Análise Juvenil

As perspectivas

Uma análise do ranking de 18 anos da ITF revela como nossos juvenis evoluíram de 2001 para cá


OS SAUDOSISTAS ESTÃO SEMPRE questionando a fase atual do nosso tênis. Há quem diga que vivemos uma crise no tênis brasileiro, que nada mais aconteceu desde que Guga deixou as quadras. Uma visão completamente cega que deixa de lado dois tenistas top 10 em duplas que fizeram duas finais de Grand Slam no ano passado, além de voltarmos a ter uma tenista top 100 em simples depois de mais de 20 anos. Se isso é crise, difícil imaginar o que não seria.

Mesmo reconhecendo alguns desses bons resultados, há quem professe que nossa base é frágil e, em breve, não mais teremos o que comemorar, pois não há nada surgindo no tênis juvenil. Portanto, analisamos aqui os rankings de 18 anos da Federação Internacional de Tênis (ITF) desde 2001, ano do último título de Gustavo Kuerten em Roland Garros para observar como tem sido o desempenho dos nossos juvenis de lá para cá.

Basta uma olhadela nos números absolutos para verificar algo importante: a base tem, sim, aumentado. Em 2001, apenas 36 meninos e só 10 meninas apareciam ranqueadas na ITF. Neste momento, são mais de 60 garotos e quase 30 garotas. Percebe-se claramente que 2004 e 2010 foram dois marcos, puxando esses números para cima, e hoje temos uma média de 100 juvenis (homens e mulheres) figurando no mais importante ranking juvenil. Se é da quantidade que vem a qualidade, ao menos nisso não podemos reclamar.

Em termos qualitativos, apesar de termos oscilações, a projeção desses últimos 14 anos é bastante interessante. Fazendo uma média dos rankings dos 10 primeiros brasileiros classificados, vê-se que, entre os meninos, desde 2010, a qualidade aumentou muito, mantendo nossa média abaixo de 200, com destaque para 2011. Entre as meninas, a alternância é maior, com melhores resultados em 2003 e 2004, mas percebe-se claramente uma leve progressão qualitativa desde 2008.

Mais interessante ainda, porém, é verificar a quantidade de tenistas top 100 ao final da temporada. Enquanto em 2001 apenas dois garotos e uma jovem apareceram na lista entre os 100 melhores do mundo ao término do ano, em 2013, foram simplesmente seis meninos e mais três meninas figurando nessa faixa do ranking – nosso melhor desempenho até então.

Em 2013, o Brasil teve nove juvenis entre os 100 melhores do mundo. Neste ano, já temos seis, incluindo um top 10, Orlando Luz

Por Arnaldo Grizzo

Publicado em 13 de Abril de 2014 às 00:00


Juvenil/Capacitação ranking ITF Gustavo Kuerten juvenil Orlando Luz

Artigo publicado nesta revista

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