Exibição Sharapova
Há pessoas cuja presença é marcante. A vinda de Sharapova ao Brasil seguramente vai ficar gravada em nossa memória
[...] Dizei vós, ó meus amigos Se vos perguntam por mi, Que eu vivo só da lembrança De uns olhos da cor da esperança, De uns olhos verdes que vi! [...]
Excerto do poema "Olhos verdes", Gonçalves Dias
Os antigos costumavam dizer: "Ela tem 'It'". A garotada de hoje certamente não entende essa expressão. "It" vem do inglês. Significa que a pessoa tem "um quê, um certo traço ou alguma coisa que fascina, encanta, atrai; charme, magnetismo", segundo a definição do dicionário. Este "It" é um dos pronomes de terceira pessoa em inglês, usado - entre outras ocasiões - quando não nos referimos especificamente a uma pessoa do sexo masculino ou feminino (que possuem os pronomes "he" ou "she" para designá-los) em uma frase.
Contudo, a relação deste "it" com esse significado que remete ao "sex appeal" de alguém vem da romancista britânica Elinor Glyn. Foi ela, cujas obras eram baseadas no erotismo ficcional feminino, quem cunhou o uso do termo pela primeira vez nesse sentido. Uma das definições que deu para ele é: "Para ter 'It', a feliz pessoa que o possui deve ter esse estranho magnetismo que atrai ambos os sexos. Ele, ou ela, deve estar completamente inconsciente e cheio de auto-confiança, indiferente ao efeito que ele, ou ela, está produzindo, e influenciado pelos outros. Deve haver atração física, mas a beleza não é necessária."
No caso de Maria Sharapova, a beleza - mesmo não sendo necessária, segundo Glyn - está mais do que presente. Sim, ela veio ao Brasil. Poucos tiveram a oportunidade de vê-la desfilando seus belíssimos olhos verdes que deixariam Gonçalves Dias tão atônito quanto diante dos de sua famosa Ana Amélia. Mas os olhos são apenas parte do encantamento da moça.
Na verdade, seu corpo esguio, muito bem distribuído pelos seus 1,88m, faz com que ela seja notada ao longe. Para completar o deslumbre, some-se a isso uns cabelos loiros como o sol, um estilo - discreto e elegante - de se vestir como as mais famosas modelos do mundo e um cativante sorriso de menina. Estar diante da mais cultuada estrela do tênis feminino é algo singular, cuja descrição, por mais detalhada que fosse, ainda deixaria a desejar.
Quando foi anunciado que Sharapova viria ao Brasil, já houve um abalo tamanha a expectativa. A russa veio e poucos tiveram a chance de chegar perto dela (e quem teve não se esquecerá tão cedo). Mas isso não significa que sua presença não foi avassaldora. A musa chegou até a parar a chique e movimentada rua Oscar Freire, em São Paulo, para um bate-bola com Maria Esther Bueno. Apesar do "transtorno", os motoristas não reclamaram de ver a loira exibindo sua elegância no asfalto.
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Beleza e bom humor
A Revista TÊNIS já cobriu alguns dos maiores eventos de tênis do mundo e já encontrou Sharapova em coletivas de imprensa nos principais Grand Slams. É verdade que esta musa arrasta multidões por onde passa. Nos torneios, contudo, é raro vê-la estampar o sorriso quase infantil com que brindou os jornalistas em sua concorrida e curta coletiva de imprensa no shopping mais "high society" de São Paulo.
Quando em competição, a russa é séria. Não é tão simples descontraí-la durante as coletivas pós-jogo. Sua expressão costuma ser mais fechada e os risos são raros e quando ocorrem são perseguidos pelos fotógrafos. No Brasil, a história, contudo, foi outra. O que se viu foi Sharapova como uma verdadeira embaixatriz do tênis e dos patrocinadores, sorrindo a cada resposta aos jornalistas e fazendo questão de mostrar sua felicidade por estar no País.
Diante de tamanho encantamento, a coadjuvante, a argentina Gisela Dulko, sequer foi notada. No dia do jogo, o local escolhido para acolher a musa não poderia ser mais apropriado. A Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz, é fascinante. Uma grande arena foi montada e os convidados recepcionados com vinho. Uma homenagem a Maria Esther Bueno estava preparada e uma clínica com ela, Sharapova e Dulko tomou lugar antes do duelo exibição. Se ser convidado para assistir ao jogo já era um privilégio, imagine poder dividir a quadra com a musa?
E a russa não se fez de rogada. Ficou lá até o último felizardo conseguir bater duas bolas com ela. Em seguida, ficou na quadra dando autógrafos e posando para fotos. Logo começou a homenagem a Maria Esther Bueno.
Brilho que ofusca
Para homenagear a brasileira que venceu seu primeiro Grand Slam em Wimbledon há 50 anos, Gustavo Kuerten se juntou à Sharapova e Dulko. Depois, o catarinense ainda ficou na arquibancada assistindo ao duelo vencido pela russa. O placar... Você realmente se importa em saber? 6/3, 3/6 e 10/7 no supertiebreak. E mesmo essa presença ilustre em meio ao público (ainda estavam lá outros exprofissionais brasileiros como Luiz Mattar, Cássio Motta, Carlos Alberto Kirmayr, Mauro Menezes etc) não foi capaz de dispersar a atenção e os olhos de todos da maravilhosa e ruidosa (sim, seus gritos podiam ser ouvidos de fora da arena) loira de olhos verdes.
Ao término da partida, a russa ainda discursou em agradecimento e ficou mais um bom tempo dando autógrafos e posando para fotos com os fãs. Algum tempo depois, a moça foi levada ao local onde estava sendo servido almoço aos convidados. Novamente, solícita, atendeu ao desejo de muitos assinando cartões, camisetas, revistas etc e dividindo seu sorriso em fotos com diversas pessoas. Infelizmente, dois marmanjos sem noção insistiram em beijar Sharapova, o que a deixou espantada. Isso fez com que a musa fosse embora mais cedo e deixasse algumas crianças frustradas por não terem conseguido um autógrafo. Uma pena, pois, se dependesse da boa vontade da russa, ela continuaria lá compartilhando seu sorriso de menina com todos.
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Ela atrai
Maria Sharapova ficou pouco tempo no Brasil, mas vai deixar saudade. Entre os felizardos que puderam vê-la de pertinho estão Zeco e Fábio Auriemo (foto 1); Cristian Corsi e sua esposa (2); Roberto Lima e Guga Valente (3); Maria Regina de Moraes e Sérgio Waib (4); Paulo Cleto e Carlos Alberto Kirmayr (5); Ana Maria Diniz (6); e Fernando Gentil, Luiz Mattar e Cássio Motta (7).
Publicado em 16 de Dezembro de 2009 às 12:49