Aberto de São Paulo mostrou que o tênis nacional tem futuro
O ABERTO DE SÃO PAULO, como sempre, dá início à temporada do tênis nacional e internacional. Já era barbada que o argentino Guillermo Cañas seria o campeão. Nesse nível de Challengers, o argentino dá aulas aos seus concorrentes e a vitória, sem nem mesmo perder um set, já era previsível.
Nessa temporada de 2007, Cañas deve voltar a seu lugar, que é entre os 25 melhores do mundo, já que fisicamente o garoto esbanja força, velocidade e resistência. Além de um equilíbrio mental e atitude impecáveis.
Nessa temporada de 2007, Cañas deve voltar a seu lugar, que é entre os 25 melhores do mundo, já que fisicamente o garoto esbanja força, velocidade e resistência. Além de um equilíbrio mental e atitude impecáveis.
O garoto tem a cabeça totalmente centrada e atitude humilde. Tudo isso associado a uma boa direita e um excelente saque. Melhorando o voleio, o slice de esquerda e a maturidade, pode, e deve, ainda em 2007, fazer estragos. Vale a pena torcer.
Outra grata surpresa foi Rogério Silva que também vem de família com sangue na veia. Boa direita, bom saque, boa atitude, mas precisa de uns dez quilos de força para encarar seus concorrentes de agora em diante.
Até então desconhecidos, os dois brasileiros mostraram que há sim uma luz no fim do túnel e que, para os pessimistas de plantão e outras viúvas do Guga, há sim vida e esperança para os tenistas brasileiros.
GUGA RETORNA!
O ano 2007 marca definitivamente a volta do Guga. E alguém que já fez tanto pelo tênis brasileiro merece todo nosso credito e nossa torcida. O futuro a Deus pertence e não tenho dúvida que Deus é brasileiro e que o Guga tem uma linha direta com ele.
Quanto às mulheres, Roxane Vaisemberg, Teliana Pereira e Jenifer Widjaja são os maiores destaques. As três são jovens e mostram que têm fome de jogo, algo que sempre me pareceu escasso entre nossas mulheres. Roxane Vaisemberg, agora com nova coordenação técnica, tem tudo para ter um excelente ano.
Nossos jovens têm brilhado e muito. José Pereira vem ganhando bastante na categoria 16 anos. O fato de vir das camadas menos favorecidas deve ajudar na motivação e na atitude. Só espero que o garoto não ande de carro de bombeiro por ter ganho um torneio na Colômbia. O circuito Sul-Americano é importante, mas não pode ser considerado de primeira linha. Onde a batata assa é pela Europa e pelos Estados Unidos. Um resultado que seria importante é o de um Grand Slam, onde não faltam os melhores juvenis do mundo.
Um belo nome para se ter em mente é o do carioca Cristian Lindell, 15 anos, mas já perto de 1,90m. Filho do sueco Lars Lindell, o garoto tem a vantagem de, primeiro: não ter pais chatos. Segundo: já ter competido na Europa algumas vezes. E, terceiro: ter um bom técnico, o popular Marcos dos Anjos, que só é anjo no nome. Dessa laranja vai sair suco.
A televisão vai continuar mostrando muitos jogos. O Sportv exibirá aproximadamente 600 jogos ao vivo, levando os melhores torneios até a sua casa. Wimbledon, US Open, todos os Masters Series, Copa Davis, WTA, Brasil Open. Tênis da melhor qualidade, que se repete a cada ano, mostrando que já é um produto sólido, com ótimos patrocinadores e audiência qualificada. Por lá, sinto muito, mas não entendemos de vinhos... E segue o baile!
O paulista Dácio Campos foi tenista profissional e titular da equipe brasileira da Copa Davis. Atualmente trabalha como comentarista do SporTV. |
Publicado em 6 de Fevereiro de 2007 às 08:09