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Rogerinho quer acabar com rótulo de 'saibreiro' e prega respeito por resultados no piso rápido

Brasileiro destaca jogo mais agressivo nos pisos mais velozes e, com 29 anos, crê que vem ficando mais versátil para jogar na maioria das superfícies


São Paulo (Brasil) - Pelo terceiro ano seguido avançou à segunda rodada do US Open. Novamente foi escolhido para representar o Brasil na Copa Davis. E os 29 anos parecem não ser problema algum para a motivação de um "menino" com fome de mais. Essa é a realidade de Rogério Dutra Silva, o Rogerinho, que atualmente é o segundo melhor tenista do País em simples.

Brasileiro tenta vaga nas quartas de final do Challenger de São Paulo nessa quinta-feira

E apesar dos belos resultados recentemente, Rogério mantém-se em uma posição aquém do que espera. Número 132 do ranking da ATP, o paulistano sofreu uma lesão no pé no começo do segundo semestre e teve que ficar afastado do circuito por mais de um mês, caindo bastante na classificação.

No entanto, Rogerinho acredita que, apesar de tê-lo prejudicado, a lesão também o ensinou muito. "Consegui aprender bastante nesse tempo afastado. Mesmo jogando menos partidas do que nos outros anos, consegui acrescentar mais, somar mais. É engraçado dizer isso, mas com 29 anos estou ficando cada vez mais maduro", afirmou Rogério em entrevista à Revista TÊNIS no Clube Helvetia, em São Paulo, na última quarta-feira.

O tenista paulistano revelou que anda sentindo dificuldades para mostrar o ótimo nível de tênis após defender o Brasil na repescagem da Copa Davis em série contra a Alemanha. Na semana passada, por exemplo, foi eliminado logo nas oitavas de final do Challenger de Porto Alegre.

Rogerinho chegou à segunda rodada do US Open em 2011, 2012 e 2013

No entanto, Rogerinho é persistente e tem confiança que pode retornar ao top 100 em breve. Um dos motivos é a maior versatilidade para se adaptar às quadras mais rápidas, superfície da maioria dos torneios ao longo do ano. Muitas vezes rotulado de "saibreiro", o jogador cobra mais respeito por suas recentes campanhas no piso mais veloz.

"Na verdade, gostaria que o pessoal olhasse mais os resultados. Porque acho que ficou um rótulo de: 'Rogério Silva? Saibro lento'. Se não tiver bola pesada e no nível do mar, o Rogerinho não consegue jogar. E não é muito o que acontece. Ganhei Challenger na altura, em Campos do Jordão [quadra rápida], fiz três anos seguidos de segunda rodada do US Open. Acho que as pessoas têm que enxergar um Rogério Dutra Silva mais versátil, porque aprimorei muito na quadra rápida, tornei-me um jogador mais agressivo, procuro mais à rede, jogo mais com o saque e ganho mais pontos. É óbvio que não está ainda no nível que quero, tenho que ser realista, mas estou trabalhando bastante. E, nessa idade que estou, mesmo fresco de cabeça, o tênis hoje é muito agressivo. Se nao me adaptar, eu nao vou conseguir chegar ao nível top 100 e ficar jogando só ATPs o ano inteiro, o que é o meu objetivo", encerrou Rogerinho.

Hoje, Rogerinho enfrenta o argentino Maximo Gonzalez, mesmo algoz de Porto Alegre, por vaga nas quartas de final em São Paulo. O jogo deve começar por volta das 14h (horário de Brasília) e a entrada é franca para o público acompanhar todos os jogos no Clube Helvetia, localizado na Avenida Indianópolis, n. 3145.

Por Matheus Martins Fontes, de São Paulo

Publicado em 3 de Outubro de 2013 às 09:01


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