Editorial - Edição 140
Por mais que queiram, as “viúvas” de Guga já não têm argumento para falar mal do tênis brasileiro. Sete anos depois da aposentadoria definitiva de Gustavo Kuerten – o ídolo que colocou a “barra” fora da altura padrão antes considerada completamente inalcançável pelo nosso tênis e, na cabeça dos fãs mais apaixonados, estabeleceu que tenistas que não vencem Grand Slams e não se tornam número 1 do mundo não são dignos de vestir a “camisa amarela” –, podemos dizer que, enfim, o tênis brasileiro está estruturado.
A tão aguardada vitória de Teliana Pereira no WTA de Bogotá, mais de 20 anos depois da última conquista de uma brasileira em um evento desse porte, completou o quadro que tanto se esperava da modalidade quando Guga despontou. Mais do que um fenômeno isolado, hoje temos um leque maior de possibilidades. Temos simplistas, homens e mulheres, que, quando inspirados, são capazes de vencer grandes torneios. Temos duplistas que já ganharam Grand Slams e ainda prometem mais. Temos juvenis talentosos que despontam e vêm conquistando títulos inéditos para o país.
Sim, ainda temos desafios a superar em termos estruturais, mas não estamos mais órfãos. Agora, podemos torcer. E como foi bom torcer por Teliana. Sua história de superação certamente serve de exemplo para outras tantas meninas. Sua conquista deve abrir portas para um futuro ainda mais interessante no tênis feminino. Na verdade, já abriu, pois, não podemos esquecer que, horas depois de ela ter vencido, Beatriz Haddad Maia e Paula Gonçalves faturaram o título em duplas no mesmo torneio. Um feito e tanto. Esta edição, portanto, é dedicada a essas heroínas.
No entanto, também trazemos outros assuntos importantes. Primeiramente, fazemos um alerta sobre os perigos que o submundo das apostas esportivas apresentam para os jovens que dão seus primeiros passos no circuito profissional. Depois, você vai conferir dicas essenciais para fechar a rede nas duplas. Em seguida, os professores saberão como atrair e cativar mais crianças em suas aulas.
Tudo isso e muito mais você encontra em nossas páginas.
Bom jogo!
Arnaldo Grizzo e Christian Burgos
Publicado em 23 de Maio de 2015 às 00:00
O renascimento do tênis feminino e o fim de um jejum de 27 anos
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