Jogando como um campeão

Grande parte dos tenistas amadores acredita que jogar com a raquete do ídolo faz com que seu jogo melhore, mas, a verdade é que você deve buscar a melhor raquete para o seu estilo


Ron C. Angle/TPL

QUANDO SE FALA EM ESCOLHER uma raquete, sempre fui um jogador da moda: nada menos do que a raquete do numero um do mundo servia para mim. Comecei a jogar no início dos anos 80 com a raquete do meu primeiro ídolo, Bjorn Borg, a Donnay laranja e preta - uma marreta entalhada em madeira.

Com a pressão da revolução dos grafites midsize - e querendo me associar a um campeão em vez de um aposentado - troquei para a raquete do meu segundo ídolo, John McEnroe, a Dunlop Max 200G, em 1984.

Mesmo quando Mac começou a decair, fiquei com a velha raquete verde e preta durante o colégio, até que o próximo grande jogador norte-americano, Pete Sampras, surgiu do nada para ganhar o título do US Open 1990. Sampras nunca foi um ídolo meu, mas imediatamente adorei a versão da Wilson Pro Staff que ele usava - de cabeça 85 in² e extremamente dura. Levei 10 anos para trocar de modelo, e mesmo agora quando eu a pego no armário e faço alguns movimentos, ainda a sinto perfeita - perfeitamente dura.

TESTAR

Em cada verão durante os últimos anos peguei uma nova raquete no escritório da revista Tennis (norte-americana) para testar. Isso não é um hábito ruim, porém me impediu de me acostumar com qualquer uma delas. Não havia muita lógica ou razão nas minhas escolhas e eu sempre tinha que alterar o meu jogo levemente todo ano para ele se encaixar com a minha nova, porém temporária, raquete.

Em um determinado verão usei o modelo Boris Becker Serve Man; em outro ano foi uma Yonex com um padrão de cordas muito aberto. No ano passado, voltei às origens com uma Donnay de aro fino. E, em uma temporada, até tentei usar a nova raquete do número um do mundo, quando tive uma breve e difícil relação com a Wilson que Roger Federer estava usando no momento. A raquete cabeça 90 in² de Federer não era fácil de manusear, mas, quando você fazia tudo certo, a batida saia muito boa.

McEnroe, Becker, Sampras, Federer, Nadal, Djokovic... os números um mudam e as suas raquetes viram moda

Sempre fiquei maravilhado de como os profissionais basicamente querem as coisas mais duras que encontram para jogar, e como eles, depois, fazem disso algo ainda mais duro adicionando todos os tipos de peso. Experimentei uma Fischer do Yevgeny Kafelnikov em um ano durante Wimbledon e tive que dispensá-la depois de 15 minutos. Não estou certo do que exatamente fiz com o meu braço, e não quero saber. Mas levei uma semana para me recuperar.

Ron C. Angle/TPL

Pense bem antes de mudar de modelo apenas por que seu tenista favorito o utiliza

ABANDONE PRECONCEITOS

Quando, no começo de 2011, pensei em experimentar a Head cabeça 100 in² de Novak Djokovic, fiquei preocupado. Nunca tinha usado nada maior do que 95 in² e não queria admitir que talvez eu precisasse de uma cabeça maior para poder recuperar um pouco da potência dos golpes que inevitavelmente havia perdido. Mas Djokovic era o número um do mundo, então decidi manter a tradição.

A princípio, não gostei da raquete. O tamanho maior da cabeça me incomodou. Ela é uma raquete um pouco maior do que você acha que precisa para golpear e é particularmente difícil de bater a esquerda com uma mão (geralmente são os caras que jogam com duas mãos que usam as raquetes maiores e assim percebo por que Roger Federer relutaria em trocar a sua raquete). Contudo, depois de algumas aulas, peguei o jeito da Head. Meu primeiro saque ganhou mais força, meu segundo saque estava mais pesado e eu estava conseguindo bater a esquerda com topspin mais facilmente. Meus adversários imediatamente sentiram a diferença. Tive que admitir: eu realmente precisava desse tamanho maior.

Naturalmente, todos os problemas não foram resolvidos repentinamente para sempre. Eu ainda cometia o mesmo número de erros no primeiro saque e ainda batia algumas esquerdas longe e feias nos momentos mais inoportunos, ainda tentava uns desaconselháveis approaches na cruzada - não havia nada que a raquete do Djokovic pudesse fazer a esse respeito. No entanto, a raquete de cabeça maior me deu um pouco de vida nova e talvez novas perspectivas de melhorar o meu jogo. Tenho sido capaz de me mover atrás da linha de base novamente. É divertido ter tempo de se preparar e bater bolas com topspin lá de trás. Ter a liberdade de jogar da maneira como gosto, mesmo que não seja do modo mais inteligente: essa é a melhor coisa quando se tem uma raquete nova.

From Tennis Magazine. Copyright 2012 by Miller Sports Group LLC. Distributed by Tribune Services

Stephen Tignor

Publicado em 30 de Março de 2012 às 09:11


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Artigo publicado nesta revista