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Entrevista: Matheus Pucinelli revela bastidores do título em Roland Garros e 'alívio' após vitória na final

Tenista paulista comentou em bate papo com a Revista Tênis que não quer se deslumbrar com a conquista em Paris e pretendo continuar trabalhando duro


Reprodução: Twitter/ITF

Matheus Pucinelli fez história no último sábado (8). Jovem tenista de 18 anos, ele se sagrou campeão da chave de duplas do torneio juvenil de Roland Garros ao lado do argentino Thiago Tirante. Na final, os dois venceram o italiano Fabio Cobolli e o suíço Dominic Stricker com parciais de 7-6 6-4.

A grande campanha nas duplas em Paris, marcada por cinco vitórias sem perder nenhum set, renderá bons frutos para Matheus no circuito juvenil. Ele confirmou ingresso no top 25 da categoria e selou a classificação para o US Open da categoria.

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Este foi apenas o segundo título do Brasil na na chave juvenil de Roland Garros. Pucinelli conseguiu repetir o feito de ninguém menos que Guga Kuerten, que levou o troféu em 1994 ao lado do equatoriano Nicolás Lapentti.

Foto: Divulgação/Roland Garros

Atleta do Instituto Tênis, Pucinelli concedeu entrevista exclusiva à Revista Tênis. Nela, ele relevou como foi formada sua parceria de sucesso com Tirante, comentou o alívio que sentiu após o match point e citou os próximos torneios que disputará até o final do ano.

Confira a entrevista com Pucinelli:

1 - Você já conhecia o Tiago Tirante antes do torneio? Como fez para acertar a parceria com ele para Roland Garros?

Já conhecia o Thiago Tirante desde os 13 anos, mas sempre jogamos contra. Ele pela Argentina e eu pelo Brasil, em torneios sul-americanos.

Um mês antes de Roland Garros, eu ainda estava sem parceiro para o torneio de duplas. Então mandei uma mensagem para ele, que disse que também estava sem parceiro. Fechamos a dupla e conseguimos sair com o título.

2 – O que você espera que vá mudar em sua carreira após o título?

O título dá mais visibilidade, mas não garante nada. Tenho que seguir trabalhando, como já tenho feito.

3 – E para o Instituto Tênis, que apostou em você desde mais jovem, o que você acha que representa essa conquista?

Todos, inclusive eu, ficamos muito felizes e orgulhosos com o título. Tanto para o Instituto Tênis como para a equipe técnica (técnicos, treinadores, psicóloga, nutricionista, pedagoga etc) o título é resultado do trabalho duro que fazemos já faz tempo. E mesmo que o resultado não tivesse vindo agora, um dia o fruto do trabalho duro vem.

Pucinelli ao lado de Guga, único brasileiro a ser campeão nas duplas da categoria juvenil de Roland Garros anteriormente. Reprodução: Twitter/Guga Kuerten,

4 – Qual foi o sentimento ao final do último ponto? Você esperava fazer uma campanha como essa antes do início do torneio?

Quando chegou no último nível do jogo, senti um pouco, comecei a pensar um pouco mais, e  faltava um game para acabar. Então, quando acabou deu um alívio. Afinal, é sempre uma final, um Grand Slam, a pressão é grande.

Fiquei com um sentimento muito bom logo que acabou, muito feliz com o resultado. Antes de começar o torneio, já sabia que tinha potencial para ganhar tanto o torneio de simples como o de duplas. No de simples acabei perdendo, mas na dupla saímos com o título. Eu estava preparado e sabia que tinha potencial para chegar nas rodadas finais.

A conquista de Pucinelli e Tirante:

Veja os resultados da dupla ao longo do torneio:

1ª rodada – vitória contra Andreev/Weststrate por 6-1 6-2

2ª rodada – vitória contra Blanch/Lerby por 7-5 6-0

Quartas de Final – vitória contra Khan/Yunchaokete por 6-3 6-2

Semifinal – vitória contra Paulson/Vanshelboim por 6-1 6-0

Final – Vitória contra Cobolli/Stricker por 7-6 6-4

5 – O Brasil é um país que tem conseguido grandes resultados nas duplas nos últimos anos. Você já pensou em buscar mais torneios na categoria nos próximos anos ou o foco é 100% em simples?

Meu foco é 100% em simples, mas sempre vai ter oportunidade de jogar em duplas. Mas acho que o foco é ir, aos poucos, em simples; e crescendo, jogando cada vez mais torneios melhores e mais fortes.

6 – Como será o seu calendário até o final do ano? Vai mesclar torneios profissionais e do juvenil ou focar só no profissional?

A partir de agora, até o final do ano, estou focado nos Grand Slams juvenis, mesclando com torneios profissionais. Já fiz alguns Futures, vou fazer mais três seguidos e depois fazer uma gira nos EUA, incluindo o US Open. Para o final do ano, ainda não está 100% definido, mas estarei mais focado em Futures.

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por Guilherme Souza

Publicado em 12 de Junho de 2019 às 15:11


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