com o técnico Edvaldo Oliveira, um ex tenista profissional de temperamento calmo e golpes clássicos.

"O Edvaldo é um cara que praticamente me criou. Quando ele começou a me treinar eu tinha uns 15 anos. As minhas maiores conquistas foram com ele. Nos afastamos por uns dois anos, mas agora fiz uma prop os ta e ele voltou. É bom estar ao lado de quem sempre me apoiou e quer ver o meu sucesso".

Odir Cunha

Publicado em 30 de Outubro de 2006 às 14:40


Perfil/Entrevista

Artigo publicado nesta revista