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Tênis brasileiro em crise!

Editorial - Edição 132


NÃO SE ENGANE. A HOMÉRICA VITÓRIA DO BRASIL CONTRA A ESPANHA, que nos rendeu uma vaga no Grupo Mundial da Copa Davis em 2015, nada mais é do que uma falácia tenística. A verdade é que o tênis nacional vive uma crise sem precedentes.

Portanto, não se deixe enganar com esses pequenos alentos. A Espanha veio com um time remendado e só por isso ganhamos – e com sorte. E as grandes atuações de Thomaz Bellucci e da dupla de Bruno Soares e Marcelo Melo? Tudo circunstancial, não se iluda.

Aliás, não se engane também com os resultados dos duplistas mineiros nos últimos anos, alcançando quatro finais de Grand Slam. Não se deixe iludir especialmente pelos dois títulos de duplas mistas de Soares no US Open. Pois, esta sequer é uma modalidade verdadeiramente reconhecida. Homens jogando ao lado de mulheres? Onde já se viu?

Isso mesmo, não se ludibrie com as campanhas de Melo e Soares. Pois, o que significa ser vice-campeão de duplas em um Grand Slam, campeão em Masters 1000, ser top 10 e ter participado do ATP Tour Finals? No fundo, nada! A dupla é e sempre foi uma modalidade menor, aquela brincadeira que os velhinhos do clube jogam.

Sim, caro leitor, acredite, a crise no tênis brasileiro é grave. Portanto, tampouco se iluda com os resultados dos juvenis brasileiros nos Grand Slams, nos quais fizeram quatro finais em duplas nos últimos três anos. Foram dois vice-campeonatos seguidos em Roland Garros de Beatriz Haddad Maia em 2012 e 2013, outro vice no US Open deste ano com João Menezes e Rafael Matos, e o também recente título de Wimbledon de Marcelo Zormann e Orlando Luz. Quem liga para o tênis juvenil? Os melhores adolescentes não querem nem saber e já vão direto disputar entre os profissionais.

É, caro leitor, a situação do nosso tênis é terrível mesmo. Quando Guga se aposentou, o tênis acabou para nós. O fato de Bellucci ter estado perto do top 20 e de agora a tal Teliana Pereira ter ingressado no top 100 de nada vale. Sim, o tênis brasileiro está morto e enterrado.

PS- Aviso aos que acreditam que só notícia ruim vende: isso é um ironia.

Bom jogo!
Arnaldo Grizzo e Christian Burgos

Da redação

Publicado em 26 de Setembro de 2014 às 00:00


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Artigo publicado nesta revista