Psicologia

Distúrbio de personalidade

Parece simples jogar da maneira como você pensa que joga. Mas você faz isso realmente?


Ron C. Angle/TPL

DEPOIS DE ANOS JOGANDO E treinando tenista, dois fatos emergem. Primeiro, você deve ter um estilo de jogo que se enquadre com sua personalidade, seja ela ousada, cautelosa ou algo no meio disso. Segundo, tão óbvio quanto esse conselho possa parecer, esse fator é sempre superestimado devido ao "bom conselho" de treinadores ou ao desejo de imitar os campeões errados.

Todos temos ídolos no tênis, jogadores que adoramos ver jogar. É bom ter modelos, porém problemas surgem quando tentamos moldar nossos jogos no estilo de jogadores cujas personalidades não se ajustam às nossas. Se você admira alguém cujas habilidades são diferentes das suas, ok. Apenas não tente imitar o que você adora, ou estará jogando com suas fraquezas emocionais. E seja sensato em aceitar sugestões de treinadores que possam conflitar com a sua personalidade.

No tênis, sua escolha mais básica é se focar no ataque ou na defesa e isso dependerá muito do seu tipo de personalidade e, de certa forma, de seus atributos físicos. Se você tem aversão ao risco, ficará mais confortável levando seu jogo na direção da defesa, no qual você joga consistentemente e ganha por desgaste e no erro do oponente. Se você gosta de viver na berlinda, está melhor capacitado para o ataque, no qual você ataca e ganha ao forçar o erro ou batendo winners. Na minha época, personalidades "libertárias" como Rod Laver e Arthur Ashe iam para os winners rapidamente. Por outro lado, tipos conservadores como Pancho Gonzalez e John Newcombe jogavam mais previsivelmente, mas destroçavam seus oponentes por raramente errarem.

AGRESSIVO OU CONSERVADOR

Eu estava na categoria dos conservadores e aprendi da maneira mais dura como jogar dentro dos limites da minha personalidade. Meu técnico na UCLA insistia que eu deveria "machucar" os adversários se eles errassem o primeiro serviço. Então, no segundo saque, eu obedientemente batia as devoluções chapadas e fortes e isso funcionava bem quando jogava com tenistas contra os quais tinha confiança de ganhar. No entanto, com o passar dos anos, percebi que contra adversários mais importunos, especialmente nos pontos importantes, eu cometia muitos erros. Minha tática agressiva e minha natureza conservadora colidiam. Meu nível de conforto e minhas percentagens eram muito melhores se eu fizesse um slice baixo na devolução de backhand e forçasse meu oponente a bater voleios difíceis.

Essa conclusão se encaixa em um conceito mais amplo de que você nunca deve "bater e rezar". Você tem alcance de poder dentro do qual está mentalmente confortável e sua taxa de erro é baixa. Isso é específico para você e é tão mental quanto físico. Pode-se ajustar o poder dentro desse alcance, mas suplantá-lo causará um aumento dramático na taxa de erro.

É um erro padronizar o seu jogo em torno do que você acha que deve fazer ou da personalidade de outra pessoa. Os grandes tenistas sempre dizem: "Você precisa ter coragem para ir para os seus golpes nos momentos importantes". Isso pode se encaixar na personalidade deles, mas não na sua. Rod Laver dizia para continuar batendo na bola não importa como você se sente e eventualmente uma hora se sentirá bem. Isso funcionava para ele, que foi um grande campeão, mas não para mim. Para a maioria de nós, é melhor jogar com mais segurança quando estamos nervosos ou incertos dos nossos golpes, e deixar os winners criativos nos pontos importantes para os verdadeiros gênios.

From Tennis Magazine. Copyright 2012 by Miller Sports Group LLC. Distributed by Tribune Services

Allen Fox

Publicado em 23 de Maio de 2012 às 13:05


Instrução - Mental

Artigo publicado nesta revista