Play and Stay na prática

Como praticar o tênis com amigos ou durante suas aulas no formato Play and Stay?


Se no início dos anos de 1980 o programa conhecido como "Tênis Sueco" já possuía em essência o conceito do tênis adaptado - as bolas eram de espuma, as raquetes e redes menores - por que o sistema não pegou? Tudo no mundo está em constante evolução e o sistema Play and Stay é a nova-geração-turbinada do vovô "Tênis Sueco", apresentando uma progressão ainda mais afinada com a evolução dos praticantes. O programa vem mais completo, englobando ações pedagógicas e de formatos de competição.

Numa época em que as previsões do futuro estão na moda, arrisco dizer que o sistema depende - para o sucesso de sua implementação - de professores antenados e capacitados para a tarefa. Os treinadores, em sua maioria, não estavam preparados na época do advento do "Tênis Sueco" para o desafio de usar bolas de espuma em espaços reduzidos, e muito menos para trabalhar bem com grupos de crianças. Explico: o processo de aprender o jogo pede desafios constantes, interatividade e exercícios com objetivos definidos. Se as aulas forem chatas, não há sistema sueco, americano ou japonês que resolva!

Além disto, são os professores que organizarão as primeiras experiências competitivas das crianças e isso também é uma arte que exige preparo. Além de usar as bolas e o tamanho de quadra proporcional ao tamanho e maturidade da criança, o organizador de torneios Play and Stay deve garantir que todos façam mais de um jogo e que haja oportunidade de a criança explorar todos os seus talentos, mas isso é assunto de próximas edições.

Como usar o Play and Stay

As chaves para um bom programa de atividades no sistema Play and Stay são:

1. Aulas em pequenos grupos: as crianças que aprendem em grupo ganham parceiros para praticar fora das aulas e uma dimensão mais real do que conseguem ou não fazer com a bolinha. Percebem que todas as crianças erram, não só elas, e que todos possuem qualidades e pontos a melhorar. Outro ponto positivo: em grupo, o professor pode desenvolver melhor o conceito de "time". O peso da derrota fica ameno quando o treinador de crianças pequenas organiza jogos por equipes dentro da aula.

2. Tarefas da aula com objetivos bem concretos, definidos e quantificados, e com características mistas de colaboração e de competição. Por exemplo, os alunos podem trabalhar em duplas, quando ambos lançam uma bola por cima da rede dentro de um alvo específico marcado no chão. A tarefa, digamos, pode ser: "Quero ver que dupla consegue lançar com a mão quatro bolas dentro dos alvos". Depois que todas as parcerias conseguirem realizar a tarefa, você pode colocar um elemento de competição: "Qual dupla consegue lançar as quatro bolas no alvo em primeiro lugar?". As crianças gostam de competir, sem problemas, se os adultos não colocarem uma carga emocional excessiva no fato de ganhar ou perder.

3. Rodízios organizados durante as tarefas entre duplas de alunos. O ideal é que cada criança interaja em atividades de colaboração com pelo menos três amiguinhos diferentes. Por mais homogêneo que seja o grupo, sempre há um destaque e um aluno com mais dificuldades. Incentive o rodízio durante as aulas. Na ilustração, você pode compreender melhor como isso funciona.

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4. Podemos trabalhar com até 12 crianças ao mesmo tempo em quadrinhas vermelhas (11m x 5,5m), e com até oito em quadras laranja (18m x 6,5m). Basta que as atividades tenham objetivos claros e que os rodízios sejam respeitados. Com tarefas bem definidas e desafiadoras, as crianças ficam atentas. Aqui entra o conceito de desafio ótimo: os alunos dispersam quando o desafio proposto está muito além ou muito aquém de suas possibilidades naquele momento. Turmas grandes (com mais de seis alunos) de crianças pequenas (até oito anos) pedem a presença de um professor assistente.

5. Formatar estações de trabalho com tarefas diferentes na mesma aula é uma ótima opção. Dividir a quadra em quatro estações, por exemplo: uma com obstáculos para diferentes deslocamentos, duas de intercâmbio/trocas de bola, e uma quarta para um jogo coletivo com transferência positiva para o tênis (queimada com bolas de espuma é um excelente jogo para desenvolver arremessos). dessa maneira, cada grupo de crianças realiza uma atividade diferente, durante um tempo determinado (sete minutos, por exemplo) e trocam.

6. determinar percursos que as crianças deverão usar até efetivamente rebater uma bola. Se um exercício de "bola morta" (professor lança para crianças rebaterem na direção de um alvo específico) é inevitável, até a criança efetivamente realizar contato com a bola pode percorrer escadinhas, saltar elásticos ou caixas de salto, driblar cones etc. Além de organizar as crianças, você desenvolve suas habilidades de footwork.

7. Pense que sua aula é um "parque de diversões". Cada exercício é uma nova atração. A criança busca no jogo a "emoção", o desafio. Se você conseguir encantar o aluno organizando atividades que o desafiem adequadamente enquanto desenvolve suas habilidades, terá mais chances de efetivar o slogan da campanha da ITF pelo mundo: "Jogue e Fique".

Suzana Silva é diretora da Suzana Silva Promoções. contato@suzanasilvapromoções.com.br

Suzana Silva

Publicado em 23 de Março de 2010 às 09:02


Juvenil/Capacitação

Artigo publicado nesta revista