Nitto ATP Finals

ATP Finals: Guga garantiu o número #1 com o título em 2000; relembre

Catarinense fez história em Lisboa ao bater Sampras e Agassi e conquistar o topo do ranking


Guga comemora após o título na Masters Cup. Foto: Twitter/ATPWorldTour_ES

Até o próximo domingo (18) os oito melhores jogadores do circuito da masculino estarão reunidos para a disputa do Nitto ATP Finals. O torneio está em sua 49ª nona edição para a categoria de simples e na 44ª e será disputado pela décima vez na O2 Arena, em Londres.

Conhecida por ser um palco de grandes histórias, o torneio teve também bons momentos para tenistas brasileiros. Nessa matéria da Revista Tênis, você poderá relembrar a emocionante conquista do catarinense Gustavo Kuerten, o Guga, em 2000, que lhe garantiu o número #1 do mundo.

Confira a retrospectiva do título de Guga em Lisboa:

Guga já era bicampeão de Roland Garros quando foi para Lisboa para a disputa de sua segunda Masters Cup, nome pelo qual o Finals era conhecido até 2008.

Em sua primeira participação no torneio, em 1999, ele tinha ido até Hanover, na Alemanha, e sentido o peso de jogar em um piso que não era o preferido - a quadra rápida - e de cair num grupo forte, que tinha como componentes os americanos Pete Sampras e Andre Agassi, além do equatoriano Nicolas Lapentti. Resultado: mesmo número #3 do mundo, ele foi derrotado por Sampras (2/6 e 3/6) e Agassi (4/6 e 5/7) e conseguiu sua única vitória sobre Lapentti, por 6/1 e 6/2.

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Para 2000, entretanto, Kuerten vinha motivado por retornar a segunda colocação depois de chegar às semis no Masters de Paris e tinha o sonho de fechar a temporada como número #1 do mundo. Seu principal adversário para alcançar a meta era o russo Marat Safin, então líder do circuito. Desta vez, sua chave tinha o sueco Magnus Norman, o russo Yevgeny Kafelnikov, bem como uma nova presença de Agassi.

O cenário dos sonhos, entretanto, pareceu virar após uma derrota de virada para Agassi, que saiu com o triunfo após marcar 4/6, 6/4 e 6/3. Durante o jogo, o brasileiro ainda teve um problema nas costas, que perdurou até o dia de sua partida seguinte, contra Norman, e o impossibilitou de recuperar plenamente seu físico.

Firme no objetivo apesar das adversidades, ele venceu não só este duelo, encerrado com o placar de 7/5 e 6/3, como também o embate da terceira rodada, contra seu tradicional adversário, o russo Kafelnikov, por 6/3 e 6/4. Assim, Guga carimbou a classificação rumo às semis.

Na semi, dura vitória sobre Sampras

Então terceiro melhor do mundo, Sampras foi o adversário de Guga pela vaga na decisão da Masters Cup. O duelo foi intenso e resolvido apenas no terceiro set. Depois de começar mal no primeiro, Kuerten se recuperou e levou o set inicial para o tie-break, onde foi derrotado nos detalhes.

Mesmo atrás no placar, o brasileiro não pestanejou, continuou confiante e controlou a segunda etapa do início ao fim para empatar em 1 a 1. No terceiro, Sampras voltou a jogar bem e fez Guga mostrar todo talento para confirmar a classificação após um potente saque. Fim do jogo, encerrado em 6/7 (5-7), 6/3 e 6/4 e o Brasil tinha um tenista na final da Masters Cup pela primeira vez.

“Quando o Masters começou, eu não estava pensando nisso. Mas agora estou. Só falta uma vitória. Está certo que é contra o Agassi. Sei que vai ser duro passar por ele, mas vou fazer de tudo para conseguir”, comentou o Surfista do Saibro após a vitória.

Agassi: de ídolo na infãncia para pedra no sapato

Para confirmar sua subida ao topo do mundo do tênis Guga tinha que derrotar Agassi, que carregava o peso não só de ter vencido Kuerten nas duas partidas anteriores no torneio, como também de ser o ídolo do brasileiro na passagem da infância para a adolescência. Para o duelo, a lenda do tênis brasileiro resolveu contar com uma tática que Sampras sempre utilizava quando duelava contra Andre.

"Ele deslocava o Agassi para a direita e, com a quadra aberta, subia à rede na esquerda do oponente, se antecipando e surpreendendo. Eu não me lembrava de ter feito isso nas minhas partidas contra Agassi. Incorporei o golpe ao arsenal", comenta o catarinense em sua biografia.

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Foto: Arquivo/Revista Tênis

Com a nova jogada em mente, Guga não tinha como perder. O plano funcionou e ele dominou o jogo e não deu espaços para o adversário. Mesmo com o apoio da torcida portuguesa, Agassi não conseguiu reagir à altura e foi novamente derrotado nos dois sets seguintes. Vitória de Guga, cada vez mais consolidado como ídolo nacional e novo melhor tenista do planeta. Uma conquista histórica e inesquecível para os fãs de tênis.

"Há muitas formas de alguém se tornar o número 1, mas, do jeito qaue aconteceu, tinha sido particularmente sensacional, mais uma improbabilidade estatística que consegui transformar em realidade. E, de quebra, fiz a coisa certa na hora certa, pois existe uma grande diferença entre ser o número 1 em abril ou agosto e terminar dezembro como número 1, consequentemente se tornando o melhor tenista daquele ano", comentou Guga,

Confira os melhores momentos da partida entre Guga e Agassi:

Da redação

Publicado em 15 de Novembro de 2018 às 13:30


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