Fisioterapia

Dinamômetro isocinético para que serve?

Você já ouviu falar de isocinética? Ela ajuda a avaliar a força muscular e pode ser essencial para recuperar lesões


O INSTRUMENTO ISOCINÉTICO tem como função avaliação da força muscular tanto para membros inferiores quanto superiores. O conceito de contração isocinética começou a ser discutido na década de 1960 pelo biomecânico norteamericano James Perrine, durante uma pesquisa sobre parâmetros do desempenho muscular.

Como se faz ainda hoje, avaliavase a capacidade muscular através de contrações isométricas ou isotônicas. O método isométrico mede a contração sem movimento. O método isotônico mede a contração contra uma resistência fixa, com a possibilidade apenas de medir o pico inferior de força de um arco de movimento.

Assim, Perrine procurou medir a capacidade muscular em velocidades funcionais de movimentos através dos ângulos de ação das articulações, utilizando a resistência isocinética para sobrepujar as limitações da isotonia e da isometria.

De modo simplista o exercício isocinético pode ser chamado de contração sob "velocidade controlada". Sob esse aspecto, os isocinéticos são usados desde que o homem faz exercício. Exercício contra resistência manual é um exercício "de velocidade controlada" e, assim, isocinético.

Com um dinamômetro isocinético o indivíduo trabalha a uma velocidade angular fixa, contra uma resistência que automaticamente se adapta a qualquer força que a pessoa é capaz de produzir durante todo o arco de movimento.

Instrumento isocinético

AVALIAÇÃO ISOCINÉTICA NO ESPORTE
Na prática a avaliação isocinética serve para:

- avaliar os grupos musculares específicos (quadríceps e bíceps femural - por exemplo) e a relação entre eles. Existe uma relação "normal" e, se estiver fora do padrão, é recomendado o fortalecimento;
- após detectada a anormalidade, podemos utilizar o mesmo aparelho para fortalecimento;
- usando o equipamento como treinamento (parâmetros de nidos) ele servirá, também, como uma forma de prevenção de lesão;
- todos os atletas de alto rendimento deveriam fazer este teste, pois, se um dia sofrerem uma lesão importante, eles deveriam utilizar os mesmos parâmetros de força do exame para retornar ao esporte. Podemos utilizar a avaliação isocinética para estimar riscos de lesão por desequilíbrios musculares, fraquezas musculares quando comparamos a outros indivíduos, potência e velocidade de contração, assim como a resistência à fadiga.

Os dados obtidos podem ser importantes para direcionar o treinamento, seja com relação à prevenção de lesões ou com relação à capacidade atlética.

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ANÁLISE DO TESTE
Entre os vários dados obtidos, podemos destacar:

1. Valores de pico de torque: linha de base para o pico de torque para uma dada velocidade; Dá uma ideia dos valores máximos relacionados à capacidade de força. O aparelho apresenta também esses dados em relação ao peso corpóreo, o que permite dados mais especí cos ao indivíduo.

2. Forma da curva de torque e trabalho; Cada articulação e grupo muscular apresenta uma curva característica. Podemos ver se existe alguma incorreção de ativação muscular ou pontos específicos de alteração de desempenho.

3. Comparação bilateral; Apesar de haver diferenças entre os lados de maior e menor destreza e uso, essa diferença deve respeitar limites de normalidade e pode servir de orientação quanto ao trabalho muscular necessário.

4. Comparação unilateral: Assim como existe uma relação normal entre um membro e seu contralateral, em um mesmo membro deve existir uma relação normal entre um grupo muscular e o grupo que realiza o movimento contrário.

5. Porcentagem relativa ao peso corporal: Permite comparar indivíduos segundo sua massa corporal (torque/peso).

Ricardo Takahashi E Felix Andrusaitis

Publicado em 26 de Setembro de 2011 às 07:16


Preparação Física/Fisioterapia

Artigo publicado nesta revista