Técnica

Grandes devoluções

Três grandes devolvedores de saque passaram pelo Brasil Open mostraram como usar a devolução de backhand como uma arma


DAVID NALBANDIAN tem várias qualidades, mas uma das principais é sua devolução de saque. O argentino é extremamente hábil com a raquete, com movimentos rápidos e curtos e, por isso, consegue surpreender seus adversários com ótimas respostas e contra-ataques espetaculares.

GILLES SIMON é outro tenista que aprimorou essa técnica de devolução de serviço. Muito ágil e rápido, ele é capaz de retornar as bolas mais improváveis, levando o oponente à loucura. Assim como Nalbandian, seus movimentos são compactos e velozes.

Por fim, FERNANDO VERDASCO segue a mesma linha. O canhoto espanhol evoluiu muito em sua devolução e assim conseguiu alcançar as primeiras posições do ranking. Seus contra-ataques são mortais.

Esses três tenistas participaram do Brasil Open 2012 e deram show em quadra, mesmo sem atingir as últimas rodadas. Eles possuem habilidades similares quando se trata da arte de dominar a devolução de saque e mostraram isso durante o torneio. Quem acompanhou seus jogos pôde ver as técnicas de cada um e ficou encantado.

Assim, a Revista TÊNIS, para exemplificar como se faz uma boa devolução de saque, selecionou um golpe característico de cada um deles: a devolução de backhand. Nas próximas páginas, você vai poder comparar e aprender como fazem alguns dos principais devolvedores do mundo.

DAVID NALBANDIAN

1. Como em todas as devoluções, pernas levemente flexionadas, tronco à frente. As duas mãos na raquete e olho fixo no sacador. 2. Quando o adversário começa a fazer o movimento do saque, Nalbandian já se projeta para a frente, especialmente nas devoluções de segundo serviço 3. Depois do passo para a frente, faz o split-step, aterrissando na ponta dos pés. Ao perceber a direção da bola, já começa a rodar o tronco e trazer a raquete para trás.
4. Já dentro da quadra, ele traz a raquete para trás rapidamente, com giro de tronco, e faz o apoio de pé.   5. Ele projeta o corpo para a bola, pegando-a bem à frente, e chega até a sair do chão para golpear na altura da cintura.
6. Percebe-se melhor ainda a projeção do corpo na terminação do golpe, quando ele aterrissa na perna de apoio, com o corpo indo para a frente, junto com a raquete, e a perna esquerda indo para trás.   7. O golpe termina com todo o corpo indo em direção à bola, mas já em uma posição de retomada da quadra. Olhos fixos na bola.

GILLES SIMON

1. O de sempre: Duas mãos na raquete. Olhos fixos. Corpo projetado. Joelhos levemente flexionados. 2. Diferentemente de Nalbandian, Simon não dá um passo antes de fazer o split-step. Ele somente faz o salto para a frente. 3. Aterrissa já percebendo para qual direção vai o saque do oponente e começa a levar a raquete e girar o tronco.
4. Percebe que a bola virá mais longe do corpo do que imagina e dá um leve passo na direção do backhand, preparando a raquete e girando o tronco.   5. Sua preparação é curtíssima, quase sem o loop. Mesmo com a bola "saindo" de seu corpo, ele é capaz de se esticar e golpear, trazendo o máximo da inércia do corpo para a devolução, projetando-se diagonalmente. O giro de tronco também é mais sutil.
6. Simon tem uma batida mais reta, usando muito o pulso e também a mão não dominante (esquerda) para controlar a direção da bola. E, nesse caso, é obrigado a executar o golpe mais de frente para a quadra.   7. Com a bola um pouco mais longe do corpo, ele se projeta lateralmente, aterrissando na perna esquerda, preparando-se para retomar a quadra.

FERNANDO VERDASCO

1. Dos três, Verdasco é quem tem a postura mais agressiva. Ele está com o corpo projetado, duas mãos na raquete e joelhos flexionados, mas de forma a dizer para o adversário: "Estou preparado para fugir do backhand e atacar de direita". 2. Durante o movimento do oponente, ele já se projeta, dando um passo e meio à frente, confirmando sua intenção inicial. 3. Feito o split-step (já quase na linha de base), ele percebe a direção da bola e começa levar a raquete e girar o tronco.

 

4. A preparação é curtíssima, quase sem o loop. Mesmo com a bola "saindo" de seu corpo, ele é capaz de se esticar e golpear, trazendo o máximo da inércia do corpo para a devolução, projetando-se diagonalmente. O giro de tronco também é mais sutil.   5. A bola vem alta, mas ele se projeta em direção a ela, pegando-a bem na frente e na altura do ombro, saindo do chão.
6. Nessa imagem vê-se toda a projeção do corpo em direção à bola, com a raquete indo para a frente e a perna direita para trás.   7. Ele aterrissa na perna de apoio, já projetando-se para retomar a quadra.
Arnaldo Grizzo

Publicado em 1 de Março de 2012 às 13:54


Técnica/Drills

Artigo publicado nesta revista

Brasil Open 2012

Revista TÊNIS 101 · Março/2012 · Brasil Open 2012