Tênis Renovado

Editorial - Edição 144


Roger Federer

Quem conhece a história do tênis sabe que, desde quando surgiu formalmente, em fins do século XIX, o esporte veio evoluindo em todas as frentes. Se antes era essencialmente amador, logo passou a ser profissional. Se antes era jogado com calças e saias longas, logo passou a requerer trajes mais adequados. Se antes as raquetes eram de madeira, logo incorporaram materiais mais leves e precisos. Se antes o jogo era lento, logo se tornou rápido. Se antes o estilo clássico de saque-e-voleio predominava, logo o jogo de fundo de quadra se desenvolveu.

E, assim, todos os aspectos foram evoluindo com o tempo. E, também com o tempo, o esporte foi alternando ciclos. Gerações de grandes sacadores foram sucedidas por gerações de grandes devolvedores que, por sua vez, mais recentemente, foram superadas por gerações que souberam incorporar novas armas aos seus estilos. Hoje, portanto, diferentemente do que ocorreu até o fim da década de 1990, não se consegue mais dividir o tênis em sacadores e devolvedores. Ainda há preferências por estilos mais agressivos ou defensivos, mas os jogadores top precisam dominar todos os golpes, todos os cantos da quadra.

Não só isso. Eles precisam também apresentar um perfil atlético invejável juntamente com uma força mental digna de mestres budistas. Somente assim são capazes de se sobressair.

Para muitos, o tênis “físico e mental” praticado atualmente, muitas vezes, acaba sendo monótono, pois dá pouco espaço para a criatividade, o improviso. As jogadas são marcadas. As táticas, esmiuçadas ao extremo. Nesse contexto, são raros os momentos de êxtase diante de uma jogada improvável. No entanto, mesmo em cenários duros como esse, o esporte não cansa de mostrar que pode se renovar.

Foi o que provou Roger Federer, aos 34 anos, quando, durante o Masters 1000 de Cincinnati, passou a responder alguns segundos saques de seus rivais de bate-pronto sobre a linha do T. O suíço deixou todos atônitos, desde os adversários até o público, com a nova tática. Muitos elogiaram, alguns criticaram, mas o certo é que a estratégia deu certo e lhe rendeu o título do torneio. Mais do que isso, outros passaram a imitá-lo.

Sendo assim, nesta edição, celebramos mais esta renovação do tênis e mostramos como você também pode se “reciclar”, mesmo que não seja usando a mesma tática de Federer. Mas, se quiser, também pode! Pois aqui você encontra tudo para dar vazão ao melhor de seu jogo.

Bom jogo!
Arnaldo Grizzo e Christian Burgos

Da redação

Publicado em 28 de Setembro de 2015 às 00:00


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Artigo publicado nesta revista

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