Lançar bolas é uma maneira comum e eficaz de ensinar, mas o professor deve ficar atento para o modo como usar os lançamentos nas aulas
MUITAS ESCOLAS, como a norte-americana e a espanhola, utilizam lançamentos como uma forma eficiente de treinar seus jogadores, porém é preciso ficar atento para utilizar o cesto (ou carrinho) de bolas da melhor forma.
O tênis é um esporte de habilidades abertas, ou seja, durante um ponto não sabemos como virá a próxima bola do adversário (rápida, alta, com efeitos etc). Por isso, é necessário que se trabalhe as habilidades de projeção (quando se está efetuando um golpe) e recepção (quando se está recebendo uma bola do oponente).
Quando o professor faz os lançamentos, o aluno estará treinando predominantemente a habilidade de projeção (batendo na bola).
O cesto é muito importante para a automatização de golpes, é a ferramenta principal para o ensino de forma mais analítica, pois é mais rápido no aprimoramento técnico. Porém, é importante salientar que precisamos ensinar a técnica para nossos alunos em função do jogo. Não queremos formar apenas um bom golpeador, mas sim um bom jogador. Sendo assim, recomendamos a utilização do cesto para objetivos bem específicos, que são geralmente técnicos, mas também podem ser táticos e físicos.
Em uma aula com duração de uma hora é recomendada a utilização do cesto por 20 minutos, ou seja, um terço do tempo.
DICAS
Utilizar o cesto de diferentes regiões da quadra, porém respeitando-se a realidade do jogo de tênis. Um exemplo é soltar a bola da lateral da quadra próximo ao poste da rede. (foto a) Isto é irreal, pois ela nunca vem dessa direção em um ponto. Outro exemplo é quando o professor faz os lançamentos com a mão para o aluno aperfeiçoar um golpe. Ele deve fazê-lo se posicionando na frente do aluno (foto b) e não ao lado (ângulo irreal), com exceção para o aluno iniciante. Nestes casos, a bola deve ser lançada ao lado (foto c).
- Variar os lançamentos. Por muitos anos negamos informações aos nossos alunos, com o conceito de soltar a bola sempre igual. Isso só deve ser feito para a correção de biomecânica de um golpe específico ou de uma bola determinada em que o aluno tem dificuldade. Do contrário, o professor deve sempre variar os lançamentos com efeitos, alturas, direções e velocidades diferentes.
- Evitar volear a bola do aluno na linha de base durante um bate-bola (foto d). Normalmente o professor faz isso para dar continuidade às trocas de bola, porém está negando informações ao aluno. Esta informação está errada, pois a bola iria fora. O aluno precisa de informação sempre.
- Evitar dar muitas informações ao mesmo tempo para os alunos.
- Posicionar-se de maneira que possa ver onde a bola do aluno quicou, ou seja, sempre ficar atrás dos alvos (foto e).
- É igualmente importante frisar aqui a postura do professor junto ao cesto de bolas. Há uma maneira correta (foto f). E é inaceitável ficar apoiado no carrinho ou ao celular.
Uma vez atingido o objetivo para o qual o cesto foi utilizado, faça a transferência para o jogo, ou seja, pratique isso através de situações de jogo. Se soubermos utilizar o cesto, os lançamentos podem acelerar muito o processo de evolução de nossos alunos. A melhora de um determinado golpe ou de uma jogada específica, só depende de um bom conhecimento do profissional responsável.
Publicado em 1 de Agosto de 2007 às 15:05
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