Australian Open

Um Grand Slam feliz

André Sá conta o porquê de os tenistas gostarem de jogar o Australian Open e quais as diferenças dele para os outros Grand Slams


Ron C. Angle/TPL

POR QUE O ABERTO DA AUSTRÁLIA é tido como o Grand Slam mais amigável de todos? A primeira coisa que vem à cabeça é a aprazível cidade de Melbourne, com a tranquilidade e simpatia dos australianos. Melbourne não é uma cidade supervisitada por turistas, como Paris, Londres e Nova York. Então, não é aquela loucura toda nas ruas. Pela dificuldade de chegar até a Austrália (são horas ou até mesmo dias de voo), os tenistas não levam os familiares e amigos com tanta frequência como nos outros Grand Slams e isso faz uma diferença incrível dentro da área dos jogadores como no restaurante e sala de descanso e, com isso, fica tudo mais relaxado lá dentro.

HOSPITALIDADE

Os organizadores também têm a tradição de ter uma hospitalidade diferenciada em relação aos outros Grand Slams. Antigamente, o Australian Open tinha dificuldade enorme de conseguir trazer os melhores jogadores por causa da distância, então, quando raramente eles vinham, eram tratados com muito luxo. Hoje eles não têm problema de trazer os melhores, devido à alta premiação, mas a tradição da grande hospitalidade continua. Outra coisa que faz muita diferença é a distância do complexo de tênis do centro da cidade, e também dos hotéis oficiais. Da para ver da janela do seu quarto as quadras do complexo. São cinco minutos de carro do hotel e não aquela loucura de 30 a 45 minutos como acontece nos outros. Esse conforto é muito importante para os atletas.

TORCIDA

Outra coisa que só acontece na Austrália são as torcidas organizadas. Somente lá você vê torcedores de cara pintada e uniformizados. Sérvios, croatas, suecos, holandeses e, principalmente, gregos fazem a festa e os jogadores adoram essa energia que eles trazem. Mais uma facilidade são as quadras de treinos. Eles têm os clubes fora do complexo, mas dentro, além das quadras de treino, existem sete quadras cobertas, que nos dias de chuva ajudam muito - e também no final do dia elas sempre estão vazias, dando a oportunidade de fazer treinos específicos. Na reunião dos tenistas, a organização anunciou a construção de um prédio de quatro andares que vai ser a área de jogadores, com restaurante, vestiário e salas de estar; e também a construção de mais quadras para não precisar mais sair do complexo para treinar, deixando o torneio ainda mais confortável. A organização australiana é mais simpática que a francesa, mais bem humorada que a norte-americana e menos tradicional que a inglesa. Por isso, o Aberto da Austrália é considerado o Grand Slam mais amigável de todos.

André Sá

Publicado em 29 de Fevereiro de 2012 às 11:05


Torneio

Artigo publicado nesta revista

Brasil Open 2012

Revista TÊNIS 101 · Março/2012 · Brasil Open 2012