Primeiro veio Monica, depois Maria, e agora Michelle. As mulheres soltam a voz em quadra e os ouvidos doem
Michelle Larcher de Brito e seus 109 decibéis |
De tempos em tempos, uma nova "rainha dos gritos" chega para trazer aos tablóides de Londres novas polêmicas. Esse fenômeno começou com Monica Seles, cujo grito de duas sílabas deixou os jornalistas enfileirados nas quadras com aparelhos para medir os berros da tenista.
Ainda que não tenha valor científico, essa medição se tornou um ritual. Seles teve seu grito avaliado em 82 decibéis. As irmãs Venus e Serena Williams apresentaram marcas de 85 e 89, respectivamente. Enquanto Maria Sharapova apareceu em primeiro lugar, com um grito de mais de 100 decibéis.
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Sharapova já marcou 100 decibéis |
Agora, foi calculado o último berro: Michelle Larcher de Brito - a portuguesa de 16 anos, consegue igualar seu urro em quadra a uma nota aguda da cantora canadense Celina Dion; e parece ter batido Sharapova, Serena e Venus no quesito volume - e seu grito que chega a 109 decibéis.
Não é só o volume que está aumentando. Cada novo gemido parece ser mais agudo do que o último, transformando algo meramente irritante em uma coisa quase que dolorosa de ser ouvida.
Martina Navratilova chegou a comparar o grito de Seles ao grunhido de um "porco atolado", mas as sucessoras parecem ter desbancado a ex-tenista. Serena consegue gemer como um elefante ferido, Sharapova como uma águia se afogando e Larcher de Brito, bem... seus gritos explodem como estalos de fogos de artifício.
Atualmente, contudo, a palavra gemer parece antiquada. Chame do que preferir, mas gritar, berrar e se esgoelar parecem todas mais cabíveis. E ainda há um novo fator. Enquanto a marca registrada de Seles era o "Uh-huhhh!", gritado em menos de um segundo, o "Myauuuu!" de Sharapova pode durar até um segundo. Já o grito de Larcher de Brito, o "Eeeyaaaa!", regularmente é expelido em mais de um segundo e meio - tempo o bastante para derrubar o jogo das oponentes.
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Regra antiruído?
Onde isso vai parar? Falar sobre uma regra específica para estes gemidos esteve em pauta nesta temporada. "A regra atual já pune os gritos usados especificamente para distrair o adversário", afirma o chefe de arbitragem da ITF, Andrew Jarrett. "Não há mudança imediata no conteúdo ou interpretação das regras, mas o comitê do Grand Slam, a ATP, a WTA e os próprios jogadores estão revendo as regras e, com certeza, esses gritos estarão inclusos no processo".
Enquanto isso, as reclamações continuam a ganhar espaço na televisão, especialmente contra as mulheres, já que os homens, cujos gritos são mais graves, são esquecidos mais facilmente. Diferentemente da platéia, que parece envergonhada a cada novo gemido, as tenistas se mostraram surdas às críticas.
From Tennis Magazine. Copyright 2009 by Miller Sports Group LLC. Distributed by Tribune Services
Publicado em 28 de Setembro de 2009 às 05:45