Voleio forehand para definir o ponto na rede

Aprenda o voleio forehand através de dicas de jogos neste quinto artigo da série sobre tênis infantil


fotos: André Borges

"OBA! VOLEIOS!" ESTE É o comentário mais ouvido em minhas aulas para crianças. Será que é por que a professora que vos escreve é um ser humano, tenista, canhoto, típico do "habitat rede"? Sim, o voleio - golpe em que a bola é rebatida no ar, originado do termo em inglês volley - pode ser desferido de qualquer área da quadra, mas é executado com mais freqüência junto à rede.

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O tênis moderno tem se caracterizado por muita potência e velocidade em trocas de bola no fundo da quadra. O jogador que primeiro consegue deixar o adversário em desequilíbrio pega o ataque do ponto. A partir de uma bola mais curta e mais lenta, é que se inicia a jogada que levará o atacante à rede.

Mesmo que no futuro o tenista opte por um estilo de jogo mais agressivo ou mais defensivo, não dá para imaginar como será a vida dele sem saber volear. Aliás, os melhores tenistas da atualidade sabem fazer de tudo numa quadra de tênis, e bem.

1. A habilidade motora que precede o aprendizado dos voleios pelo lado dominante é o receber ou agarrar. Por isto, vale a pena brincar com bolas de todos os tamanhos - começando pelas maiores, e diminuindo até que a criança seja capaz de agarrar uma bola de tênis com a mão dominante - lançando-as para seu filho ou aluno agarrar no ar.

2. Brincar de goleiro é ótimo para desenvolver não só a habilidade de agarrar, mas também as capacidades de coordenação olho-mão e de velocidade de reação.

3. Tecnicamente, os voleios são fáceis de aprender, pois envolvem, no início, apenas a habilidade de se bloquear a bola com as cordas da raquete. Há muitas escolas de tênis que iniciam seus alunos pelo aprendizado deste golpe.

4. O efeito slice (de cima para baixo) e a habilidade de aprofundar o voleio são dados na seqüência. A empunhadura inicial para o aprendizado é a eastern de direita (palma da mão de frente para a rede).

5. É importante primeiro aprender o golpe básico, ou seja, volear uma bola na altura de sua cabeça junto à rede, para depois aprender suas variantes em outros pontos da quadra: voleios baixos, voleios altos, voleios longe do corpo, e voleios no meio do corpo.

6. Bate-pronto (half volley) e voleiocurtinha (drop volley) são verdadeiras "obras de arte" para serem aprendidas e praticadas na seqüência.

7. O voleio do tipo swing volley, ou seja, o voleio feito com preparação longa e rebatido de baixo para cima como um golpe de fundo, também é "matéria" de cursos de tênis mais avançados.

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VAMOS AOS JOGOS!

fotos: André Borges

5, 6, 7 anos. Você pode estimular o aprendizado dos voleios com o jogo chamado Sorvetão. Seu aluno segura um cone pequeno de plástico - destes de marcar alvos na quadra de tênis - com a mão dominante. Você lança bolas e ele deve capturálas com o cone.

FACILITANDO: lance primeiro as bolas apenas na direção do lado dominante de seu aluno, devagar, a uma distância semelhante à largura do corredor de duplas.

DIFICULTANDO: aumente a distância entre vocês e jogue a bola para todos os lados e alturas, progressivamente mais desafiadoras.

DICAS: este jogo pode começar cooperativo - os dois com cones na mão dominante, lançando um para o outro com a mão não dominante, somando pontos dos dois jogadores - e terminar competitivo. Em uma aula em grupo, com pelo menos quatro integrantes, pode-se fazer o jogo competitivo por equipes (qual dupla emboca dez sorvetes primeiro?).

8, 9, 10 anos: Se o seu filho já brincou anteriormente de tênis, nesta fase vai conseguir combinar os voleios forehand com deslocamentos. Experimente este jogo chamado Voleitênis: você e seu aluno com raquete, com o corredor de duplas entre vocês, iniciando na linha de fundo, deverão se deslocar até a rede voleando com o forehand sem deixar a bola cair no chão.

FACILITANDO: quebre este percurso, fazendo com que o objetivo seja chegar só até a linha de saque sem deixar a bola cair.

DIFICULTANDO: aumente a distância entre vocês no mesmo exercício, em duplas, mas um ficando na linha central e outro na linha lateral de simples; depois na de duplas. Vocês podem também cronometrar o tempo do percurso e ver qual dupla chega à rede em menor tempo.

DICA: numa aula em grupo, ou tendo mais amigos para participar, pode ser feito um verdadeiro jogo de voleibol com raquete. As equipes se colocam nos quadrados de saque, uma de cada lado da rede, e devem tocar a bola com voleios três vezes antes de passar para o outro lado. A bola pode quicar apenas uma vez quando passar ao outro lado: entre os passes apenas ser voleada.

10, 11, 12 anos: a criança já deve conseguir se deslocar melhor e controlar direção e profundidade em seus voleios. Aqui você pode dar o jogo Nunca no chão. Primeiro, coloque oito ou dez tampinhas de tubos de bolas espalhados por fora da quadra ao longo das linhas laterais de dupla e de fundo. O jogo é o seguinte: seu aluno deverá escolher uma das tampinhas e ficar em posição de expectativa ao lado dela. Você, do outro lado da rede, lança uma bola que seu aluno deverá necessariamente volear com seu lado dominante. Se ele conseguir acertar o voleio na quadra, parte para outra tampinha, até conseguir volear saindo de todas elas.

FACILITANDO: se a criança for pequena, pode fazer este jogo colocando as tampinhas ao redor das áreas de saque.

DIFICULTANDO: se a criança for experiente, além de correr e rebater, coloque alvos de profundidade ou de angulação no seu lado da quadra.

DICA: se quiser, pode colocar um adversário para seu aluno do seu lado, que disputará o ponto normalmente a partir do voleio dele.

fotos: André Borges

13 anos em diante: o jovem já deve estar familiarizado com voleios de diferentes pontos da quadra. Faça então o jogo Pete Sampras: dispute pontos em que após o saque, ele deve necessariamente pegar sua devolução com um voleio.

FACILITANDO: se seu aluno ainda está aperfeiçoando o saque, pode apenas fazer o movimento sem a bola, subir à rede, e você inicia o ponto mandando em seu voleio forehand.

DIFICULTANDO: responda o saque no pé, ou no meio do corpo do seu aluno que sobe à rede.

Suzana Silva escreveu o livro "Tênis para Crianças" e é diretora da Tote Esporte com Arte. tote@tote.com.br
Suzana Silva

Publicado em 25 de Abril de 2007 às 08:26


Juvenil/Capacitação

Artigo publicado nesta revista