Entrevista
Confira a entrevista com o mineiro de 21 anos que chegou à 4º melhor do Brasil no ranking ATP
Crédito: André Gemmer/Green Filmes
João Menezes já é uma realidade no circuito profissional da ATP Tour. Aos 21 anos de idade, o jovem tenista natural de Uberaba protagonizou a melhor temporada de sua carreira em 2018, atingiu seu melhor ranking (#292) e chegou a ser o 4º melhor tenista do país. O mineiro está participando do Encontro Internacional de Treinamento da CBT e concedeu uma entrevista exclusiva à Revista Tênis. Confira o bate-papo:
O que você está achando do Encontro Internacional da CBT?
Bom, acho uma iniciativa muito nobre da CBT. Espero que eles possam dar continuidade nesse projeto e quem sabe até fazer mais vezes por ano. Achei bem legal por conta dos treinos e também escutar os mais velhos. Tem muita gente que foram grandes tenistas e dá para aprender muito com os caras.
Você já conhecia a sede da CBT? O que achou da estrutura?
Não conhecia. Primeira vez. Muito interessante ter essas quadras na sede e fiquei bem encantado com a estrutra. Muito bacana.
Como está a integração com os tenistas profissionais e mais velhos?
Essa é a principal parte do Encontro. Eu já estou em pré-temporada. Mas outros tenistas estão encerrando a temporada. Essa troca de informações é demais. Por exemplo o Daniel Melo, que está no circuito, e conversar com esses caras é o grande intuito. Nós só temos a ganhar.
Crédito: André Gemmer/Green Filmes
Quando você começou a jogar e como o tênis apareceu na sua vida?
Por influência familar. Meu pai jogava tênis e me levaram para dar umas 'raquetadas'. Eu sempre gostei de praticar esportes e chegou um momento que eu fui me interessando mais por tênis e não parei mais.
Quais foram suas principais conquistas na época de juvenil?
Foi uma época bem interessante. Embora eu tenha começado a jogar o circuito ITF bem tarde, com 16 anos. Foram 2 anos muito bons, fui vice-campeão de duplas do US Open Junior ao lado do Rafael Matos, também fui vice-campeão do Banana Bowl na categoria 18 anos. Fui 21º do mundo juvenil, joguei 3 Grand Slams, foi uma experiência muito boa.
Crédito: André Gemmer/Green Filmes
O que você pode dizer sobre transição para o profissional e agora na sua consolidação no circuito ATP?
A transição é um momento complicado na carreira de um jogador. Mas as vezes as pessoas colocam mais problema na transição do que ela realmente é. Mas precisamos ter paciência. Se você for um fenômeno como Zverev, Tsitsipas, De Minaur, Khachanov, é diferente. Mas, caso contrário, é preciso ter paciência mesmo e trabalhar da maneira correta. Você precisa de um 'algo a mais', um 'plus'. Tem que acreditar no processo. Todo mundo fica falando de transição, mas eu considero que já passei dessa fase e estou querendo jogar um nível mais alto, torneios Challengers. Precisamos acreditar nas pessoas que estão trabalhando com a gente e jogar.
Como foi a sua temporada 2018?
Eu comecei o ano com ranking por volta de #500. Tive uma lesão no punho logo na pré-temporada. Comecei a jogar em fevereiro e logo em abril tive bons resultados em uma gira que fiz na Nigéria. Joguei 3 Futures, ganhei 2 deles e fiz uma final. A partir daí, comecei a disputar os ATPs Challengers. A proposta era dar um salto de nível. Acabei não tendo bons resultados como esperava, mas valeu a pena. Eu vi que para jogar em alto nível preciso ter uma proposta com mais qualidade e uma pegada maior nos golpes. Foi um ano show de bola!
O circuito de Challengers é bem duro. Temos tenistas mais experientes como por exemplo Berlocq e também os jovens talentos, como Felix Aliassime. Como você avalia os jogadores e o nível dos Challengers?
Nessa etapa do profissional começa a ficar mais complicado. Você sai do juvenil e nos Futures consegue jogar com todo mundo. Meu grande objetivo para 2019 é me firmar nesse circuito de Challenger. Se você não jogar com uma pegada alta e ir para cima, os caras de passam por cima. Acho que faltou um pouco convicção para eu jogar melhor contra esses caras. Esse foi um dos motivos para eu voltar ao Brasil.
Você estava morando e treinando na Espanha. Qual foi o principal motivo por optar em voltar para o Brasil?
Eu morei em Barcelona por quase 2 anos, treinei o Galo Blanco e lá tinham vários jogadores Tops como o Khachanov, o Rublev. A academia é muito boa. Tive um grande avanço no meu tênis. Mas chegou um momento que fiquei esgotado, por falta de apoio familiar, falta de ter amigos, e falta de uma maior intimidade com o treinador. Eu ficava muito sozinho. Fazer isso por alguns meses é tranquilo. Agora fica quase dois anos nessa situação não dava mais. Isso influencia nos jogos. Se você não está bem fora da quadra, isso vai refletir nos torneios. Foi mais essa questão. Aqui no Brasil vou estar um pouco mais próximo de casa, das pessoas que conheço e com treinadores que fizeram parte do meu desenvolvimento como tenista.
Crédito: André Gemmer/Green Filmes
Qual o jogador mais forte que você já enfrentou?
Nicolas Jarry
Qual foi o torneio que você mais gostou de disputar?
Roland Garros
Qual seu maior sonho como tenista profissional?
Ganhar um Grand Slam
Qual sua principal meta para 2019?
Me firmar no circuito ATP Challenger
Qual time você torce?
Uberaba Esporte Clube
Qual raquete você joga?
Wilson Blade
Qual seu tenista favorito?
Rafael Nadal
E no feminino?
Eugenie Bouchard
Publicado em 6 de Dezembro de 2018 às 19:15