A bola é sua
COPA DAVIS
Um dúvida que surgiu entre amigos que adoram tênis: em 1966 o Brasil chegou à final ou à semifinal da Copa Davis? Brasil e Índia não disputaram a decisão daquele ano?
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Carlos P. Guimarães - São Paulo/ SP
O que acontecia naquela época, Carlos, é que o campeão do ano anterior ficava esperando a definição do adversário para decidir o título da temporada seguinte. Ao derrotar o Brasil por 3 a 2 a Índia conquistou o direito de jogar com a Austrália, campeã de 1965, pelo título de 66. Na verdade, Brasil e Índia jogaram uma pré-decisão, pois não era uma semifinal típica, com quatro semifinalistas, como geralmente acontece. Pode-se dizer que o Brasil, com Thomaz Koch e Edison Mandarino, ficou em terceiro lugar em 1966. O título ficou com a Austrália, que bateu a Índia, em Melbourne, por 4 a 1.
COPA DAVIS II
Se vencer a Rússia, no começo de dezembro, a Argentina se tornará o primeiro país sul-americano a conquistar a Copa Davis, ou o Chile já foi campeão?
Marco Francescolli Gonzalez - Buenos Aires/ ARG
Não só se tornará o primeiro sul-americano, como o primeiro país latino- americano, Marco. O Chile foi vice-campeão em 1976, ao perder para a Itália, em Santiago, por 4 a 1. A Argentina chegou à decisão em 1981, com um time poderoso que tinha Guillermo Vilas e Jose Luis Clerc, dois grandes jogadores de fundo de quadra, mas perdeu por 3 a 1 para o jogo de saque e voleio dos norte-americanos comandados por John McEnroe em Cincinatti.
MISTER MATTAR BRASIL
Roberto Acássio Durães - Rio de Janeiro/ RJ
Hoje o paulista Luiz Mattar está com 43 anos e em plena forma, Roberto. Mantém o mesmo físico de 1,82 e 75 quilos. Casado, com filhos, é sócio do ex-tenista Cássio Motta em uma empresa de marketing e sempre que pode joga tênis e futebol com os amigos. Profissional desde 1995, treinado por Paulo Cleto, Mattar atingiu a 29a posição do ranking da ATP no dia 1o de maio de 1989. Também chegou a número 55 de duplas em 7 de janeiro de 1991. Mattar realmente foi apelidado de "Mister Brazil" por vencer torneios apenas em casa, mas em 1994, no fim da carreira, calou os críticos ao conquistar o título de Coral Springs, nos Estados Unidos. Ao todo, venceu sete torneios de nível ATP: Guarujá, em 1987, 88 e 89; Rio de Janeiro, em 89 e 90; São Paulo, em 92, e Coral Springs, em 94. Conseguiu mais quatro vices, um deles em Scottsdale, Estados Unidos. Também tem cinco títulos e seis vices em duplas. Foi ainda o primeiro tenista brasileiro a ultrapassar a marca de um milhão de dólares em prêmios, com o total de US$1.493.136.
CADA VEZ MAIS JOVENS
Tenho notado que os tenistas campeões são cada vez mais jovens. O australiano Ken Rosewall venceu o Australian Open com 37 anos e meio, o genial Rodney Laver, também australiano, fez o Grand Slam, ganhando os quatro maiores torneios na mesma temporada, em 1969, com 31 anos, mas hoje isso seria impossível. Que eu me lembre, nos últimos anos só o Andre Agassi, o Pete Sampras e o Goran Ivanisevic ganharam torneios de Grand Slam com mais de 30 anos. O tênis moderno exige mais potência muscular?
Alcides Xavier da Cunha - Cuiabá/ MT
Não há dúvida, Alcides, de que agora os jogadores precisam ser verdadeiros atletas para se sair bem em uma temporada inteira. Não bastam mais a técnica refinada, a regularidade e a precisão nos golpes. Força, explosão e resistência são imprescindíveis para se vencer sair torneios seguidos e, é claro, os jovens levam vantagem nesses quesitos. Entretanto, uma análise dos top ten dos últimos dez anos mostra que a idade média em que o tenista atinge o seu auge é 25 anos, coincidentemente a mesma do suíço Roger Federer. Você também está correto ao citar Agassi e Sampras como tenistas que venceram torneios de Grand Slam com mais de 30 anos. Agassi tinha 32 anos e três meses quando conquistou o Australian Open de 2003, e Sampras já tinha completado 31 anos quando encerrou a carreira com o título do US Open de 2002. Porém, há um engano no caso de Ivanisevic. O croata tinha 29 anos e 11 meses quando, depois de perder três finais, sagrou-se campeão de Wimbledon em 2001.
A CULPA É DA IMPRENSA?
Fiquei decepcionado com o capitão da equipe brasileira da Copa Davis, Fernando Meligeni, quando ele quis mudar o foco da derrota para a Suécia e criticou a imprensa brasileira, que segundo ele não entende nada de tênis. No meio futebolístico já virou piada colocar a culpa na imprensa e parece que a moda está pegando também no tênis. Acho bastante injusto e oportuno criticar os jornalistas que se dedicam a cobrir o tênis em nosso País, pois se tratam de abnegados, quase todos apaixonados pelo esporte e, geralmente, mal remunerados. E muitos, tenho certeza, entendem de tênis, pois cobrem o esporte há décadas e são muito importantes para a sua divulgação. Se o senhor Meligeni faz questão de uma imprensa super especializada, deveria ter recusado os elogios rasgados pelo seu título nos Jogos Pan-americanos, pois todos sabemos tratar-se de uma competição de terceiro nível, na qual ele ganhou jogos por WO e na final pegou um Marcelo Rios totalmente fora de forma. Quando o chamaram de herói, Meligeni deveria ter explicado que não fez nada de mais ao ganhar um título que pouco vale. Naquela hora, entretanto, a imprensa entendia de tênis.
Olivar de Souza - Guarulhos/ SP
Publicado em 30 de Outubro de 2006 às 11:21