Tênis no Brasil

Meligeni, sobre novo livro: "Jogar tênis não é só bater na bola"

Ídolo do tênis nacional lançou nesta segunda-feira seu terceiro livro, o "Jogando Junto"


Crédito: Rio Open/Fotojump

Fernando Meligeni é um dos maiores nomes do tênis nacional. Dono de três títulos em nível ATP em simples, semifinalista de Roland Garros e medalhista de ouro no Pan-Americano de Santo Domingo, em 2003, ele coleciona a experiência de quem já enfrentou tenistas como Pete Sampras, Andre Agassi e Guga Kuerten.

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Parte do conhecimento adquirido pelo ex-tenista, que defendeu as cores do Time Brasil na Copa Davis por anos, está contida no “Jogando junto”, terceiro livro escrito por ele e que conta com nada menos que 132 dicas que contemplam todo tipo de aficionado por tênis, desde os jovens tenistas que buscam crescer no circuito profissional até os fãs de tênis que batem uma bolinha no final de semana.

O lançamento aconteceu nesta segunda-feira (20), em São Paulo. Aproveitando a data, a Revista Tênis trouxe um bate-papo com Meligeni sobre o livro e nossa avaliação da obra. Confira:

1) Como surgiu a inspiração para escrever o Jogando Junto? Teve a influência de alguma outra obra no processo de escrita?

Eu acho que a inspiração vem da necessidade de você trazer informações. Quem me conhece sabe o quanto eu me preocupo em passar o máximo de dicas e de informação para as pessoas que jogam tênis. Para mim é um prazer e uma responsabilidade.

Não acabei fazendo esse livro por intermédio de nenhuma obra, na verdade nunca vi nada nesse estilo no mercado. Ele pode até ter a linha do “6/0 dicas”, mas esse é um pouco mais firme dentro das informações, mais interno da quadra, tirando dúvidas que o jogador tem quando ele acaba jogando. 

Crédito: Rio Open/Fotojump

2) Em outras entrevistas, você já comentou sobre a importância da leitura para os tenistas. Como esse hábito pode ajudar os jogadores a melhorar o nível de jogo? Como o 'Jogando Junto' pode ajudar neste sentindo?

Eu acho fundamental, a gente peca muito no Brasil no incentivo a leitura para os jovens. É normal você fazer um esporte e se instruir sobre ele. Hoje o tenista tem muito tempo livre, onde ele fica no videogame, no Whastapp e em suas redes sociais. Esse tempo poderia ser melhor utilizado para ler a respeito da sua própria profissão.

O tenista precisa entender como se joga tênis. Jogar tênis não é só bater na bola, existem muitos detalhes dentro de um jogo, principalmente mentais e táticos, que você precisa saber lidar em certos momentos. Esse livro é exatamente sobre isso e a importância do jogador, principalmente o juvenil, de aprender todo dia. A leitura é uma dessas formas de aprender.

3) Há planos para a publicação de mais um livro futuramente? 

Não tenho nada em mente sobre um terceiro livro ou qualquer coisa parecida. Quem me conhece sabe que eu sou muito do momento, esse terceiro livro sinceramente não estava na minha cabeça, acabei recendo algumas "dicas" de um amigo, o Ricardo Silveira, que me incentivou a fazer esse "livro de raqueteiras". Ele [Ricardo] que tem um filho que joga e outros jogadores juvenis me perguntando, meus sobrinhos também, e assim me incentivaram a escrever.

Não tenho nada na cabeça de fazer um quarto, quinto livro, mas nunca se descarto, pode me vir alguma ideia boa e aí posso criar coragem e começar a escrever. Por enquanto vamos curtir o "Jogando Juntos" e tentar fazer com que ele chegue no maior número de crianças, de jovens, e amantes do tênis.

Jogando Junto traz Meligeni conselheiro e técnico

A Revista Tênis já leu o livro. A obra é concisa e tem uma linguagem simples e direta. Em certos momentos, parece que você está conversando diretamente com Meligeni.

O ídolo do esporte nacional oferece dicas de jogo importantes, explicando a importância de ter variadas estratégias para o saque, como ter uma postura agressiva em quadra e a melhor maneira de evitar erros bobos durante a partida, entre outros ensinamentos.

O ‘Fino’ também ressalta a necessidade de ter uma boa rotina fora de quadra, incluindo os horários adequados para dormir e se alimentar, bem como explica o que colocar dentro da bolsa para o jogo. “A bolsa é mais uma arma dentro do jogo e deve conter tudo o que precisamos para uma boa apresentação”, comenta. Temas mais sérios, como doping e apostas são comentados, assim como a necessidade de ter cuidado ao lidar com os namoros e o uso do celular.

Ora técnico, ora tutor, Meligeni aparece como um bom conselheiro em todas as 234 páginas do “Jogando Junto”. Como citado pelo jornalista Fernando Nardini no prefácio, a obra funciona como uma versão tenística dos “Minutos de Sabedoria”,  com reflexões e conselho úteis para jogadores profissionais ou casuais, jovens e adultos apaixonados pelo esporte, técnicos e até atletas de outras modalidade. Vale a leitura.

por Guilherme Souza

Publicado em 20 de Maio de 2019 às 20:10


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