Malabarismo francês

Jo-Wilfried Tsonga é famoso por seu jogo agressivo e sua técnica de voleio deve ser estudada


EM UM JOGO TÃO RÁPIDO QUANTO O TÊNIS se tornou atualmente, são poucos os jogadores que se arriscam a ir à rede. Com as bolas pesadas, não é fácil dominar os pontos e conseguir definir a jogada perto da rede. Sacar e volear como nos áureos tempos, menos ainda.

Porém, ainda há tenistas que se aventuram em uma área da quadra que a maioria sequer passa perto quando está atuando. O francês Jo-Wilfried Tsonga é um deles. Ele joga sempre vindo para a frente, sempre tentando diminuir os espaços e não tem medo de tentar seus voleios malabarísticos.

Hoje, grande parte dos jogadores só vem para a rede nas bolas de definição, quando o ponto está quase que 100% ganho. Tsonga não. Ele pressiona o adversário ao vir para a frente em bolas menos prováveis, mas, sempre (ou quase sempre) quando está dominando o ponto. Dessa forma, ele precisa estar pronto para algumas boas respostas dos rivais e precisa dominar a técnica de voleio perfeitamente. Contudo, um dos segredos do francês é não ter medo de se arriscar.

1. Tsonga percebe uma oportunidade de vir à rede e não a perde. O adversário está deslocado, mas, ainda assim, consegue uma boa resposta, obrigando o francês a volear antes da linha do "T". ele faz o split-step um momento antes e nessa imagem já está se posicionando para o voleio
2. Ele percebe que a bola vem na sua esquerda e traz a raquete levemente para trás. Um dos segredos é não levar a raquete muito para trás, para não atrasar o golpe. A raquete preferencialmente deve estar sempre do meio do corpo para a frente
3. Outra dica importante para um bom voleio é não deixar a bola vir na sua direção, mas você também precisa ir em direção a ela. Tsonga ataca a bola. Pisa com o pé direito na frente para apoiar
4. Ele pega a bola na frente do corpo. Repare como ele solta a mão esquerda e deixa o braço direito fluir, totalmente estendido na direção da bola, bloqueando-a. Note que a cabeça da raquete está alta
5. Depois do contato com a bola, a inércia traz o francês para a frente, a perna que estava atrás segue para a frente, fazendo a "tesoura". A cabeça da raquete cai somente na continuação do golpe

6. Ele golpeia a bola antes da linha do "T" e vai aterrissar já dentro dela. Os braços estão separados e ele está pronto para continuar seu trajeto em direção à rede para fechar os ângulos para o próximo voleio, caso seja necessário

Arnaldo Grizzo

Publicado em 26 de Dezembro de 2012 às 12:09


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