Guerreiro
Espanhol admitiu que fez tudo o que podia no último domingo, citou entrega e luta em quadra e minimizou fato de perder pela sétima vez seguida para algoz
No esporte, é muito raro algum atleta declarar que tal derrota foi menos dolorosa do que a outra, afinal você acaba superado por alguém que busca o mesmo objetivo. Mas, pelo menos, para Rafael Nadal, dizer que o sétimo revés consecutivo para Novak Djokovic e, desta vez, passar por uma maratona de quase seis horas em quadra, é justo dizer que ele não poderia ficar menos orgulhoso.
Primeiramente por quase não ter disputado o torneio devido a fortes dores no joelho que quase comprometeu sua preparação para sua estreia no Aberto da Austrália. E, depois, por ter deixado tudo em quadra, uma de suas principais virtudes, o que fez com que a partida do último domingo quebrasse várias marcas dentro do esporte (final mais longa de Grand Slam/partida e final mais extensa da história do Australian Open).
Desta forma, o exausto Nadal confessou que o revés para Djokovic não deixou sequelas negativas para sua confiança. Pelo contrário, considerou o resultado como algo muito produtivo. "É a final que perdi que me doeu menos, porque fiz tudo o que era possível. Lutei de igual para igual com um jogador que é brilhante e estive muito perto de vencer. Levei Djokovic ao limite, algo que não tinha conseguido em 2011, e também levei a mim mesmo ao limite", disse o número 2 do mundo.
"É bom estar aqui lutando, tentando ir ao meu limite, levar o seu corpo ao limite de suas chances. É algo que eu sempre gostei, e sempre disse que é bom sofrer. Então, quando você está em forma, tem paixão pelo jogo, quando está pronto para competir, está apto a sofrer e a curtir o sofrimento. Eu não sei se estou me expressando bem, mas gostei de todos os problemas que tive na partida", completou Nadal.
Em 2011, o espanhol perdeu os seis confrontos diante do algoz e, pelo que afirmara na coletiva do último domingo (já segunda-feira em Melbourne), em nenhuma delas mostrou o nível desejado como alcançou nesta ocasião.
"Fisicamente, foi uma das partidas mais duras que já joguei. Mas tive muitas chances de conquistar o título e de vencer um jogador que me derrotou seis vezes no ano passado. Em nenhum momento de 2011, eu o coloquei em uma situação como hoje. Então, é um ponto positivo. Estou feliz por isso. Eu não tive problemas de concentração hoje contra ele. Então, é outro ponto positivo. Provavelmente, nunca mais vou dizer tantas coisas positivas depois de uma derrota", concluiu Rafa.
O espanhol, que se aproximou um pouco de Djokovic no ranking da ATP, deve tirar algumas semanas de folga e, depois, retornar aos treinos para as competições de piso rápido nos Estados Unidos, os Masters 1000 de Indian Wells e Miami. Em fevereiro, a Espanha jogará contra o Cazaquistão pela Copa Davis, porém o atleta não deve ser convocado pelo capitão Alex Corretja.
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Publicado em 30 de Janeiro de 2012 às 05:09