Lições de pai para filho: A mente do seu filho
Allen Fox em 25 de Junho de 2013 às 12:57
Estive trabalhando, recentemente, com um jovem jogador, vamos chamá-lo de Sam, que estava exibindo sintomas de excesso de estresse: ficava nervoso demais quando tomava a dianteira do jogo (esse é o momento quando a maioria dos jogadores ficam nervosos, mas Sam ficava demais); ficava de mau humor; perdia a paciência rapidamente e por várias vezes; e fracassava, tanto nos treinos quanto nos torneios. Esses sintomas são indicativos de estresse, porque há um elemento de escapismo neles. "Escapar de onde?", você deve se perguntar. Escapar do estresse de querer muito vencer e da incerteza de ser capaz ou não de alcançar a vitória. Escapar do constante risco da derrota. Escapar da possível decepção.
As palavras dos pais têm maior impacto nos filhos do que eles podem imaginar. Conselhos úteis, frequentemente, soam como crítica.
Minha primeira tendência foi descobrir de onde estava vindo todo aquele estresse para que pudéssemos trabalhar para reduzi-lo. Jogos de tênis, naturalmente, envolvem um pouco de estresse, porque todos queremos vencer. E muitos jogadores ficam tão envolvidos internamente que simplesmente ficam sujeitos a uma grande quantidade de estresse. Mas, além disso, há, muitas vezes, fatores externos, primeiramente os pais.
No caso de Sam, o seu pai era um excelente jogador (primeira classe), além de ser um empresário muito inteligente, rico e bem sucedido. Ele amava seu filho, que era também inteligente (sempre tirava nota 10 na escola), bem orientado e um atleta excepcional, e o pai queria somente o melhor para ele. Embora Sam tivesse um técnico profissional, seu pai era bastante envolvido com o seu desenvolvimento tenístico. Ele via o talento físico de Sam e acreditava que o filho tinha potencial para se tornar um jogador profissional. Ele assistia a todos os jogos e, depois, dava conselhos técnicos e motivacionais. Na época em que conversamos, Sam estava se preparando para um torneio numa cidade XYZ, e seu pai disse que, caso ele vencesse o primeiro jogo, levá-lo-ia jantar no melhor restaurante da cidade.
O caso de Sam fornece lições materiais para outros pais de tenistas. Em primeiro lugar, é óbvio que o pai de Sam estava, inconscientemente, aumentando a pressão sobre o filho. Sua ênfase em vencer, suas dicas, sua análise detalhada, sua constante presença física e todos os seus feitos bem sucedidos somados influenciaram para aumentar a pressão de Sam em vencer. A motivação é uma faca de dois gumes: se for pouca, o jogador se torna preguiçoso, fraco, desconcentrado e ineficaz; se for muita, ele fica muito nervoso, ansioso, confuso e também ineficaz. No meio termo está a dose certa. No caso de Sam, ele era, para começar, um bem sucedido perfeccionista, determinado, e que não precisava de motivação extra. Ele precisava abandonar a dependência excessiva de resultados (em vencer), e se concentrar em um desenvolvimento mais prazeroso. Seu pai, que não era egoísta e que não vivia por conta de Sam, precisava se afastar um pouco e deixar que o desenvolvimento do filho fosse primeiramente guiado por seu técnico, pelas próprias observações de Sam e suas próprias experiências na quadra com os colegas.
É claro, todos os jovens jogadores são diferentes, então não há nenhuma linha de direção absoluta por parte dos pais. Mas aqui vão quatro conceitos gerais que os pais de tenistas poderiam lembrar:
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