Duelo terminou às 1h37 da madrugada em Melbourne após um jogo memorável
Por Guilherme Souza em 9 de Janeiro de 2019 às 18:14
Divulgação Australian Open
O Australian Open é, anos após ano, palco de grandes e longas partidas. As famosas quadras Rod Laver e Margaret Court são sede de momentos inesquecíveis para os fãs de tênis. Certas partidas, inclusive, são consideradas por alguns como os principais capítulos da história do nosso esporte.
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Esse foi o caso do duelo entre Novak Djokovic e Rafael Nadal, pela decisão do torneio em 2012. Com 5h53, o jogo mantém até hoje o título de final de Grand Slam com maior duração na história. Um verdadeiro deleite para quem assistiu o embate encerrado com parciais de 5/7, 6/4, 6/2, 6-7(5-7) e 7/5. O campeão: Djokovic.
O confronto teve grande importância para os dois tenistas. Nole buscava o tricampeonato no Aberto da Austrália. Nadal, por sua vez, queria o segundo título no torneio e o 11º troféu de Major, além de tentar acabar com a sequência de seis derrotas seguidas para o sérvio.
Por conta desses motivos, os dois duelaram com todo afinco, ao ponto de sentirem câimbras no intervalo após o fim do jogo e a hora da premiação. Diante de todo o público presente na Rod Laver, uma cena clássica para o esporte moderno se fez acontecer: os dois guerreiros finalmente se mostravam humanos ao precisarem sentar em cadeiras por conta das dores neste momento. Para completar o icônico instante, Djokovic ofereceu uma garrafa de água que os organizadores distribuíram aos finalistas e Nadal, gentilmente, agradeceu. Era uma amostra que apesar de rivais, os dois se respeitavam profundamente.
"Realmente é a vitória mais importante que já tive. Wimbledon é Wimbledon, sempre foi o torneio que sempre sonhei conquistar. Mas é incrível vencer após seis horas. Quando soube que era a final mais longa da história comecei a chorar. Estou orgulhoso de fazer parte da história", comentou Djokovic após o título.
"Rafa, você é um dos melhores jogadores de todos os tempos, um dos mais respeitados no circuito. Nós fizemos história hoje. Infelizmente não podem haver dois vencedores. Desejo a você o melhor para toda a temporada e espero que tenhamos mais finais como essa", seguiu Nole, líder do ranking mundial à época.
Nadal e Djokovic durante a mais longa final de Grand Slam da história. Foto: Reprodução Facebook/Australian Open
"É a final que perdi que me doeu menos, porque fiz tudo o que era possível. Lutei de igual para igual com um jogador que é brilhante e estive muito perto de vencer. Levei Djokovic ao limite, algo que não tinha conseguido em 2011, e também levei a mim mesmo ao limite", disse Rafa, então o número 2 do mundo.
"É bom estar aqui lutando, tentando ir ao meu limite, levar o seu corpo ao limite de suas chances. É algo que eu sempre gostei, e sempre disse que é bom sofrer. Então, quando você está em forma, tem paixão pelo jogo, quando está pronto para competir, está apto a sofrer e a curtir o sofrimento. Eu não sei se estou me expressando bem, mas gostei de todos os problemas que tive na partida", completou o canhoto de Mallorca.
Djokovic: o merecido campeão. Reprodução: Facebook/Australian Open
Determinado a quebrar a longa série de derrotas para Djokovic, Nadal saiu na frente no placar ao tomar o primeiro set. Nole, entretanto, não ficou para trás e igualou o marcador no set seguinte muito por conta de sua melhora nos primeiros serviços e os bons golpes de fundo de quadra, onde disparava fortes ataques e potentes devoluções. Com o mesmo roteiro, ele seguiu confiante e consolidou a vantagem de 2 sets a 1.
O momento melhor do sérvio parecia indicar que a vitória estaria próxima. Rafa, no entanto, mostrou novamente sua garra característica e contou com o apoio da torcida para se recuperar. Equilibrando um jogo mais agressivo, ele passou a incomodar o adversário. Aí então, quando o placar dava 4/4, o jogou foi pausada por conta da chuva. Depois de pouco mais de dez minutos, os dois puderam retornar ao embate com o teto retrátil já fechado, e duelaram em alto nível até um disputado tie-break. Nele, Novak chegou a ter 5 a 3, mas Nadal aproveitou alguns erros do oponente para empatar a disputa.
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O quinto e decisivo set teve uma vantagem inicial do espanhol, que teve 4/2, mas desperdiçou uma série de bolas que poderiam lhe deixar em posição mais confortável e viu Djokovic tomar a dianteira. Restavam ainda algumas jogadas emocionantes para ambos os lados e momentos de tensão antes do duelo acabar. Novak Djokovic era enfim campeão. Pode se jogar no chão e rasgar a camisa com toda sua emoção guardada. Nole foi vencedor de uma batalha que ficará para sempre guardada na memória dos fãs de tênis ao redor do mundo.