Terra de gigantes

Us Open 2009 terminou com a volta triunfal de Clijsters e a ascensão de Juan Martin Del Potro


FOTOS: RON C. ANGLE/BEIMAGES SPORTS


GIGANTE NO TOPO
Há um ano, Juan Martin Del Potro chorou feito uma criança ao perder uma dura partida para Andy Murray nas quartas-de-final do Us Open. o rapaz, então com 19 anos, mesmo do alto de seus 1,98m não conseguiu conter as lágrimas após a derrota. Ele sabia que poderia ter vencido, que estava predestinado a vencer. Um ano depois, ele voltou à Nova York e devastou seus oponentes com saques e direitas poderosíssimas. Foi assim que passou por cima de Nadal e que conseguiu uma incrível virada contra Federer, num torneio que entrará para a história do tênis argentino - já que é o quarto tenista do país a conquistar um Grand Slam. No fim, chorou. ao que tudo indica, este gigante pode chegar ainda mais alto.

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2 ANOS NÃO SÃO NADA
Kim Clijsters finalizou a decisão do Us Open 2009, diante da dinamarquesa Caroline Wozniacki, com um belo smash. ajoelhou, chorou breves lágrimas e correu, já estampando no rosto seu cativante sorriso, em direção a seu box, para comemorar com amigos e familiares seu segundo título em Flushing Meadows, repetindo precisamente o roteiro de sua primeira vitória, em 2005. Tudo seria normal, não fosse o fato de que belga há algumas semanas era apenas mais uma aposentada do tênis; fora das quadras desde 2007, decidiu dedicar seu tempo à maternidade. Aos 26 anos, porém, ela voltou. "para ver como as coisas estavam, para recuperar sensações". Em um circuito carente de grandes campeãs, seus golpes de bases precisos e contundentes, aliados à agilidade de uma tenista no auge da forma, fizeram dela uma adversária capaz de derrotar as temidas irmãs Venus e Serena Williams. A belga passou pela decisão como se passeasse no Central Park com sua filhinha, Jada - que, aliás, roubou a cena na entrega do prêmio. Clijsters se tornou a terceira "mamãe" a vencer um Grand slam (as outras foram Margaret Court e Evonne Goolagong) e a primeira convidada a ganhar o Us Open.

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A MÁGICA DO MELHOR
Roger Federer não conquistou seu terceiro Major no ano. Nem por isso a participação do suíço no Us Open 2009 será menos lembrada. Pelo menos não por aqueles que assistiram sua partida contra Novak Djokovic, na semi. Com 0-30 a seu favor no game que lhe daria uma vaga na final, Federer respondeu ao lob do sérvio com a famosa, mas sempre improvável, "Grand Willy", abrindo 0-40, e fechando no ponto seguinte a partida com um winner de devolução. "Sempre treino isso, mas nunca funciona. por isso acredito ter sido o melhor golpe da minha vida". Federer pode ter sido superado por Del potro, mas jogadas como esta encerram as dúvidas de quem é o maior de todos.

FOTOS: RON C. ANGLE/BEIMAGES SPORTS APENAS MAIS UM ROSTO BONITO?
Caroline Wozniacki, 19, é a dona do mais belo sorriso do Us Open. Esse título ninguém pode lhe roubar. a dinamarquesa fascinou Nova York com beleza e simpatia. Ao ser derrotada por Clijsters na final, em vez de lágrimas, a vice-campeã exibiu um longo e lindo sorriso, que a acompanhou por toda cerimônia de premiação. Na derrota e na vitória, Wozniacki foi sempre a mesma. Um charme.

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TROFÉU LIMÃO
Serena Williams vai querer esquecer o Us Open 2009. Sem o título e a esperada primeira colocação no ranking da WTA, ela perdeu, também, o espírito esportivo. Após desentender-se com uma fiscal de linha por conta de um foot-fault, serena, melancolicamente, entregou a vaga na final para Clijsters após um jogo fascinante. "Juro por Deus que vou pegar essa bola e lhe enfiar goela abaixo", teriam sido algumas de suas palavras contra a juíza. Como já havia sido advertida no primeiro set, a confusão lhe rendeu a perda do ponto. O ponto da partida, no caso. No dia seguinte, arrependida da barbaridade cometida, pediu perdão aos fãs e à árbitra.

FOTOS: RON C. ANGLE/BEIMAGES SPORTS O "PALHAÇO" VOLTOU!
Djokovic saiu de Nova York "brigado" com a torcida no ano passado, após se envolver em polêmica com Andy Roddick. Porém, no Us Open 2009, a paz entre o sérvio e o público foi selada. O extrovertido Novak levou a plateia às gargalhadas com suas tradicionais imitações e quase trouxe o Arthur Ashe abaixo ao trocar bolas com John McEnroe. Na semifinal, contudo, levou mais uma aula de Federer.

 

QUASE LÁ
O torneio feminino do Us Open de 2009 foi completamente inusitado. Com diversas favoritas caindo logo nas primeiras rodadas, outra belga, além de Kim Clijsters, tornou-se destaque em Nova York. sem chamar muita atenção, Yanina Wickmayer chegou à semifinal, contudo foi barrada por Wozniacki.
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JOELHO? NÃO! ABDÔMEN
Todos apontavam os joelhos de Nadal como o problema que o espanhol teria que superar - além dos adversários - durante o aberto dos Estados Unidos. Rafa, contudo, saiu-se muito bem com os joelhos e avançou à semi. Lá, no entanto, padeceu com a força de Del Potro e dores no abdômen, que limitaram suas ações.

 

FOTOS: RON C. ANGLE/BEIMAGES SPORTS CINDERELA
Melanie Oudin, 17, foi o nome da primeira semana do torneio. A garota tomou conta das manchetes com suas vitórias sobre tenistas mais bem cotadas (todas russas, por sinal - como Elena Dementieva, Maria Sharapova e Nadia Petrova). A história de Cinderela de Oudin só terminou nas quartas, quando a dinamarquesa Caroline Wozniacki transformou em abóbora a "carruagem" da menina. será que ela aguenta a pressão de ser "o futuro do tênis" norte-americano? a mídia de lá espera, ansiosamente, que sim.
Felipe De Queiroz

Publicado em 29 de Setembro de 2009 às 13:12


Torneio

Artigo publicado nesta revista