Treino de agilidade

Com a escada no funda da quadra, o atleta passa pelos vãos e depois corre para fazer o voleio na rede. Este drill pode ter muitas variações

Muitos beach tenistas, principalmente aqueles que não moram em cidades de praia, citam o prazer de estar com os pés na areia como um dos principais atrativos da modalidade. No entanto, o contato com um solo instável pode trazer grandes desafios ao deslocamento para alcançar bolas distantes. Pensando nessa dificuldade comum a beach tenistas de todos os níveis, vamos falar sobre agilidade.

Definida como a capacidade de se deslocar em direções variadas e sequenciais, de forma rápida, coordenada e equilibrada, ela é um dos principais requisitos para uma movimentação de pernas eficiente na areia.

Para um jogador ser ágil, é preciso ser forte, coordenado, equilibrado, veloz e resistente. Treinar essas capacidades de forma isolada pode não ser indicado, uma vez que o jogo de beach tennis traz especificidades dificilmente igualadas em outros locais, como, por exemplo, uma sala de musculação, onde o piso é estável e firme.

Portanto, apresentamos a seguir alguns exercícios que podem ser introduzidos em aulas e treinamentos em quadra. Para acelerar o ganho de agilidade, recomendamos o uso de dois equipamentos: cinto de tração e escada horizontal.

ESCADA HORIZONTAL

Skip e deslocamento para o voleio

Posiciona-se a escada no fundo da quadra, paralela e próxima à linha lateral. O jogador pisa com um pé em cada vão da escada, tentando elevar os joelhos à frente do corpo. No término dos vãos, ele corre para a frente e faz um voleio. A posição da escada, assim como a direção do deslocamento (lateral ou frontal), pode variar, permitindo a realização de outros golpes ou jogadas. Por exemplo: com a escada paralela na linha lateral, posicionada no centro da quadra, o jogador desloca-se frontalmente, do fundo até a rede, e, ao término dos vãos, recua para fazer um smash. Ou seja, a estrutura skip/deslocamento pode ser trabalhada de diversas maneiras. Além disso, a complexidade do movimento dos pés nos vãos da escada pode aumentar de acordo com a agilidade do jogador.

CINTO DE TRAÇÃO

Conectados pelo cinto de tração, os atletas podem executar diversos movimentos

Deslocamento lateral em duplas

Com os atletas conectados pelo cinto, o treinador lança duas bolas simultaneamente para que eles se desloquem ao mesmo tempo para direções opostas

Dois jogadores conectados pelo cinto de tração se posicionam lado a lado. O treinador, usando as mãos, lança duas bolas simultaneamente para que eles se desloquem ao mesmo tempo para direções opostas. Para que o nível de dificuldade (resistência oferecida) seja equilibrado para ambos os jogadores, recomenda-se que eles tenham porte físico semelhante.

Deslocamento curta e smash

Um jogador prende o cinto de tração na cintura e outro atua como base, segurando a extremidade do cinto com as mãos. O jogador que irá realizar o exercício fica na posição de devolução de saque e o “jogador-base” fica bem próximo à rede (abaixado para não tomar bolada!). O professor deve lançar bolas sequenciais para que o jogador, alternadamente, busque uma curta e execute um smash. Recomenda-se séries de quatro a oito bolas, de acordo com o condicionamento físico do atleta.

Saque e primeiro voleio

O sacador fica com o cinto na cintura na posição de saque e um “jogador-base” deve ficar atrás. Após realizar o serviço, o sacador deve correr para a frente, tracionando o cinto, e fazer um voleio em resposta à devolução de saque feita pelo treinador ou outro parceiro de treino. A contagem de pontos ou games é uma ótima maneira de se aplicar esse exercício, pois coloca o atleta em uma situação bem próxima à de jogo, porém em condições ainda mais desafiadoras.

Bolas em diversas direções

O “jogador-base” pode se posicionar à frente ou atrás do jogador que irá realizar o exercício. O professor deve lançar bolas variadas, forçando o deslocamento do atleta.  Recomenda-se séries de quatro a 10 bolas, de acordo com o condicionamento físico do jogador.

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