Teste Raquetes

Escolha suas “armas”

A Revista TÊNIS avaliou 27 modelos diferentes de raquetes. Um deles, com certeza, vai se encaixar no seu jogo


EM 10 ANOS, A REVISTA TÊNIS já avaliou inúmeras raquetes, cordas e bolas. A cada edição, sempre buscamos testar modelos emblemáticos e especialmente lançamentos de mercado para mostrar a vocês, leitores, do que esses equipamentos são capazes. Agora, ao completar 11 anos, decidimos realizar, pela primeira vez, nosso Guia de Raquetes. Para isso, avaliamos 27 raquetes de seis marcas diferentes, sendo que todos os modelos estão presentes no mercado brasileiro.

Para realizar essa tarefa, editor e subeditor da revista, Arnaldo Grizzo e Matheus Martins Fontes, passaram horas e horas em quadra, testando cada uma delas, analisando minuciosamente cada detalhe, cada batida, cada voleio, cada saque. Em um trabalho que levou alguns meses, conseguimos reunir as informações e, muito além de dizer se uma raquete é boa ou ruim, percebemos que, na verdade, cada raquete pode servir a um estilo.

Para se ter um parâmetro, nossos avaliadores têm nível entre 3a e 4a classe da Federação Paulista de Tênis e jogam tênis desde a infância, sendo que Arnaldo está próximo dos 35 anos e Matheus no auge dos seus 24 anos. Ou seja, esses dois perfis já seriam suficientes para abarcar uma ampla faixa de jogadores, porém, ainda assim, mais do que verificar se os modelos se encaixavam em nossos estilos, batiam com nossos gostos, esforçamo-nos para compreendê-los. Sendo assim, não descartamos raquetes leves e grossas com as quais não estamos acostumados a jogar, por exemplo. Jogamos com elas, e todas as outras, com o espírito de entender o seu propósito. Pois, no fim, não existe raquete ruim. Ela pode não se encaixar no seu estilo, isso sim.

Marcas e modelos

Então, para reunir os modelos aqui apresentados, entramos em contato com os representantes de todas as marcas presentes no Brasil, solicitando que nos enviassem suas raquetes de teste. Em alguns casos, como há muitos modelos, preferimos, nós mesmos, pré-selecioná-los Em outros, como nos casos da Pacific, Völkl e Yonex, por exemplo, não tivemos resposta de seus representantes. Em outros ainda, avaliamos os poucos modelos que as marcas conseguiram nos enviar. Portanto, se você sentir falta de alguma raquete, pode ser que ela esteja aqui na próxima edição deste guia.

No entanto, acreditamos que os 27 modelos avaliados nas páginas a seguir oferecem uma excelente diversidade do que você pode encontrar no mercado, com diferentes perfis e estilos, e um deles certamente vai se encaixar no seu jogo. Para isso, apontamos algumas das especificações, como peso e padrão de cordas, além da sugestão de preço fornecida pelas próprias marcas. Também decidimos colocar em gráficos os parâmetros como potência, controle e conforto, por exemplo, para que você possa comparar melhor os modelos. Ao final, indicamos qual o estilo de jogador que melhor se encaixa com aquele modelo.

Gostou de alguma? Faça seu próprio teste e bom jogo!


É evidente o porquê de Rafael Nadal ter se acostumado tão facilmente com a AeroPro Drive. O perfil ideal é: jogue com bastante efeito. No teste, percebeu-se que essa raquete, mesmo trincada, aumenta a firmeza e potência nas batidas recheadas de topspin mesmo com swings curtos. Para quem tem empunhaduras mais acentuadas (como Nadal), ela permite – tanto em bolas próximas quanto afastadas do corpo – despachar os golpes com extrema velocidade. Sua bola vai entrar com um efeito absurdo do outro lado, não importa onde ocorrer o impacto (o sweetspot é enorme). Por falar em efeito, o slice também não pode ser esquecido. Como a raquete “corta o ar” rapidamente, permite executar com extrema facilidade as “estilingadas” na transição para a rede. Nos voleios, as bolas são amortecidas, mas tome cuidado para não perder o controle em bolas que exijam maior deslocamento. No saque, por mais que seja equilibrada, a raquete parece ter peso levemente voltado para a cabeça, facilitando as alavancas e a fluidez do movimento.
Indicação
Intermediários e avançados que abusam (ou necessitam) de topspin nas batidas e gostam de respostas firmes e rápidas.

Uma raquete típica da família Babolat, bem leve, que gera bastante potência e tem equilíbrio com peso totalmente voltado para a cabeça. Se você é partidário do estilo clássico e bate com empunhadura Continental, essa é a ferramenta certa para disparar um tapa já na devolução. Em contrapartida, por não ser tão apropriada para gerar spin, suas bolas tendem a não ganhar tanta profundidade. Não é recomendada para jogadores com empunhaduras acentuadas (como a Western), tampouco swings longos – que perderão o controle no fundo. O fato de a raquete ser leve também ajuda na execução de slices, por mais que não sejam aqueles de “morder” a quadra. Na rede, o manuseio é fácil e permite que as bolas sejam amortecidas na trama, porém você terá um pouco de trabalho para controlar os voleios mais afastados do corpo. O peso na cabeça e, novamente, a leveza do conjunto fazem com que as alavancas do saque sejam realizadas com muita fluidez, gerando velocidade no golpe (especialmente chapados).
Indicação
Para iniciantes e jogadores de mais idade com swing curto e, principalmente, os que usam empunhadura Continental.

 


O nome já diz, uma raquete de puro controle. O peso completamente voltado para o cabo exige muita força para se gerar topspin, principalmente nas bolas mais baixas, por isso ela é recomendada para tenistas avançados e competitivos, para quem já tem força e técnica apuradas. É uma raquete de resposta rápida (em comparação com raquetes de perfil parecido, de marcas similares), de estilo clássico, com aro fino e sweetspot pequeno e concentrado no centro da cabeça. Ou seja, se atrasar um pouco o movimento, perderá o controle. Em compensação, quem acerta a bola “na veia”, terá a certeza de precisão e conforto. Por sua vez, o slice não ganha tanta profundidade em quadra. Mas quando você encontra o “timing” no manuseio, consegue muito controle e segurança nos voleios e toques. No saque, o esforço é mais uma vez necessário para gerar potência, porém, uma vez completo o movimento, o fundamento sai firme e pesado da trama da sua raquete.
Indicação
Para jogadores avançados, que se identificam com raquetes pesadas e batem sem muito efeito topspin do fundo.

Quando você a testa pela primeira vez, a impressão é que as bolas vão sair na profundidade, mas, no último instante, acabam entrando – pela facilidade de se gerar topspin da linha de base. Uma raquete de potência, bem leve e confortável na mão, permitindo um manuseio fácil, porém você necessita de atenção para o controle. É uma arma que não dá margem a erros – se atrasar o swing, a bola já sai do ponto ideal. O mesmo princípio segue para os slices, em que o golpe tende a “voar” se você não acertar a distância e posição do corpo corretas. Mas, se cumprir o protocolo, verá bolas velozes e rasantes que dificultarão a vida do oponente. Na rede, novamente frisamos o cuidado com o controle. Por soltar bastante a bola, é bom ter atenção à técnica dos voleios. E a facilidade de imprimir efeito também ajuda no saque, momento no qual você terá mais facilidade para executar a alavanca (por ser leve) e despachar o fundamento de uma só vez. Se acertar a batida bem no sweetspot, tenha certeza de que todos vão respeitar mais o seu saque.
Indicação
Para juvenis que buscam potência e conforto, e também jogadores que têm força do fundo e utilizam bastante topspin.

 


Equilíbrio entre potência e controle. O padrão de cordas (16 x 19) faz com que seja uma raquete que permita gerar spin nas batidas, mas também é ideal para quem rebate a bola da linha da cintura (bolas mais retas). Também é importante mencionar o quanto você pode contra-atacar com eficiência as bolas mais pesadas dos rivais. Seja perto ou longe do corpo, a raquete “conserta” aquele movimento atrasado, com respostas muito rápidas. Das Babolat testadas, é a mais recomendada para quem varia bastante o jogo com slices firmes, rasantes e que machucam o rival. Você, ao avançar à rede, perceberá que o manuseio nessa região é ainda mais eficaz do que no fundo e os voleios serão venenosos, pois a Pure Strike dá controle aos golpes, até mesmo com bolas “coladas” junto ao corpo. Apesar de ser bem equilibrada, você sente o peso na cabeça nas batidas de fundo e, também por isso, essa raquete fornece muita velocidade no final da alavanca, o que imprime grande potência no saque. Da marca, é a que traz mais segurança e opções de efeito no serviço.
Indicação
Para jogadores avançados, agressivos do fundo (bolas na linha da cintura) e que têm um bom jogo de rede.

Os 305 gramas enganam. Ela parece ainda mais pesada na mão durante a batida, talvez também devido ao equilíbrio, voltado para a cabeça. Não à toa recebe o nome Tour, pois vai agradar quem gosta desse tipo de raquete mais encorpada. Para tenistas que têm força no braço e pegam pesado na bola, de cima para baixo, de preferência, e sem muito topspin. Os voleios são firmes, mas, com o manuseio prejudicado pelo peso na cabeça, é preciso atenção para não atrasar, ou a bola vai escapar. No saque, o final da alavanca fica pesado e gera um serviço seco. O mesmo vale para o slice, que morde a quadra adversária, bem profundo. Esta raquete foi avaliada com uma corda muito grossa e tensa, mas o ideal seria uma mais fina e com tensão média, que também vai torná-la um pouco mais confortável. Não se preocupe em quebrar muitas cordas, pois a trama (padrão de cordas) é densa e vai se movimentar pouco após os golpes. Para você que joga agressivamente, em cima da linha de base, com bolas retas e sem efeito.
Indicação
Para jogadores avançados e profissionais, que baseiam seu jogo em bolas agressivas e chapadas.

 


A família da Dunlop 300 sempre foi um sucesso, pois é capaz de agradar a uma vasta gama de tenistas, desde os intermediários até avançados e profissionais com swings médios e longos. Este modelo, mais leve, é um dos mais “amigáveis”, pois é leve e bem confortável. A bola sai fácil da raquete, com grande potência. Melhor ainda é o topspin. Mesmo com o padrão de cordas fechado, o efeito obtido é ótimo – sua principal qualidade –, talvez também devido ao peso ser voltado para a cabeça da raquete, o que faz com que você puxe a bola de baixo para cima com facilidade. O spin, aliás, vai garantir que a bola se mantenha dentro da quadra. O peso na cabeça, contudo, prejudica o manuseio, comprometendo um pouco os slices e, especialmente, os voleios, quando você tende a perder a precisão. Em compensação, saques quiques ganharão muito com ela. Boa opção de raquete para juvenis que estão subindo de nível. Experimente com uma corda mais macia e tensa, para não perder conforto e ganhar controle.
Indicação
Para jogadores intermediários e avançados, que gostam de bater com muito topspin do fundo de quadra.

Definitivamente, não é uma raquete para quem “brinca” de tênis. Desenhada para profissionais, você sente o peso da raquete na mão. Ou seja, ela exige um braço forte, de um tenista que seja capaz de gerar sua própria potência com um swing extremamente longo. Se você tem esse perfil, vai adorar o controle e a firmeza que ela apresenta do fundo de quadra, mesmo com a sensação de equilíbrio pendendo levemente mais para a cabeça da raquete do que para o cabo. E é esse “peso na cabeça” que torna poderoso o final da alavanca no saque. Esse equilíbrio não vai comprometer o jogo de rede (com voleios muito seguros), mesmo ela não sendo uma raquete de manuseio simples. O padrão de cordas fechado definitivamente não ajuda no topspin, mas o slice é ótimo com o peso na cabeça. Atenção ao sweetspot pequeno – como sempre é nesses modelos mais competitivos. Ela foi avaliada com uma corda muito dura, mas recomendamos uma híbrida, com tensão mais baixa, para mesclar durabilidade e conforto.
Indicação
Para jogadores avançados, que gostam de raquetes pesadas e precisas, que pegam firme de fundo, sem muito efeito.

 


Muitos subestimam este modelo, crendo que ele é leve demais. No entanto, a 500 talvez seja a raquete mais interessante da Dunlop. É, sim, leve e confortável. Mas o peso não prejudica de maneira alguma seu desempenho, especialmente do fundo de quadra. Ela agrada jogadores de vários níveis, pois abarca swings tanto curtos quanto longos, respondendo muito bem a todos eles. O equilíbrio, com peso maior na cabeça, ajuda a gerar potência (apesar de a bola não ser tão profunda), mas não complica no manuseio de fundo de quadra, só na rede. Por ser leve e ter essa configuração, torna-se uma raquete de resposta rápida no fundo, que é excelente para gerar efeitos, tanto slice quanto spin. Além disso, a facilidade para sacar talvez esteja entre as suas principais qualidades. Mesmo avaliada com uma corda dura e com tensão baixa, comportou-se bem. Sugerimos usar cordas mais macias e finas, com tensão média, para ganhar controle.
Indicação
De iniciantes a avançados com jogo completo (toda a quadra) e que buscam raquetes mais leves e confortáveis.

Procura segurança do fundo de quadra? Eis que encontrou sua arma perfeita. Ainda que trincada no teste, a Instinct MP mostrou ser ideal para quem gosta da combinação entre swings compridos e leveza. Quer uma resposta rápida? É com ela mesmo. Bola mais reta ou com spin? Tanto faz, ela dá conta em ambas as situações. Com sweetspot enorme, essa raquete permite gerar potência e consistência nas bolas sem perder, ao mesmo tempo, o controle na profundidade. Para quem bate o backhand com duas mãos, como Maria Sharapova ou Tomas Berdych, a resposta é muito gostosa, talvez pelo peso pendendo para a cabeça. Na rede, o manuseio pode ficar um pouco comprometido e você terá trabalho para corrigir as bolas mais “coladas” ao corpo, mas, no saque, ela se comporta muito bem. Pela maior preponderância do peso na cabeça, ela auxilia a completar a alavanca de cima para baixo rapidamente, gerando alta potência tanto para um serviço “american twist”, quanto chapado ou mesmo com bastante slice.
Indicação
Jogadores avançados e profissionais agressivos que geram força e peso nos golpes, mas sem perder o controle na profundidade.

 


A Speed Power, graças aos 115 in2 de cabeça e apenas 255 gramas (sem cordas), é uma raquete confortável, leve e que faz com que a bola continue sempre em jogo. Seu manuseio é bem simples e traz facilidade para imprimir topspin na batida, tanto para quem bate com empunhaduras acentuadas como os que não abrem mão da Continental. Quem aposta em movimentos bem curtos, vai achar interessante testá-la. Mas, para os que têm swing comprido, mesmo se tentar puxar um efeito para controlar a profundidade, a tendência é que as bolas parem no alambrado. Você deve impactar as bolas pouco acima do centro (pois é aí que está o sweetspot) para que saiam consistentes e, o mais importante, consigam cair dentro da quadra. O controle também é limitado na rede, mesmo que a bola seja amortecida na trama, e você precisa “triscá-la” para frear a sua trajetória. No saque, o peso na cabeça auxilia no complemento da alavanca, gerando muita potência, porém suas bolas perderão em profundidade e precisão.
Indicação
Iniciantes que procuram mais regularidade do fundo, além de veteranos que necessitam de potência sem fazer muito esforço.

Você já tem uma técnica apurada e não vê problema para gerar potência nos golpes. Então, como pode aliar controle a tudo isso? A Speed Pro pode ajudar. Com sweetspot enorme, ela permite uma resposta bem rápida para todos os tipos de bola e, melhor ainda, sempre de forma consistente, não importa o que vir para o seu lado. Não é necessário fazer esforço além do necessário para a bola andar, e mesmo assim ela permanece dentro de quadra com uma margem de erro aceitável. Para variar, os slices são muito venenosos, daqueles que já saem da trama parecendo “morder” o outro lado. Portanto, um pacote completo do fundo em que a bola dificilmente sai e nunca deixa de ser pesada. Na rede, essa raquete facilita demais o toque e a precisão dos voleios, por mais que o peso voltado para o cabo comprometa um pouco o manuseio. Além disso, o equilíbrio dificulta um pouco a alavanca no momento do saque, mas ainda assim não há problema em gerar efeito no serviço, ou potência para um eficiente saque “flat”.
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Intermediários para avançados com swing longo, além de profissionais com força no braço e em busca de controle.

 


Difícil não gostar dessa raquete. Agrada gregos e troianos. Tem excelente manuseio, cortando o ar facilmente, mesmo com a sensação de equilíbrio levemente voltada para a cabeça. Muito confortável, você quase não sente o impacto da batida. Ótima no fundo de quadra, especialmente para os golpes com muito topspin. O padrão de cordas é baixo, apenas 16 x 16, o que ajuda a gerar os efeitos, mas cuidado ao usar cordas muito finas, pois elas vão quebrar com mais facilidade. Uma raquete de resposta rápida, firme, boa para toques refinados (ótimo controle) e slices, que saem rasantes e “mordendo” a quadra. Na rede, ela se mostra ainda melhor, com voleios muito secos e seguros. Por ser leve, aerodinâmica e ter essa distribuição de peso, também é excelente no saque, gerando potência e dando a possibilidade de executar todos os efeitos. Este modelo vai agradar muitos tenistas, de diversos níveis (de intermediários a avançados), com swings curtos e médios, e que investem muito no topspin.
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De intermediário a avançado, com swing médio a longo, que joga com topspin do fundo, mas que também gosta de jogar na rede.

Esta raquete parece ser mágica. Sabe aquela bola que você bate e acha que vai voar longe? Pois então, com ela, a bola sobe, sobe, sobe no ar e... cai na quadra adversária. Melhor ainda, ela morde a quadra (com profundidade) e quica alto, complicando a vida do oponente. Uma raquete bastante equilibrada, que gera um topspin impressionante. O equilíbrio entre controle e potência é excelente, pois gera velocidade e efeito ao mesmo tempo. Basta uma leve triscada no feltro e o spin está dado. O slice também sai fácil da cabeça da raquete, que corta o ar muito rápido. De fácil manuseio, ela proporciona respostas muito rápidas, tanto no fundo quanto na rede, onde ela ganha muito, pois seu sweetspot é muito grande, proporcionando voleios muito firmes. Todos os tipos de swing, desde os curtos até os mais longos, vão se dar bem com ela. Vale lembrar que o padrão de cordas mais espaçado ajuda no topspin, mas vai fazer com que você quebre muitos filamentos. O saque é outro ponto de destaque, pois você conseguirá fazer tudo (chapado, slice, quique) sem muito esforço.
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Para jogadores de nível intermediário a avançado, que atuam com muito spin e querem uma raquete de excelente resposta.

 


O espaço entre as cordas é enorme, pois são apenas 14 filamentos na vertical e 16 na horizontal. Se, por um lado isso significa que as cordas vão quebrar mais facilmente, por outro, faz com que gerar topspin seja uma tarefa ridiculamente simples, basta uma leve “triscada” na bola e ela sobe alto, com muito efeito. Raquete leve e de aro mais grosso, ela é ideal para quem possui swing curto, oferecendo repostas muito velozes e alta potência. No entanto, a bola parece que não ganha tanto corpo ao sair da cabeça da raquete, mesmo com spin, faltando profundidade. Os slices também vão flutuar. O pouco peso facilita o manuseio e o sweetspot grande ajuda a amortecer os voleios, mas é preciso boa técnica para não perder a mão na rede. Não é uma raquete extremamente leve, mas, ainda assim vai agradar muita gente, de iniciantes a intermediários (especialmente quem está nessa transição), que não quer fazer muita força para gerar potência. Vale a pena investir no topspin para ajudar a controlar os golpes.
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De iniciantes a intermediários, com swing curto, e que gostam de jogar com muito topspin nos golpes de fundo.

O sistema de amortecimento de impacto das ProKennex é famoso. Não há quem pegue um modelo na mão e não o chacoalhe para ouvir o barulho das partículas internas. Segundo a marca, são íons que se carregam eletrostaticamente quando em movimento, eliminando as vibrações. E, realmente, você não sente quase nada ao golpear a bola. O sistema é interessante, pois, ao bater lentamente, você não sente absolutamente nada. Mas, quanto mais forte se golpeia, a raquete parece se tornar mais rígida. Este modelo é leve, mas o equilíbrio totalmente concentrado na cabeça faz com que você sinta o peso da raquete. Isso também prejudica o manuseio, tanto do fundo quanto da rede (falta firmeza nos voleios). Para gerar efeitos, contudo, ela é muito boa. Aposte no topspin. O melhor swing é o médio, pois, um muito longo vai complicar o controle e um muito curto parece não gerar potência suficiente. O sweetspot é enorme, ou seja, a bola pode pegar em qualquer lugar da cabeça da raquete que vai voltar para o outro lado da quadra.
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Para tenistas intermediários do fundo de quadra, de swing médio, que batem com topspin e querem uma raquete confortável.

 


Jogar sem dor, essa é a proposta da ProKennex. Este modelo, de equilíbrio voltado para a cabeça, segue esta linha e é ainda mais confortável do que o Ki10 (também avaliada para este guia), apesar de mais pesada. O impacto no braço é praticamente nulo. Por mais força que faça, você não sente a batida no fundo. Ela gera muita potência e pouco controle. O ideal é ter um swing curto, muito curto, para bater chapado, com empunhadura Continental, bem “Old School”. Swings mais longos vão fazer a bola voar longe, especialmente porque o topspin, que ajuda a controlar a trajetória, não é tão fácil de ser aplicado. Apesar de leve, o manuseio fica um pouco comprometido pelo peso na cabeça. Na rede, é preciso atenção. O sweetspot é grande, ou seja, é fácil golpear a bola. No saque, o peso na cabeça ajuda a gerar potência no final da alavanca, mas perde-se em precisão. É uma raquete interessante para quem tem estilo mais chapado e gosta de bater uma dupla no clube. Se quiser ganhar controle, tente cordas mais finas.
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Para tenistas intermediários de swing curto que usam bolas chapadas, no estilo clássico, e querem algo confortável.

Quer spin? Encontrou. Talvez a “culpa” seja do padrão de cordas espaçado (com mais filamentos na vertical do que na horizontal), talvez do peso concentrado mais na cabeça, talvez da leveza e do fácil manuseio. Esta nova versão da Blade é extremamente amigável. Ideal para quem tem nível avançado, mas busca uma raquete um pouco mais leve, mais confortável para o braço. Ela vai gerar muita potência e efeito e, com isso, manter o controle da bola. Melhor ainda, as bolas vão “morder” a quadra adversária com profundidade e peso. Tenistas que estão acostumados com raquetes competitivas mais pesadas podem estranhar no começo, mas logo vão pegar a mão com o spin. Com ela, fica fácil “pentear a bola”. Se no fundo ela é excelente, na rede também não faz feio, com voleios muito precisos. O mesmo vale para os slices, rasantes, e para os saques, especialmente os quiques, que ganham muita altura. É uma raquete muito rápida na mão, de excepcional resposta. Invista no topspin e veja como seu adversário vai sofrer.
Indicação
De intermediários a avançados que jogam com topspin do fundo e especialmente avançados que buscam raquetes mais confortáveis.

 


Com sweetspot enorme (não importa onde a bola pegar na raquete, ela volta com qualidade) e manuseio simples (uma resposta extremamente rápida para todas as jogadas), esta raquete ainda tem uma sensibilidade (toques refinados) gigantesca – algo raro para uma cabeça de 101 in2 – e gera uma batida gostosa, seca, do fundo de quadra. Ótima pedida para quem tem um swing mais curto, e joga agressivamente, dentro da quadra, pegando a bola na subida, na linha da cintura. Se o topspin, apesar de bom, não é tão fácil de executar, o slice, firme, compensa. O equilíbrio, com peso levemente voltado para a cabeça, ajuda nesse quesito. Assim como também ajuda no saque, que ganha muita potência no final da alavanca. Interessante como esta raquete “conserta” a sua bola (bate-prontos, voleios e outras bolas rápidas parecem fáceis) e é possível fazer tudo de forma muito compacta, com swing curto, bolas perto do corpo etc. Tenistas com swings longos precisarão fazer ajustes, mas poucos.
Indicação
Para tenistas intermediários a avançados, com swing curto e jogo agressivo, que precisam de repostas rápidas.

Quer uma raquete leve, que lhe obedeça, que não comprometa nenhuma parte do seu jogo? Este modelo é algo bastante próximo do que você está buscando. Mesmo sendo extremamente leve e confortável, com a Envy, sua bola não vai voar longe, mesmo as chapadas. Devido ao pouco peso, o manuseio é muito fácil, o que a torna uma raquete de resposta rápida de fundo, dando muita regularidade e consistência para suas batidas, sejam elas de ataque ou defesa. Sem sofrer, você sentirá a bola saindo “seca” da cabeça da raquete, sempre com respostas corretas e eficazes, muito também devido ao sweetspot grande. Com o equilíbrio voltado para a cabeça, os slices saem “mordendo” a quadra. O jogo de rede talvez seja o ponto mais vulnerável, pois, apesar de ter um manuseio excelente, ela solta bastante e não amortece a bola. Com uma corda mais fina e tensa, ela pode ganhar ares ainda mais competitivos, gerando mais controle. Adapta-se facilmente aos variados swings de jogadores “all-court” (completos), principalmente juvenis.
Indicação
Ideal para juvenis (mais jovens) ou tenistas intermediários em busca de raquetes leves e confortáveis, boa para todos os estilos.

 


Todos os modelos ditos “S” da Wilson fazem jus ao significado dessa letra, spin. O padrão de cordas totalmente aberto gera um efeito fenomenal. De todas as raquetes avaliadas nesta edição, esta certamente é a que mais gera topspin e, melhor ainda, sem qualquer esforço, pois a mínima triscada na bola faz com que ela ganhe rotação. Esta versão da Juice é bastante leve e indicada para quem tem swing curto (e até mesmo joga com empunhadura Continental), porque a potência que imprime na bola é enorme – ou seja, um movimento grande vai fazer sua bola voar. Para “consertar”, use o spin. O peso mais concentrado na cabeça prejudica um pouco o manuseio, especialmente na rede, e os voleios não saem muito precisos. O que ajuda nesse quesito é seu grande sweetspot, mais voltado para cima do aro. Os slices também não serão os mais secos que você disparará em quadra, mas, em compensação, seu saque quique vai ganhar muito. A leveza e o peso na cabeça tornam a alavanca do serviço excelente.
Indicação
Para tenistas intermediários com swing curto, mas que usam muito topspin, e querem raquetes mais leves e potentes.

O perfil do aro mais grosso e a cabeça grande já dão a entender que é uma raquete de potência. É verdade. Ela gera velocidade na bola, mas não tanta profundidade quanto se espera. Também não espere ser capaz de bater com muito efeito, colocando aqueles spins altos, pois o negócio da Pro Open, pode não parecer, mas é a bola chapada. Você será capaz de gerar algum efeito, pois o equilíbrio voltado para a cabeça (que atrapalha o manuseio e não a deixa tão confortável quanto deveria ser no fundo de quadra) facilita aquela puxada de baixo para cima, mas, com o tempo, vai perceber que ganhará mais ao pegar a bola com golpes mais limpos. Ela ajuda quem tem um jogo mais pegado. No fundo, a relação entre potência e controle está bem balanceada, não sendo necessário ter um swing extremamente curto para manter a bola em quadra. Na rede, o manuseio compromete e é preciso atenção para realizar bons voleios. No saque, sua configuração de peso e equilíbrio tornam a alavanca simples e os serviços chapados ganham muito. É um modelo para quem está subindo de nível.
Indicação
Para tenistas intermediários com swing médio que jogam agressivamente, sem colocar muito efeito nas bolas de fundo.

 


Este modelo tornou-se lendário nas mãos de Pete Sampras e Roger Federer. E, para poder atuar com ela, você precisa adquirir um pouco do que eles têm, ou seja, estilo clássico e extrema força no braço. A Pro Staff 90 é uma raquete totalmente competitiva, de alta performance, que lhe dá total controle e precisão nos toques mais refinados. Muito pesada, é indicada somente para tenistas avançados e profissionais muito fortes, que terão de gerar toda a potência nas batidas. Recomendamos usar cordas finas e tensão mais baixa para ajudar nesse quesito e não se preocupe em quebrar cordas, pois a trama é tão condensada que os filamentos pouco se movem com o impacto. Aliás, a sensação do impacto da bola na malha, quando executado no sweetspot (bem reduzido), é espetacular. O padrão de cordas dificulta a geração de topspin, mas os golpes mais chapados são ótimos, assim como os slices, firmes e rasantes. Na rede, o peso voltado para o cabo facilita o manuseio e o controle, com voleios secos e seguros. O saque também será muito eclético.
Indicação
Para tenistas avançados e profissionais (fortes) que têm estilo clássico e querem controle total sobre os golpes.

Quem gosta de raquetes clássicas, mais finas e pesadas, deve testar este modelo, que se mostra bastante amigável. O equilíbrio tem peso voltado para o cabo, o que lhe dá melhor controle e manuseio interessante. O padrão de cordas, um pouco mais aberto, ajuda a gerar potência e efeitos. Assim, em comparação com modelos similares, ela é mais confortável, tem uma resposta mais rápida e consistente (graças também ao sweetspot relativamente grande), mesmo em situações mais complicadas, com bolas rápidas e pesadas. Sua batida de fundo passa uma sensação gostosa, de batidas limpas, mas ainda com belos spins e slices firmes. Ela vai lhe ajudar a sustentar seu jogo de fundo com um swing longo. Na rede, comporta-se muito bem, sendo simples de manusear, amortecendo os voleios. Para sacar, traz potência e efeito na medida. Ou seja, ela é uma boa opção para quem tem um estilo de jogo bastante completo – com fundo e rede consistentes – e gosta (ou está acostumado) de raquetes pesadas e competitivas.
Indicação
Para tenistas avançados e profissionais que gostam de raquetes pesadas, mas buscam modelos mais completos.

 


Se você é adepto das duplas, experimente este modelo da Six.One. Extremamente leve e fácil de jogar, ela vai se encaixar perfeitamente no jogo de quem tem um swing muito curto e quer respostas rápidas para todas as suas batidas, sejam elas com topspin, slice ou chapadas. Mesmo com o equilíbrio de peso voltado para a cabeça, o manuseio é impressionantemente fácil, pois ela tem menos de 250 gramas (sem cordas). Por isso, gera grande potência sem qualquer esforço, mas as bolas não são tão profundas e pesadas. Apesar de se comportar bem tanto nas batidas chapadas quanto nas com efeito, nas bolas com topspin ela mostra o seu melhor. Os saques quiques também vão se beneficiar disso. Na rede, o sweetspot grande ajuda, mas, ainda assim, é preciso atenção aos voleios para que não voem longe. De maneira alguma tente alongar o movimento, pois você perderá o controle. Ela é ideal para quem gosta de jogar dentro da quadra com swing curtíssimo e com bom spin. Incrivelmente confortável, seu braço agradece.
Indicação
Para tenistas iniciantes e intermediários (de mais idade) com swing extremamente curto e jogo com topspin.

A cabeça de tamanho 110 in2 assusta até quem está acostumado a jogar com raquetes grandes, mas, se você está buscando potência e conforto nas batidas, não tenha preconceito com essa Six.Two. Como toda raquete desse estilo (aro bem grosso), o equilíbrio obviamente estará voltado para a cabeça, o que ajuda a ganhar velocidade nas bolas do fundo. No entanto, é na rede que ela vai se comportar melhor, pois tem um manuseio absurdamente fácil, deixando-a muito ágil na mão (boa para os reflexos), e um sweetspot grande e amplo, que serve para amortecer os voleios com precisão. No fundo, com certeza só vai agradar quem tem movimento muito curto, pois, a bola voa longe com o impacto. Atenção duplistas: deem um tapa na cara da bola, sem frescuras, e avancem para definir o ponto na rede. No saque, ela solta bastante a bola, portanto, faça os ajustes necessários. No entanto, o mais interessante é perceber o seu conforto. Você quase não sente as batidas, tanto na rede quanto no fundo.
Indicação
Ideal para duplistas veteranos que jogam com um swing curto e querem definir o ponto na rede.

 


Dá para entender por que essa raquete faz tanto sucesso entre os juvenis. Ela tem perfil mais clássico, porém, não é pesada (tem menos de 300 gramas sem cordas). Além disso, ela ajuda a dar potência nos golpes sem perder o controle. Mesmo com o equilíbrio pendendo para a cabeça, o manuseio no fundo de quadra não é prejudicado. Da linha de base, você sente suas bolas ganhando corpo, pois consegue gerar topspin facilmente, assim como executar excelentes slices profundos. Ela oferece extrema precisão e consistência. Apesar de não parecer, é uma raquete de performance. Ideal para um juvenil que está subindo de nível e quer fazer tudo do fundo de quadra, assim como também para adultos em busca de “tacos” consistentes, porém mais leves. Somente na rede o peso na cabeça atrapalha um pouco as respostas mais rápidas. No saque, em compensação, esse equilíbrio ajuda na alavanca e os serviços saem muito pesados. Ela passa uma sensação gostosa nas batidas de fundo e lhe dá confiança para executar o seu jogo.
Indicação
Para juvenis que estão subindo de nível (para o competitivo) e adultos avançados em busca de raquetes leves e consistentes.

 

Por Arnaldo Grizzo e Matheus Martins Fontes

Publicado em 9 de Junho de 2014 às 00:00


Teste raquete teste Babolat AeroPro Drive GT E-Sense Comp Pure Control 95 Dunlop HEAD ProKennex Prince Wilson Wilson Pro

Artigo publicado nesta revista