Entrevista
Mineiro também comentou sobre os títulos na Ásia e sobre a parceria entre a CBT e FFT
Crédito: ZDL Comunicação
Atual #4 do mundo e com 4 títulos em 2018, o brasileiro Marcelo Melo está otimista para os últimos torneios da temporada no piso duro coberto. Com números expressivos ao lado do polonês Lukasz Kubot, chegam com moral para a disputa do ATP 500 de Viena na próxima semana, onde são bicampeões (2015 e 2016). A terceira melhor dupla da temporada possui 12 títulos juntos e 11 deles foram conquistados em pisos rápidos (duro e grama), com exceção do saibro de Madrid em 2017.
Melo e Kubot já estão classificados para o ATP Finals de Londres e o mineiro fará sua sexta participação. Na última edição, perderam para Kontinen e Peers na decisão e ficaram com o vice-campeonato. Em 2014, Marcelo jogou ao lado de Dodig e perdeu na final para os irmãos Bryan. Confira estes e outros assuntos como a amizade com Zverev, o momento de Djokovic e o foco na liderança do ranking nesta exclusiva com a Revista Tênis.
Realmente eu gosto muito de jogar lá na Ásia. Sempre com bons resultados em Xangai, com três títulos e a final do ano passado. Eu já tinha feito uma sequência como essa com o Raven Klaasen, tínhamos ganho Tóquio e Xangai, também no mesmo ano. É uma época do ano onde temos torneios muito bons para o meu estilo de jogo e eu gosto muito de lá, então acho que favorece demais nos os resultados
O piso rápido é normalmente melhor para nós, tanto que a gente gosta muito de jogar na grama também. Em Viena a expectativa é muito boa, a gente já ganhou lá duas vezes. Estamos jogando bem agora, então o importante é manter essa confiança, os pés no chão, continuar treinando bastante para chegar lá em Viena na melhor condição possível, porque é um torneio que a gente também gosta de jogar muito e já onde já tivemos bons resultados.
Kubot e Melo não eram parceiros fixos quando ganharam Viena pela 1ª vez. Divulgação ATP World Tour
A gente não pensou nisso, de terminar como dupla número #1. Estávamos muito focados em fazer bons resultados em Pequim e Xangai. Acho importante continuar com esse foco. Como eu sempre falo, terminar o ano como #1 ou com o título do torneio vem como consequência do nosso foco no dia a dia. Então é importante continuar sim treinando, focado, que aí de repente o título do ATP Finals vem, que sabe o número #1 de novo, mas é importante ficar com os pés no chão no dia a dia.
Vontade de ganhar o título sim, logicamente, por já ter feito duas finais. Mas eu não vejo isso como pressão, acho que a gente conseguiu fazer um bom ano para classificar e aproveitar a oportunidade de colocar o nosso melhor jogo em prática. Eu nunca me pressiono para ter títulos, eu me presssiono para manter a rotina ideal de treinos e aí sim os títulos vem como consequência. Então é chegar lá da melhor maneira possível e ir com tudo para quem sabe dessa vez conquistar o título.
O Novak vem jogando de uma maneira muito surpreendente agora. Ele tem tudo para terminar o ano como número #1 do mundo. O [Rafael] Nadal ainda não sei se confirmou a presença no Finals, mas o Novak vem jogando muito bem, mesmo com o Nadal junto vai ser difícil ganhar dele. Então eu acredito sim que ele vai terminar o ano como número #1 do mundo.
Todo mundo sabe dessa amizade que a gente tem no circuito, a gente procura curtir durante os torneios. É importante também ter esse lado, ele ajuda a me trazer para cima de volta e eu tentando incluir a dupla nele, quando a gente joga contra, nos treinos e nas brincadeiras. Às vezes isso é bom. Acabamos indo nos Estados Unidos para treinar, ou para Monte Carlo também. Lógico que treinar com um jogador de simples desse nível é muito bom. A gente acaba trocando experiências, conversamos muito de coisas a aprimorar, tanto no meu jogo quando no dele, mas nada que influencie tanto. Cada um tem seus treinadores e sua equipe para melhorar, mas às vezes uma brincadeira ou outra ali, acaba puxando. Às vezes eu desafio ele na simples, mas ele corre (risos).
Eu acho muito interessante esse torneio Roland Garros amador, porque traz o nome forte do torneio no Brasil. Essa parceria entre a CBT e a Federação Francesa é muito importante. Roland Garros é um torneio muito lembrado pelos brasileiros especialmente pelos títulos que o Guga teve e eu depois acabei tendo o título de duplas. É um torneio forte e, por mais que seja amador, vai influenciar as crianças que estiverem no torneio a querer jogar tênis, a querer disputar, jogar esse torneio um dia e quem sabe também o profissional. Então é muito importante ter esse tipo de parceria e torneio no país.
Publicado em 19 de Outubro de 2018 às 15:00