Grand Champions

Reviva os Clássicos

De 26 a 29 de maio, a Sociedade Harmonia de Tênis recebe tenistas que marcaram época



Alcides Procopio, um dos pioneiros do tênis nacional, e Maneco Fernandes, uma lenda do esporte, serão homenageados pela organização

A QUADRA CENTRAL DA SOCIEDADE Harmonia de Tênis já serviu de palco para alguns dos grandes nomes do tênis brasileiro e mundial. Maria Esther Bueno, que tantas vezes brilhou por lá, só para citar um exemplo, ainda hoje continua deslando seus golpes elegantes no clube. E agora, de 26 a 29 de maio, outras seis feras do esporte marcarão sua passagem pela histórica quadra.

Goran Ivanisevic, Mark Philippoussis, Yevgeny Kafelnikov, Andrés Gomez, Thomas Enqvist e Flávio Saretta vão disputar o Grand Champions Brasil 2011, quarta etapa do ATP Champions Tour, circuito que reúne os principais nomes do tênis mundial que já encerraram suas carreiras como profissionais.


HISTÓRIA
Esta é a quinta edição do Grand Champions Brasil, que fez sua estreia em 2007, quando trouxe Guillermo Vilas, Sergi Bruguera, Henri Leconte, Mats Wilander, Bjorn Borg (que acabou se contundindo pouco antes do torneio, mas veio ao Brasil apesar de não jogar) entre outros. Naquele ano, Bruguera se sagrou campeão.

No ano seguinte, foi a vez de Pete Sampras vir ao País. O norte-americano, o maior expoente do tênis nos anos de 1990 e um dos maiores da história, reviveu duelos contra o talentoso Marcelo Rios e o incansável Thomas Muster, por exemplo, e acabou ficando com o título na primeira vez que veio ao Brasil na vida.

Nos dois anos seguintes, em 2009 e 2010, foi a vez do esbelto sueco Thomas Enqvist ficar com os troféus ao vencer outros tenistas de peso, como o francês Guy Forget, o holandês Paul Haarhuis e o russo Yevgeny Kafelnikov. Em 2011, Enqvist está de volta para defender o título.

 

Caros fãs de tênis,
Gostaríamos de dar as boas-vindas para o Grand Champions Brasil 2011. Estamos extremamente empolgados neste retorno a São Paulo e estamos ansiosos para a fantástica semana em que vamos lhes apresentar os jogadores e, por sua vez, vocês irão conhecer suas personalidades.

O ATP Champions Tour reúne os maiores nomes do tênis masculino para reacender algumas das mais excitantes rivalidade. A turnê tem uma grande história em incitar grandes ex-atletas a voltarem para as quadras, revisitando muitas das cidades onde jogaram profissionalmente. Com vagas abertas somente a finalistas de Grand Slam, vencedores de Copa Davis e aqueles que chegaram à posição de número um do ranking (cada evento também pode convidar dois jogadores livremente), um tênis grandioso está garantido.

O ATP Champions Tour continua a atrair tenistas de volta para as quadras com a volta de alguns jogadores top. Em 2010, demos boas-vindas ao ex-número um e oito vezes campeão de Grand Slam, Ivan Lendl, na turnê em Paris; e Todd Martin fez sua estreia em Londres. Estamos empolgados em apresentar o vencedor do Aberto da França, Carlos Moyá, como o primeiro tenista a se juntar à turnê em 2011 e, como mais jogadores serão anunciados durante o ano, vamos continuar adicionando maior peso à competição do ATP Champions Tour.

Em 2010, o ATP Champions Tour começou o ano com três eventos impressionantes - Delray Beach (Estados Unidos), Zurique (Suíça) e Bogotá (Colômbia) -, seguidos por competições em Barcelona, São Paulo, Algarve, o primeiro Optima Open na Bélgica, Paris e Chengdu. A turnê viajou para a Austrália pela primeira vez e a isso se seguiu o torneio de final de ano no Royal Albert Hall em Londres. A turnê de 2011 está aí com um grande início, com o primeiro evento em Delray Beach sucedido por Zurique e estamos ansiosos por receber novos eventos que se juntarão ao circuito mais adiante.

Para você se manter atualizado com as notícias e resultados do ATP Champions Tour, por favor visite o site: www.atpchampionstour.com

Esperamos que, nos próximos dias, você desfrute e torça nesse fantástico campeonato, não importa quem você escolha para apoiar!

JAN FELGATE
CEO, ATP Champions Tour

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PROGRAMAÇÃO

QUINTA-FEIRA - 26 DE MAIO

18h30 - Yevgeny Kafelnikov x Andrés Gomez
A seguir - Flávio Sarett a x Mark Philippoussis

SEXTA-FEIRA - 27 DE MAIO
18h30 - Goran Ivanisevic x Andrés Gomez
A seguir - Thomas Enqvist x Mark Philippoussis

SÁBADO - 28 DE MAIO
11h30 - Flávio Saretta x Thomas Enqvist
A seguir - Goran Ivanisevic x Yevgeny Kafelnikov

DOMINGO - 29 DE MAIO
11h - Disputa de 3º e 4º lugar
A seguir - Final
GRUPOS

ALCIDES PROCOPIO
Thomas Enqvist
Mark Philippoussis
Flávio Saretta

MANECO FERNANDES
Goran Ivanisevic
Yevgeny Kafelnikov
Andrés Gomez

Mais informações
www.grandchampionsbrasil.com.br

 


FLÁVIO SARETTA

NASCIMENTO: 28/06/1980,
EM AMERICANA, BRASIL
ALTURA E PESO: 1,83 M E 70 KG
DESTRO


IRREVERÊNCIA
Ficar à sombra de um grande campeão como Gustavo Kuerten não é fácil. Quando Flávio Saretta despontou no circuito, Guga ainda era a grande referência de tênis para o torcedor brasileiro. O paulista, contudo, não queria roubar o espaço do grande ídolo, mas criar o seu próprio.

Na esteira do catarinense, a habilidade de Saretta aflorou. Uma das primeiras vezes em que se destacou foi exatamente em um jogo contra Guga, em 2001. No primeiro ano do ATP brasileiro, o paulista não se fez de rogado e derrotou Kuerten, deixando a torcida atônita. Mas o ápice de Saretta ocorreu em 2003. Naquela temporada, aos 23 anos, ele se firmava no top 100 e, ao chegar em Roland Garros, teve uma grande oportunidade para brilhar. Na estreia, venceu Alberto Martin. Na segunda rodada, encarou o temível russo Yevgeny Kafelnikov. Depois de 3 horas e 55 minutos, o brasileiro conquistou a maior vitória de sua carreira. Em seguida, ainda passou por Galo Blanco e teve a oportunidade de enfrentar Andre Agassi nas oitavas. Saretta não venceu a partida, mas ganhou a simpatia do público francês.

Naquele ano, o paulista avançou para a 44a posição do ranking, sua melhor na carreira. Saretta teve ainda lampejos de brilhantismo, incluindo a conquista do Pan-Americano de 2007, mas contusões atrapalharam sua continuidade no tênis e o levaram a deixar o circuito precocemente.

Fotos: Ron C. Angle / TPL


ANDRÉS GOMEZ
NASCIMENTO: 27/02/1960, EM GUAIAQUIL, EQUADOR ALTURA E PESO: 1,93 M E 84 KG CANHOTO


HABILIDADE NÃO TEM IDADE

Em 1990, Andrés Gomez já tinha 30 anos, uma idade considerável para um tenista. Muitos estariam parando ou já teriam parado. Este equatoriano, contudo, ainda tinha algo a mostrar ao mundo. Extremamente habilidoso, ele se manteve no top 20 por anos e anos. Naquela temporada, que poderia ser apenas mais uma aproximando-se do fim de sua carreira, Gomez reescreveu a história do tênis do Equador.

Até então ele nunca havia passado das quartas-de-final em nenhum Grand Slam. Ao chegar a Roland Garros, apesar de ser um top 10 e um grande tenista no saibro, ele não era visto como um dos principais candidatos ao título. Ainda assim, Gomez avançou. Na semifinal, enfrentou o batalhador Thomas Muster, que já demonstrava sua predileção pelo saibro, e o destroçou. Em seguida, na decisão, encarou ninguém menos que o prodígio Andre Agassi, que, na época, apesar de jovem, era um dos grandes nomes do circuito. Mas a experiência do equatoriano segurou o ímpeto do norte-americano e lhe garantiu o título.

A façanha garantiu a Gomez a quarta colocação no ranking e um lugar na história. Sua canhota venenosa ainda lhe valeu dois outros troféus em Majors em duplas, em Roland Garros de 1988 e no US Open de 1986. Em simples, ele terminou a carreira com 21 títulos (em duplas somou 33). Sua última conquista de torneio ATP foi no Brasil, em 1991, em Brasília.

O sucesso de Gomez pavimentou os caminhos do tênis em seu país, que mais recentemente teve Nicolas Lapentti, e até hoje ele é um dos principais incentivadores da modalidade no Equador.

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GORAN IVANISEVIC
NASCIMENTO: 13/09/1971,
EM SPLIT, CROÁCIA
ALTURA E PESO: 1,93 M E 82 KG
CANHOTO

ACE
Uma média de quase 30 aces por jogo. Foi assim que Goran Ivanisevic pavimentou seu caminho até a final de Wimbledon em 1992. Aos 20 anos, o croata de 1,93m quebrou todos os recordes de aces durante um Grand Slam, no Aberto inglês. Na época, ele já era top 10 e seus adversários conheciam a força de seu serviço.

Durante aquela incrível campanha na grama, o canhoto, nascido em Split, venceu Ivan Lendl, Stefan Edberg e Pete Sampras, em sequência, para trombar com o baixinho Andre Agassi na final. O norte-americano até então, assim como Ivanisevic, nunca havia vencido um Grand Slam na carreira e de nitivamente não tinha um jogo totalmente compatível com aquela superfície rapidíssima. Na decisão, o croata disparou 37 aces, três a mais do que Agassi fez durante toda a competição, e terminou com 206. Ainda assim, ficou com o vice.

Esse duro revés, no entanto, não abalou Ivanisevic, que perseguiu o título de Wimbledon durante os anos seguintes e até quase que o crepúsculo de sua carreira. Em 1994 e 1998, voltou a fazer a final na Inglaterra, mas, nessa época, Sampras era o verdadeiro rei da grama e o impediu.

Ivanisevic, conhecido por seu saque devastador e por suas explosões de raiva em quadra (geralmente contra si mesmo por conta de erros bobos), manteve-se no top 10 por anos a fio com seu poderoso saque-e-voleio e colecionou 22 títulos (incluindo alguns no saibro) e mais 27 vice-campeonatos. Em 1996, registrou 1.477 aces em uma única temporada, recorde até hoje.

Seu grande momento, contudo, veio em 2001, já com quase 30 anos. Então número 125 do mundo e sem grandes perspectivas de continuar a carreira por mais tempo, foi agraciado com um convite para o Major inglês. Foi o suficiente para que Ivanisevic desse seu canto do cisne, com uma vitória épica, a primeira de um convidado na história dos Grand Slams.

Fotos: Ron C. Angle / TPL


MARK PHILIPPOUSSIS

NASCIMENTO: 07/11/1976,
EM MELBOURNE, AUSTRÁLIA
ALTURA E PESO: 1,96 M E 103 KG
DESTRO


SCUD
O apelido de míssil não é à toa. Assim que despontou no circuito, no fim dos anos de 1990, Mark Philippoussis espantou o mundo com a potência de seu saque. A força de Alexandre "O Grande", tatuado em seu braço direito, parecia ajudar o australiano a disparar mísseis indefensáveis de mais de 220 km/h, que destroçavam os oponentes, especialmente nas quadras rápidas.

 

Aos 23 anos, em 1998, seus saques bombásticos o levaram à final do US Open - que ele acabou perdendo para o compatriota Patrick Rafter. No ano seguinte, já estava no top 10, porém, aí começaram seus problemas de contusão. Um rompimento na cartilagem do joelho esquerdo fez com que ele sofresse uma artroscopia. Philippoussis voltou a jogar, mas o joelho continuaria sendo um grande empecilho para novas conquistas.

Em 2003, depois de longo período afastado devido à antiga contusão, fez uma volta triunfal. Com 178 aces durante todo o torneio, foi à final de Wimbledon. Acabou sendo derrotado por Roger Federer, que, assim, conquistava seu primeiro Grand Slam.

Mas a dor desta derrota foi superada na mesma temporada, em novembro, durante a Copa Davis. Jogando em casa e na grama, os australianos até podiam ser considerados favoritos contra a Espanha, mas o confronto se mostrou mais parelho do que se imaginava. Philippoussis perdeu para Carlos Moyá no primeiro dia, mas vencia facilmente Juan Carlos Ferrero no domingo por 7/5 e 6/3. Bastava ganhar mais um único set e a Austrália levantaria a taça pela 28 vez na competição. No entanto, o australiano começou a sentir dores intensas no terceiro set, que o impediam se sacar propriamente e se movimentar. Ele passou a ser dominado por Ferrero, que fez 6/1 e 6/2. Quando todos pensavam que a decisão iria para o quinto jogo entre Lleyton Hewitt e Moyá, Philippoussis conseguiu algo impensável. Depois de longo tratamento no intervalo para o último set, voltou como um trator e massacrou o espanhol por 6/0, selando a vitória de seu país.

Nos anos seguintes, a contusão no joelho (desta vez no direito) voltou a atormentar um dos "homens mais bonitos do mundo" (eleito por duas vezes na lista da People), que teve de encerrar a carreira.

 

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YEVGENY KAFELNIKOV

NASCIMENTO: 18/02/1974,
EM SOCHI, RÚSSIA
ALTURA E PESO: 1,90 M E 84 KG
DESTRO

FORÇA RUSSA
A maioria dos fãs de tênis do Brasil lembram de Yevgeny Kafelnikov por ele ter sido derrotado nas três vezes nas quartas-de-final de Roland Garros por Guga nos anos em que o catarinense venceu o Grand Slam francês. Em 1997, o russo era top 3 e tinha sido campeão de Roland Garros no ano anterior. Em 2000, Kafelnikov tinha sido finalista do Australian Open e havia já alcançado o primeiro posto do ranking. Em 2001, o russo continuava no top 10, mas Gustavo Kuerten era o rei do saibro.


No entanto, a fama de Kafelnikov não se deve a essas derrotas para Guga, mas ao grande talento, jogo pesado - com uma esquerda de duas mãos extremamente potente - e regularidade em ritmo alucinante de trocas de bola. Esse estilo de golpes duros de fundo de quadra era uma nova tendência numa época em que o circuito ainda era dominado pelo saque-e-voleio nas quadras rápidas, ou então pelos fundistas no saibro.

Mandando nos pontos da linha de fundo, o russo conseguiu bons resultados em quase todos os tipos de quadra e seus resultados sempre foram muito consistentes. Somente na grama seus golpes chapados não rendiam como nos outros pisos.

Ele mostrou a que veio logo em seus primeiros anos no circuito. Tanto que, em 1995, três anos após entrar no profissionalismo, já estava no top 10, alcançando quartas-de-final no Australian Open e Wimbledon e semifinal em Roland Garros. No ano seguinte, veio o título na França.

Em 1999, venceu o Australian Open e se tornou número um do mundo, o primeiro russo a conquistar a façanha, o que mereceu até reconhecimento do presidente do país na época, Boris Yeltsin, que mandou um telegrama congratulando o primeiro compatriota, em 122 anos de história do esporte, a se tornar o melhor tenista do mundo. No ano seguinte, mais uma glória: a medalha de ouro olímpica, em Sydney.


Fotos: Ron C. Angle / TPL

THOMAS ENQVIST
NASCIMENTO: 13/03/1974,
EM ESTOCOLMO, SUÉCIA
ALTURA E PESO: 1,90 M E 88 KG
DESTRO

DA POTÊNCIA SUECA
Quando em 1991, Thomas Enqvist alcançou o primeiro lugar do ranking juvenil - depois de vencer o Australian Open e Wimbledon e ser vice em Roland Garros -, a Suécia parecia ter garantido um sucessor para sequência de grandes jogadores que o país teve desde Bjorn Borg, passando por Mats Wilander, Stefan Edberg, Joakim Nystrom, Anders Jarryd, Mikael Pernfors etc.

No entanto, Enqvist, como profissional, acabou ficando um pouco aquém das altas expectativas do tênis de sua nação. Ainda assim, ele foi um tenista extremamente regular, que esteve durante muito tempo no top 10 e top 20 com seu jogo de força. Até que, em 1999, veio seu grande momento.

No Australian Open, torneio que havia vencido como juvenil oito anos antes, fez uma campanha espetacular. Logo despachou Patrick Rafter (número três do mundo na época) e Mark Philippoussis, as esperanças australianas para o título. Depois, barrou a ascensão de Nicolas Lapentti na semifinal. Na decisão, em uma partida dura contra Yevgeny Kafelnikov, acabou sucumbindo.

O vice-campeonato na Austrália deixou Enqvist em quarto lugar no ranking, sua melhor colocação na carreira. O sueco terminou seu tempo como profissional com 19 títulos, sendo três de Masters Series (atual Masters 1000).

Da redação

Publicado em 17 de Maio de 2011 às 06:05


Torneio

Artigo publicado nesta revista