Martina Navratilova

Ela venceu o câncer, escalou montanhas e fica cada vez melhor com a idade


Ron C. Angle/TPL

O que lhe inspirou a tentar escalar o Kilimanjaro?
Recebi um e-mail da Fundação Laureus Sport, creio que em dezembro do ano passado, perguntando: "Você estaria interessada em fazer isso?" E eu: "Sim, por favor", pois sempre quis fazer isso. Estive perto da fronteira do Quênia, mas nunca o vi, porque sempre estava nublado. Sempre tive fascinação pela montanha.

"As pessoas diziam: 'Você não deveria competir, pois vai manchar o seu legado'. Eu digo: 'Veja, ganhei mais três Grand Slams'"

Seu comprometimento com a forma física é lendário. O que fez para ficar em forma para a escalada?
Mais exercícios de longa distância. Para o tênis, faria mais exercícios de rapidez, como hóquei ou basquete. Para isso, fiz muito mais corrida e muito mais bicicleta para ganhar resistência. E subi escadas com mochila para realmente tentar preparar os músculos.

Você teve um câncer de mama assustador diagnosticado em 2010. Com tem se sentido?
Fora essa gripe que peguei, estou bem [risos]. O último câncer foi retirado em março e então a radiação terminou no meio de junho. Não estava me sentindo 100% fisicamente até o começo de setembro, que foi quando realmente me senti de volta ao normal.

Existe uma enorme discrepância entre o número de tenistas top que participam das duplas hoje em relação à sua época. Isso é algo deprimente?
Isso deprime de forma que elas se tornariam melhores tenistas se jogassem duplas. Ajudaria seus jogos de simples. Se estivesse treinando um jogador, insistiria que ela ou ele jogasse duplas. Não em todos os torneios, apenas para pegar um pouco mais de jogo e jogar de diferentes posições na quadra, reagir, ver a quadra de maneira diferente. E se você estiver muito cansado para as simples, então é porque não está em forma.

Tem havido um novo interesse em saber como era sua relação com Chris Evert. O quanto vocês se falam ulti mamente?
Temos mantido mais contato desde que fizemos um documentário para a ESPN. Chris tem passado por um tempo complicado (ela se divorciou em janeiro de 2010), então é para isso que os amigos servem. Quando meu câncer foi diagnosticado, Chris estava lá para me apoiar. Então, tivemos mais contato esse ano e há chances de permanecer assim. Agora não há competição e é apenas uma amizade confortável.

Você é uma inspiração para as pessoas que estão entrando nos seus 50, 60 anos e querem manter a forma. Você ouve isso dessas pessoas?
Com certeza. É legal saber que você pode fazer a diferença na vida de alguém sem mesmo conhecer a pessoa. É um grande privilégio.

Você tem algum desafio para 2011?
Ainda não pensei em nada para 2011, mas estou tentando. Por enquanto, apenas pretendo continuar meu trabalho na AARP e no Tennis Channel e ficar um tempo com as pessoas que amo; manter-me progredindo como ser humano e ver onde isso termina. É um trabalho.

Você vê o fim de sua carreira em duplas, que não faz tanto tempo assim, como parte da manutenção de sua forma física?
As pessoas diziam: "Você não deveria competir, pois vai manchar o seu legado". Eu digo: "Veja, ganhei mais três Grand Slams". O que quero dizer é: há pessoas que fazem suas carreiras em cima disso, e eu fiz isso com 40 anos. Acho que uma coisa que acrescentou algo à minha carreira foi ganhar meu último Grand Slam com 49 anos, quase 50. Não acho que isso acontecerá novamente.

From Tennis Magazine. Copyright 2011 by Miller Sports Group LLC. Distributed by Tribune Services

Da redação

Publicado em 28 de Fevereiro de 2011 às 07:49


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