Cara a cara com o ídolo

Você já experimentou a sensação de estar diante de seu grande ídolo? E de jogar com ele na plateia? E de ouvir seus conselhos antes e após o jogo? A meninada que foi à segunda edição da Copa Guga Kuerten sentiu...





CAPITÃO DA DAVIS? Treinador de juvenis e profissionais? Ator de teatro? Surfista? Quando Gustavo Kuerten se aposentou em 2008, inúmeras questões ficaram sobre seu futuro, assim como o futuro do tênis nacional sem seu maior ídolo. Nos anos que se seguiram, Guga não esteve de todo longe do tênis, contudo, optou, em um primeiro momento, em não entrar diretamente nas engrenagens que regem o esporte no Brasil.

No entanto, aos poucos foi dando seus passos na direção de, um dia, ser referência também fora das quadras, como dirigente, promotor, ou ainda mais do que isso, uma pessoa que pode influenciar decisivamente os rumos do tênis brasileiro. Sendo assim, pelo segundo ano consecutivo, a Semana Guga Kuerten fez de Florianópolis novamente a capital do tênis no Brasil. Além do torneio infanto-juvenil, o evento também contou com clínicas e bate-papo com o técnico Larri Passos e o ex-tenista Fernando Meligeni.


Com um formato mais interessante do que apenas um torneio juvenil, a Copa Guga Kuerten oferece palestras e tem o objetivo de incentivar a prática de tênis através de ilhas de minitênis espalhadas pelos principais pontos turísticos, praças e escolas de toda capital catarinense. A parte social também não foi deixada de lado, e a participação de crianças atendidas pelo Instituto Guga Kuerten - fundação beneficente que leva o nome do tricampeão de Roland Garros - foi ainda mais notável nesta temporada. Além disso, cursos de capacitação de professores e ações de responsabilidade social ajudaram a levar mais de 35 mil pessoas ao evento.

Se não bastassem todos esses atrativos, Guga ainda fez questão de mostrar à sua legião de fãs que, mesmo às vésperas de completar 34 anos, ainda traz traços do tênis que o levou ao topo do tênis mundial no início dos anos 2000. Jogando contra um de seus rivais mais famosos dos tempos do circuito, o russo Yevgeny Kafelnikov, que fez parte de alguns dos principais momentos de sua carreira (foi derrotado nas quartas-de-final nas campanhas do três títulos em Paris), Guga levou ao delírio o público na arena montada nas quadras do Lagoa Iate Clube, sede do torneio.

Partida amistosa à parte, para a criançada a Copa Guga Kuerten representava a chance de somar valiosos pontos no ranking nacional e se destacar jogando um tênis de alto nível em frente justamente de seu maior ídolo. Sob os olhares de Guga, os meninos e meninas de 12, 14, 16 e 18 anos duelaram por oito dias. Viajaram a Florianópolis tenistas de 23 Estados brasileiros e como o objetivo era atender crianças de todas as idades, a meninada de menos de 10 anos também pôde participar através da divertida Copinha Guga Kuerten.

Por fim, depois de vários dias de tênis em todas as suas vertentes, como sempre ocorre no esporte, apenas um jovem em cada categoria conquistou o título, mas, todos certamente saíram de lá mais encantados com o tênis do que nunca e, provavelmente, sonhando em seguir a trilha daquele que inspirou muitos meninos a começar no esporte.

Meligeni foi um dos que passou suas experiências para os jovens durante a Copa

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Orlando Luz

TER UM ÍDOLO NA PLATEIA
Você já imaginou a sensação de Roger Federer de jogar a final de Wimbledon 2009 e ter na arquibancada ninguém menos que Pete Sampras, um de seus ídolos de garoto e que, caso o suíço vencesse, teria seu recorde de 14 títulos em Grand Slam superado? Difícil imaginar, mas a garotada que jogou a Copa Guga Kuerten certamente sentiu aquele friozinho na barriga na hora de entrar em quadra. Imagine estar jogando e, ao lado, no alambrado, estar o tricampeão de Roland Garros assistindo, mesmo que seja alguns pontos apenas?

"Guga é e sempre será meu ídolo, vê-lo tão próximo aos juvenis só faz aumentar esta admiração", disse Thiago Monteiro, campeão da categoria 16 anos. "Estar aqui, posando ao lado do Guga para as fotos me deixa muito feliz, pois ele não é um ídolo só meu, mas de todo o País", comentou Orlando Luz, vencedor da categoria 12 anos. Mas não era só a figura de Guga que "pressionava" os garotos. Meligeni, André Sá e Larri Passos também estavam por lá observando e passando suas experiências para a molecada.

"Gosto muito do Fino, me identifico, tenho garra, sou brincalhona, então foi ótimo passar por esta experiência. O Meligeni é uma inspiração", contou a carioca Ingrid Martins. Sobre Larri, o treinador Gonçalo Fisher falou: "Ele é uma inspiração para nós, técnicos, não só porque exige muito dos atletas, mas, sobretudo, por seu comprometimento com o tênis, por seu exemplo de dedicação e esforço, como forma a base da qual o atleta vai precisar se tiver talento e força de vontade suficiente para se tornar um campeão".

RESULTADOS
Exibição
Gustavo Kuerten (BRA) v. Yevgeny Kafelnikov (RUS) 6/3 e 7/6 (4)
Copa Guga Kuerten - Finais
12 anos Feminino (chave A)
Giovanna Caputo (MG) v. Luiza Souza (BA) 6/2 e 6/3
12 anos Masculino (chave A)
Orlando Luz (RS) v. Victor Castro (RS) 6/3 e 6/4
14 anos Feminino (chave A)
Luana Trautwein (SC) v. Juliana Cardoso (SP) 6/2, 2/6 e 6/2
14 anos Masculino (chave A)
Gabriel Hocevar (RS) 6/3 e 6/3 v. Osni Santos Junior (SP)
14 anos Masculino (chave 1)
Edinei Sousa (MA) v. Fernando Yamacita (PR) 6/3 e 7/6 (5)
16 anos Feminino (chave A)
Suellen Abel (RS) v. Juliana Gonçalves (RJ) 6/2, 4/6 e 6/2
16 anos Masculino (chave A)
Thiago Monteiro (CE) v. Pedro Dumont (DF) 6/3 e 6/2
16 anos Masculino (chave 1)
Athila Rauch (RO) v. Gabriel Veronese (PR) 7/5 e 7/5
18 anos Feminino (chave A)
Priscila Garcia (PR) v. Mariah Plauth (SC) 6/4, 6/7 e 6/2
18 anos Masculino (chave A)
Raul Francisquiny (SP) v. Renato Santos (SP) 6/4 e 6/2


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Guga e Kafelnikov reviveram os grandes duelos
Priscila Garcia Raul Francisquiny
Os vencedores da Copa Guga
José Eduardo Aguiar

Publicado em 27 de Setembro de 2010 às 14:07


Torneio

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