A agonia da derrota

Veja como superar, de maneira positiva, a angústia de perder uma partida


Ron C. Angle
Ron C. Angle

Quando jogava o circuito na era amadora, amava quase todos os aspectos do esporte. Os torneios carregavam a promessa inicial da vitória e os treinos eram divertidos, pois eu os via como um caminho para vencer. Além disso, gostava de bater na bola, competir e da camaradagem dos outros tenistas. Havia apenas um único elemento ruim: perder.
Depois da derrota, especialmente se era em uma partida apertada e eu tinha desperdiçado algumas chances para vencer, era uma agonia só. Não queria conversar com ninguém e geralmente me escondia em meu quarto, meditando cismado. Revivia cada erro crucial com detalhes excruciantes; a angústia perdurava por horas, às vezes por dias. Mesmo agora, quando jogo apenas para me exercitar e por diversão, ainda odeio perder.
Ficar ruminando a derrota ajudava? De alguma maneira, sim. Ajudava-me a identificar fraquezas em meu jogo e me motivava a treinar mais. Também me mantinha lutando em jogos longos, quentes e difíceis, porque eu sabia o que me esperava se eu desistisse.
Ao mesmo tempo, a obsessão com a derrota era destrutiva. Ela aumentava a pressão pela vitória, o que fazia com que eu ficasse mais susceptível a travar nos jogos. Ela também amplificava o estresse geral e uma partida virava uma mistura de grande prazer e dor imensa. Retrospectivamente, as minhas reações eram, em medida geral, contraproducentes. Os custos superavam em muito os benefícios.

#Q#
Todas as derrotas abalam sua confiança, mas quando mais emoções estão ligadas à derrota e quanto mais sua mente as ressaltam, mais dano elas produzirão. Você precisa apagar a derrota o mais rápido possível. Isso pode ser difícil, pois os jogos de tênis parecem ser mais importantes do que eles realmente são; e as derrotas ficam na cabeça já que os jogadores tendem a se culpar por elas. A melhor maneira para contrapor isso é livrar sua mente da derrota. Você pode ser proativo e ir para o treino e trabalhar em suas fraquezas. Ou pode se inspirar nos grandes campeões australianos como Roy Emerson, Fred Stolle e John Newcombe: saia com seus amigos, tome umas cervejas, dê umas risadas e esqueça o tênis.

Quando estiver tentando se purificar de uma derrota particularmente terrível, ajuda se você entender melhor seus erros. Eles são reações imediatas de situações na quadra, não de seus pensamentos. Você não planejou cometer um erro na rede ou bater a bola para fora; essas coisas acontecem porque você perde o tempo do golpe. Você não decide errar, você erra pois é impossível ficar sem errar. Nesses casos, há poucos benefícios em ficar relembrando seus erros infinitamente. Passe por cima deles e siga em frente.
Naturalmente, isso não significa que você não aprenderá com suas derrotas. Um pequeno benefício de perder é que suas fraquezas são expostas. Elas acontecem durante o estresse da competição e depois você pode ver o que funcionou e o que não. Mesmo que não consiga treinar para contornar wsuas fraquezas, você pode considerar mudanças na estratégia. Por exemplo, se seu backhand lhe abandonou, você pode pensar em fugir da esquerda (se for destro) e bater forehands ou ir à rede com mais frequência. Nesse estágio você deve se focar em tentar tirar algo útil das derrotas em vez de ficar martelando sua cabeça com elas. Mais importante, da próxima vez que disputar uma partida, esteja preparado empregar um pouco mais de disciplina mental para compensar qualquer queda de confiança. Aja positivamente, pois há algo para gostar quando se é derrotado: isso faz sua próxima vitória ser muito mais saborosa.

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Domingos Venâncio Dep. De Capacitação Da Cbt

Publicado em 15 de Junho de 2010 às 10:19


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