"Kafelnikov jogava 32 torneios por ano e não era algo que eu queria fazer," afirma Federer sobre longevidade no circuito

O suíço teve um início de campanha tranquilo em busca de seu quinto título em Indian Wells

Afirmar em que ano o suíço Roger Federer anunciará sua aposentadoria parece uma das grandes incógnitas do tênis na atualidade. Com uma temporada abaixo de seu nível em 2013, muitos falavam na possibilidade do suíço pendurar as raquetes. Grandes resultados no ano passado e um início de 2015 com uma vitória convincente sobre Novak Djokovic na final do ATP 500 de Dubai reacenderam a discussão sobre até quando Federer jogará.

Após um início tranquilo de Masters 1000 de Indian Wells, com boa vitória sobre Diego Schwartzman, parciais de 6/4 e 6/2, em 1h03, o tenista falou sobre sua capacidade de jogar além dos 30 anos e como seu planejamento de carreira contribuiu para ainda estar entre os melhores do mundo na atualidade.

"A ideia sempre foi tentar estar no jogo por muito tempo," declarou Federer. "Para isso, em 2004, quando eu me tornei número 1 do mundo, eu e tomei a decisão com meu preparador físico de fazer um planejamento. Seja o que formos fazer, será planejado a longo termo. Se eu jogar, eu quero jogar bem e se possível sem lesões, mas é claro que todos os grandes jogadores as tem."

Mesmo sem um dos tenistas mais vencedores da história, com 17 títulos de Slam na carreira, Federer afirmou que nunca teve uma busca incessante pelas premiações. "Claro que podemos ir atrás do dinheiro ou mais vitórias nos torneios. Eu posso jogar com mais frequência, treinar mais duro, qualquer coisa que eu quisesse fazer. Mas a gente decidiu que tentaria ficar em torno dos 20 torneios por ano, o que é um número baixo."

"Se você olhar para trás, o Kafelnikov costumava disputar de 30 a 32 torneios por ano e eu pensei que não era algo que eu queria fazer. Eu me inspirei ao ver os jogadores de 32, 35 anos jogando e hoje eu penso que eles fizeram um favor em jogar comigo," relembrou-se Federer sobre as grandes partidas contra Sampras, Agassi e outros grandes tenistas dos anos 90.

"Minhas melhores memórias são de jogar contra os tenistas que eu via na TV e para mim é importante ficar perto do tênis pelo amor ao esporte, não que eu esteja fazendo um favor aos tenistas mais jovens. Eu ainda acredito que posso melhorar meu jogo e acho que você deve sempre tentar se reinventar. Tênis é um dos esportes que eu acredito que você sempre pode melhorar."