WTA
Tenista de 22 anos se tornou a sexta brasileira a chegar entre as 100 nas duplas
Luisa Stefani chegou ao top 100 no ranking de duplas após o vice em Seul (Foto: Divulgação)
Luisa Stefani conseguiu, no último fim de semana, dois feitos relevantes. Primeiro, foi à final de duplas no WTA de Seul, jogando sua primeira decisão deste nível. E, com o resultado, subiu no ranking e chegou ao 99º posto, estreando no top 100. Ela é, atualmente, a número 1 do país na categoria.
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Na Coreia do Sul, a brasileira atuou ao lado da norte-americana Hayley Carter, com quem repete a parceria nesta semana no WTA de Tashkent. Além disso, elas devem seguir juntas para mais dois eventos deste porte, em Linz e em Luxemburgo. Até o fim do ano, a paulista também pretende disputar mais competições de simples também.
Em entrevista à Revista Tênis, Stefani comentou sobre a campanha em Seul, sobre como armou a dupla com Carter e ainda falou sobre seus planos para as próximas semanas, além das metas, tanto em simples como em duplas, para 2020.
1 - Em Seul, você chegou à sua primeira final de WTA. Como foi a sensação de disputar uma decisão neste nível? E com um resultado tão equilibrado, fica uma sensação de frustração ou de dever cumprido?
A sensação de disputar a decisão foi muito legal. Primeiro por ter sido a primeira final de WTA, e segundo porque a gente não chegou ganhando jogos fáceis. Pegamos pedreiras desde a primeira rodada. A primeira dupla, as duas meninas eram top 30 (Kirsten Flipkens e Jelena Ostapenko eram as cabeças 1 do torneio). No segundo, as adversárias jogam juntas bastante (as belgas Greet Minnen e Alison Van Uytvanck), então a gente veio no embalo de boas vitórias.
Foi a primeira vez que joguei com a minha parceira, não sabia muito como ia ser, não tinha muita expectativa. Então, foi muito especial chegar na final e foi por muito pouco. Claro, sensação de frustração logo após a final, sentimento de não ter feito o que devia. Mas depois de um tempinho já passou e a gente ficou bem feliz com a semana no geral, olhando as partes positivas. Foi uma derrota que doeu, mas não tirou confiança.
2 - Como foi a conversa para fazer esta parceria com a Hayley Carter? Vocês ainda não tinham jogado juntas em torneios oficiais.
A gente sempre jogou contra, na faculdade e algumas vezes no circuito profissional. Eu sempre achei muito difícil jogar contra ela, sempre achei ela muito boa e odiava jogar contra ela. E aí, essa semana ela também falou que odiava jogar contra mim (risos). Eu sempre achei que podíamos jogar bem juntas e queria testar. Nunca tinha dado certo, cada uma tinha suas parceiras.
Desta vez, ela me chamou, perguntou se eu queria jogar os torneios, Seul, Tashkent, Linz e Luxemburgo. Eu fiquei pensando, ainda estava definindo se ia para um calendário completo de duplas ou jogar simples também. Acabei decidindo que queria testar a parceria com ela e jogar juntas, para conseguir um pouco de rotina e consistência. Já que ela chamou, achei a hora perfeita de testar e foi assim.
3 - O que mudará na sua carreira com a chegada ao top 100? Quais portas você acredita que se abrirão?
A chegada ao top 100 ajuda muito a entrar nos torneios, estar no meio deste clima, as meninas começam a ver meu nome, me ver nas chaves. Pode abrir outras oportunidades de parceria, por enquanto estou feliz com a Hayley, espero que a gente continue neste embalo, jogando juntas.
Mas as maiores portas, espero, sejam entrar nos torneios maiores, principalmente nos Grand Slams. Uma das metas é chegar e entrar no Australian Open. E também abrir portas de patrocínio, para conseguir ajuda, levar o tênis feminino brasileiro para cima, para continuar melhorando, conseguir mais exposição. Em questão de jogo, não muda muito, vou subir a meta para chegar no top 50 e assim por diante.
4 - Qual seu planejamento agora para o fim da temporada? Tem uma meta de ranking em duplas, e também simples, para finalizar o ano?
Meu planejamento é jogar aqui (Tashkent) com a Hayley, depois uma semana de treino e aí Linz e Luxemburgo, que ainda não fecharam a inscrição. Mas estamos confiantes de que vamos entrar para jogar mais esses dois WTAs.
Depois disso, tem mais dois ITFs de 60 mil na América do Sul, um no Paraguai (Assunção) e um no Chile (Colina), que eu quero ir para jogar simples. E depois terminar o ano em Houston, no WTA de lá, mais para dupla e se entrar na simples também. Minha meta de ranking de dupla vai ser tentar o top 80 e subir o máximo possível para garantir Austrália. Em simples, vai depender dos torneios que eu conseguir entrar, mas conseguir voltar até 450, ou top 400 até o fim do ano, dependendo do calendário que eu ainda não defini, são as metas de ranking. Fora isso, a meta é continuar jogando neste nível que estou nas duplas e fazer isso ajudar minha simples, para garantir os Grand Slams ano que vem, pelo menos na dupla.
Stefani encaixou bem sua dupla com a norte-americana Hayley Carter (Foto: Divulgação)
5 - Com o bom desempenho nas duplas, muda de alguma forma o seu olhar para simples? Pensa em focar mais nas parcerias? Tem alguma conversa para tentar uma parceria fixa, agora que consegue cada vez mais entrar em torneios maiores nas duplas?
Com certeza, penso em focar em uma parceria que eu consiga jogar mais consistente. Como a gente foi bem neste torneio, vou tentar jogar mais vezes com a Hayley, vamos ver se a gente consegue encaixar o calendário.
É bom que estamos com ranking parecido (Carter é 92 nas duplas), vamos tentar subir juntas. Aí tem que ver como vai ser. Tem torneios maiores que a gente não conseguiria entrar jogando juntas, então teria que separar, mas tem que ser assim no começo, não dá para fazer tudo. Mas o ideal é jogar mais vezes juntas, seria uma parceria muito boa, estou gostando bastante e espero continuar. Não pretendo parar de jogar simples, quero adaptar o calendário para jogar os dois e, se às vezes precisar sacrificar simples para jogar um torneio maior de duplas, ainda quero fazer assim.
Publicado em 25 de Setembro de 2019 às 09:43