Vencedora!

As críticas foram muitas. “Torneio fraco”, “mudança inoportuna”, “falta de investimento”, “sem graça” etc. Os organizadores do Brasil Tennis Cup, o WTA realizado em Florianópolis, tiveram de lidar com todo o tipo de controvérsia. Para piorar, poucos dias antes de começar o torneio, a chance de mais uma enxurrada de críticas aumentou exponencialmente quando as duas brasileiras garantidas na chave se machucaram. Teliana Pereira teve problemas no joelho e Beatriz Haddad Maia, no ombro. Bia não se recuperou e logo desistiu. Teliana iria tentar. Um dia antes, Paula Gonçalves ainda fraturou o mindinho. Era o prenúncio de um desastre brasileiro.

Mas não. Teliana sofreu, como está acostumada, mostrou toda a sua garra, chegou a inspirar a jovem Gabriela Cé (que surpreendeu e atingiu as quartas), e fez o que todos mais desejavam: levantou um título no Brasil. Foi seu segundo na carreira, ambos neste ano. Um feito e tanto para o tênis feminino brasileiro que vive se remetendo aos anos 1980 quando quer encontrar os nomes de tenistas que conseguiram brilhar na WTA.

A vitória de Teliana em Florianópolis, diferentemente do que pensam os críticos, não é um alívio, mas um alento. Aos 27 anos, ela sabe que ainda tem muito a fazer no tênis e admite e defende a ideia de que, se ela pode, as outras também podem. As meninas estão vendo que uma garota de origens humildes e que não possui grandes golpes é capaz de, com sua determinação, estar entre as top 50 do mundo. É preciso seguir sua trilha. Não que isso seja fácil ou simples, mas é possível.

Teliana é o grande exemplo do tênis brasileiro atualmente, tanto para quem um dia sonha em alcançar (e superar) seus feitos, quanto para nós, amadores, que percebemos que nem sempre a melhor técnica, os melhores golpes, determinam a vitória. Vencer é mais do que acertar aces ou winners.

E, por isso, todos os meses, a Revista TÊNIS traz uma coleção de artigos nos quais você desvenda todos os segredos do jogo de tênis, desde a melhor execução de um golpe até as dicas mentais para você ser capaz de superar qualquer obstáculo que se apresente do outro lado da rede, ou mesmo do seu próprio lado. Por isso, nesta edição, mais uma vez, vamos aprender com Teliana e com outros tantos exemplos que farão de você não somente um melhor tenista, mas uma pessoa melhor.

Bom jogo!
Arnaldo Grizzo e Christian Burgos