Polêmica

Depoimentos contraditórios complicam situação de Odesnik

Norte-americano está sendo investigado por portar hormônio proibido em sua bagagem e pode pegar dois anos de suspensão


Protagonista de uma das maiores polêmicas do tênis na atualidade, Wayne Odesnik parece estar em maus lençóis. Segundo apurou o site ESPN.com, que teve acesso aos documentos oficiais que investigam o caso, o norte-americano realizou uma série de depoimentos contraditórios, o que pode colaborar e muito para sua acusação de doping por uso de hormônios.

A polêmica se iniciou em Brisbane, na Austrália, no começo de janeiro, quando as malas de Odesnik foram apreendidas pelas autoridades locais após serem encontradas porções de HGH - uma das substâncias mais graves de doping- e 10 seringas de aplicação.

Questionado pelas autoridades ainda no hotel de Brisbane, a primeira versão do tenista era de que a substância havia sido indicada por um médico e de que teria a receita para portar a mesma, que seria usada para tratar uma lesão que "estava ameaçando sua carreira". De cara, o tribunal australiano indiciou o norte-americano por portar o HGH, proibido no país sem prescrição médica.

No início de março, Odesnik foi chamado para depor, mas estava jogando o torneio de Indian Wells e não pôde seguir para a Austrália. Mandou seu advogado, James Godbolt, que entrou com uma confissão de culpa no tribunal, reconhecendo portar o HGH. Porém, o depoimento começou a entrar em contradição. Segundo Godbolt, o cliente teria adquirido a substância pela Internet, assim não teria como dar o nome do médico que a indicou.

Em mais uma afirmação conflitante, o tenista afirmou que realmente havia comprado o HGH, mas que só o usaria quando recebesse a confirmação oficial de que a substância estava permitida. Detalhe: as autoridades apuraram que em nenhum momento o tenista entrou com qualquer tipo de documento para pedir a liberação junto aos órgãos responsáveis.

Outra contradição está na própria alegação inicial de Odesnik, que afirmou que usaria a sustância para se tratar de uma grave lesão. Porém, entre janeiro e novembro de 2009 o norte-americano jogou 26 torneios, e aparentemente não teve nenhum tempo significativo fora das quadras.

Atentas ao caso, a ITF (Federação Internacional de Tênis) e a WADA (Agência Mundial Anti-dopagem) já abriram inquérito para apurar as provas contra o tenista, que vem sendo alvo de críticas inclusive de colegas de profissão. Embora afirme que ainda não pode proibi-lo de jogar, a ITF segue de olho nas provas, e se confirmado o uso irregular da substância o tenista pode e deve ser punido com dois anos longe das quadras.

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Da redação

Publicado em 15 de Abril de 2010 às 06:44


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