Golpes

Saque venenoso

Um dos golpes que mais evoluíram no arsenal de Rafa


QUANDO RAFAEL NADAL despontou no circuito, em 2005, os críticos apontavam alguns "buracos" em seu jogo. Um dos principais problemas levantados era o saque, por vezes muito conservador. Faltava ao espanhol um primeiro saque potente, que pudesse - quando não de nir o ponto com um ace - ao menos lhe dar a garantia de assumir o controle da maioria dos pontos.

Com o tempo, esse foi um dos fundamentos que Rafa mais aprimorou. Todos dizem que, se não fosse pelo primeiro serviço, hoje muito mais incisivo e de nidor, ele talvez não tivesse vencido os Grand Slams no piso rápido. Talvez. Porém, se existe uma certeza é de que seu saque melhorou muito e virou uma arma que, como todo canhoto que se preze, ele sabe usar muito bem.

1. O saque de Nadal começa, primeiro, com seus inúmeros tiques. É estranho, mas faz parte do seu ritual. Serve para que ele pense por instantes no que vai fazer. Depois disso, seu movimento segue o padrão de movimento da maioria dos tenistas. 2. Montanha a base, ele logo transfere o peso do corpo para a perna de trás (esquerda) e isso vai lhe dar a impulsão no fim. Ele começa com a raquete alta e a traz para trás sem baixar a cabeça. Outros jogadores fazem uma alavanca mais completa, baixando a cabeça da raquete. 3. Outro ponto a se destacar é a tensão. Os professores costumam dizer a seus tenistas: "Deixem o braço relaxado". Essa é uma boa dica, pois a tensão é uma grande inimiga no saque.
4. Como em toda aula de saque, o braço direito segue retinho para cima para lançar a bola. Ele faz o toss quase sempre à frente do corpo e levemente (bem pouca coisa mesmo) para a esquerda. 5. Ao mesmo tempo que faz o toss e leva a raquete para trás, começa a transferir o peso do corpo, baixa o centro de gravidade, dobrando os joelhos. O equilíbrio está sendo transferido para a perna da frente (direita). 6. O toss não é muito alto. Rafa junta as pernas para ganhar potência na impulsão. Mesmo começando a alavanca de cima e não baixando a cabeça da raquete, ele, como todos, deixa-a cair atrás do corpo para depois dar a "chicotada".
9. Apesar de o toss não ser alto, ele faz contato com a bola no começo da descida (como a maioria dos jogadores). Perceba que seu corpo está completamente esticado na hora do salto para alcançar a bola. No fim, termina o movimento normalmente e aterrissa dentro da quadra.
Arnaldo Grizzo

Publicado em 25 de Fevereiro de 2013 às 12:17


Técnica/Drills

Artigo publicado nesta revista