Longe do Fim

Sharapova se diz orgulhosa com título especial em Roland Garros, mas avisa: "Eu quero muito mais"

Russa entrou para livro dos recordes como nova tenista a vencer os 4 Grand Slams na carreira e, nesta segunda-feira, vai aparecer como nº 1 do mundo


Há oito anos em Wimbledon, a jovem Maria Sharapova aparecia para o mundo do tênis e, logo aos 17, conquistava seu primeiro título de Grand Slam na carreira. O gesto de ficar de joelhos na grama sagrada foi característico da loira, que repetiria a ação dois anos mais tarde no cimento do US Open e quatro a mais na Austrália. Porém, faltava um palco para a musa se entregar e, mesmo sendo a superfície que menos lhe agradou, a nova número 1 do mundo conseguiu render-se ao saibro.

© FFT
Sharapova finalmente conquistou o título no saibro de Roland Garros e considerou momento único na carreira
Neste sábado, Sharapova fez o que muitos consideravam impossível até alguns anos e conquistou o inédito título de Roland Garros, o que a coloca na lista das poucas que já triunfaram nos quatro maiores torneios do circuito.

Até a russa, inclusive, parecia não acreditar que era a nova "Rainha do Saibro" em Paris. "É real. É o momento mais único que tive como experiência na minha carreira. Eu nunca pensei que sentiria dessa forma. Eu pensei que quando venci em Wimbledon aos 17 anos seria o momento mais brilhante da minha carreira. Mas, quando caí de joelhos hoje, percebi o quanto era especial", revelou Sharapova na coletiva de imprensa após o triunfo sobre Sara Errani.

Na lista a ser divulgada nesta segunda-feira, a tenista voltará a ocupar o posto de número 1 do mundo, o que não acontecia desde 2008. A temporada mencionada também foi a mais difícil para Sharapova, que precisou se submeter a uma cirurgia no ombro. Alguns especialistas já colocavam em xeque seu retorno ao grupo das melhores.

No entanto, a musa de 25 anos sempre acreditou que era capaz de realizar seu objetivo de voltar ao topo do ranking. Um título no saibro parisiense também era um dos seus planos e, mesmo assim, já estipula que está longe de estar satisfeita com sua trajetória no esporte. "Eu provei que não importa quantos socos você leva na sua carreira, eu sempre me levanto e evito desculpas. Eu só dependia do meu talento e da ajuda da minha equipe. E, no final do dia, é o que me manteve forte e confiante", explicou.

© FFT
Após sonho realizado em Paris, Maria quer tirar dias de folga para descansar
"Tenho orgulho do que alcancei. Eu amo meu trabalho, amo jogar tênis. É uma longa jornada. Começou quando era muito jovem e ainda não acabou. Não estou sentada aqui para dizer que acabou para mim. Estou muito longe disso. Acredito que tenho muito mais por alcançar, acredito que estou aqui sentada com meu quarto Grand Slam, o primeiro em Roland Garros, por acreditar nisso. Sempre acreditei que poderia ser uma atleta melhor, seja no saibro, no cimento ou na grama. Sempre acreditei que poderia vencer aqui, mesmo algumas pessoas não achando que seria possível. Não liguei e provei que era capaz", completou Maria.

Com o ciclo nos Grand Slams fechado, Sharapova pretende comemorar o título nos próximos dias. Questionada como foi o primeiro contato com os pais após o triunfo na França, a russa admitiu que sua família tem uma filosofia bem peculiar em relação aos resultados da filha - sempre há o foco no dia depois da festa.

"Primeiro vou ver com o meu técnico se tiro três ou quatro dias de folga. Eu prefiro quatro, mas ele quer três, é tão típico... (risos) Então liguei para minha mãe, conversamos e ela falou para eu aproveitar muito esses três dias e voltar ao trabalho. Essa é a minha família. Daí liguei para meu pai e ele estava andando de moto e me falou: 'Que legal! Eu estou numa moto, daqui a pouco te ligo'. Ah, minha família", encerrou a carismática Sharapova, admitindo que não vê a hora de começar os preparativos para a grama, seu piso predileto e que será usado em Wimbledon e nos Jogos Olímpicos, ambos em Londres.

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Matheus Martins Fontes, Enviado Especial A Paris

Publicado em 9 de Junho de 2012 às 12:21


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