Luisa Stefani arrasta amigas da escola para a quadra e nem revés a abala: "que seja só o começo"

Ao sair da quadra, parecia que Luisa Stefani tinha feito mais uma vítima. Uma festa das amigas, dos familiares, dos sócios do Clube Paulistano, do Brasil à beira da quadra. Enfim, esse é o clima que vem vivendo a jovem de 15 anos que, até essa sexta-feira, estava invicta na temporada (25 resultados positivos, com apenas dois sets perdidos), mesclando o sucesso nos torneios juvenis e também no profissional.

Luisa Stefani, de 15 anos, chegou à semifinal de primeiro torneio como profissional

Após os títulos no Banana Bowl e na Copa Gerdau nos 16 anos e, posteriormente, mais dois canecos em dois ITFs (categoria 18 anos) pela América Central, Luisa, que reside e treina hoje na Saddlebrook Tennis Academy, na Flórida, recebeu convite da organização e foi encantando a todos que não conheciam ainda a  nova revelação do tênis brasileiro.

Na primeira rodada, ela bateu Ana Clara Duarte, cabeça 2 e ex-número 1 do Brasil há alguns anos. Depois, mais duas vitórias contra jogadoras que já vêm disputando esse tipo de competição, acarretando nos primeiros pontos no ranking da Associação das Tenistas Profissionais (WTA, sigla em inglês).

Nessa sexta-feira, os torcedores lotaram a quadra do Paulistano para ver o duelo de Luisa contra a mais experiente Roxane Vaisemberg, de 23 anos e 470ª do mundo. Canhota, a adversária dificultou mais as ações de Luisa com o uso de slices e alternando saques ora mais fortes ora cadenciados.

Luisa impressionava, ainda assim, pelo mesmo estilo que vem mostrando desde o Banana Bowl, em São Paulo, há pouco mais de um mês - a tranquilidade em quadra, o sorriso presente em cada ponto conquistado e a agressividade de quem não se contenta em apenas trocar bolas do fundo de quadra. Era só a bola encurtar que a menina já seguia para frente com voleios desconcertantes e smashs fulminantes.

Após perder o primeiro set por 6/3, Luisa não se abalou e chegou a abrir 3/0 na segunda parcial com duas quebras. Roxane pediu o auxílio do fisioterapeuta com dores na região lombar e viu a adversária sacar para o set no 5/4. Luisa teve set point, mas a maior experiência da rival foi determinante para virar o set e selar o triunfo por 7/5.

Brasileira conquistou 25 vitórias seguidas em 2013

Desde a saída de quadra, Luisa foi aplaudida de pé pela família e as várias amigas que saíram da aula para irem acompanhar a colega em ação. "Nos outros dias, elas não conseguiram vir porque os jogos eram de manhã. E daí as mães não deixavam faltarem da escola. Mas hoje eu consegui, joguei um pouco mais tarde, avisei e daí elas vieram para me dar uma força. Foi muito legal. Acho que elas saíram da aula e vieram direto para cá", relatou Luisa à Revista TÊNIS após os inúmeros abraços e fotos tiradas com todos ao seu redor.

Roxane enfrentará na final deste sábado a paraguaia Montserrat Gonzalez, que passou pela brasileira Nathália Rossi na outra semifinal por 6/3 e 6/3. Por sua vez, Luisa viaja amanhã para a Bolívia para se juntar à equipe brasileira para o Campeonato Sul-Americano nos 16 anos.

E a campanha em São Paulo é mais uma prova para Luisa acreditar que está no caminho certo e a derrota em São Paulo não é o final, mas sim o começo de uma carreira promissora no esporte.

"Foi uma ótima semana, principalmente por ter sido meu primeiro torneio profissional. Fiz uma boa campanha, uma semifinal, e joguei contra uma adversária experiente, a Roxane. Se eu saísse com a vitória, seria melhor. Mas todo mundo estava me apoiando, meus familiares, meus amigos. É muito importante esse apoio mesmo com a derrota hoje. A campanha que eu venho fazendo deixa todo mundo feliz e não posso me abalar com essa derrota. O resultado me deu mais confiança, mais segurança no plano de onde eu posso chegar. Espero que seja só o começo. Tenho que continuar o que estou fazendo e bola para frente", concluiu Luisa.

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