Solta o Verbo

Ex-técnico reclama de falta de liberdade para treinar Wozniacki e volta a criticar o pai da tenista

Ricardo Sanchez abriu mão de Verdasco, Jankovic, entre outros, para ficar ao lado de Caroline, porém não conseguiu trabalhar ao lado do pai da tenista


Ron C Angle (TPL)
Ricardo Sanchez admitiu ter ficado em segundo plano por conta da relação pai/filha Wozniacki
Há duas décadas, o espanhol Ricardo Sanchez exerce a profissão de treinador de tênis. Por suas mãos, já se passaram, entre outros, duas jogadoras que já lideraram o ranking - a sérvia Jelena Jankovic e, recentemente, a dinamarquesa Caroline Wozniacki. Com a última, terminou na última terça-feira a parceria de apenas dois meses por conta de incompatibilidade com o pai da tenista, Piotr.

Nesta quinta-feira, Sanchez afirmou que tinha recebido algumas propostas de outros atletas, porém optou por orientar a até então número 1 do mundo. "Tinha várias ofertas em cima da mesa - Fernando Verdasco, Jelena Jankovic, Daniela Hantuchova e Bojana Jovanovski se interessaram por meus serviços, mas havia me comprometido com Caroline. Senti-me enganado porque me contaram que poderia treiná-la com liberdade e apenas me deram uma margem para trabalhar com ela. Em apenas cinco semanas, passei de um treinador para um simples assessor", declarou o espanhol.

O ex-técnico de Wozniacki contou que a pré-temporada realizada para os eventos na Oceania foi muito boa, porém a falta de resultados expressivos foi outro fator que acelerou o desfecho da relação.

Xue Bai/TPL
Mesmo com curta parceria, Sanchez mantém respeito com Wozniacki e crê que ela pode vencer Grand Slams
"A pré-temporada foi ótima, mas uma vez que começaram os torneios e os resultados não vieram (a tenista foi às quartas em Sydney e no Aberto da Austrália), [Wozniacki e o pai] ficaram tensos. O pai dela impôs seu método de treinamento e eu fiquei em segundo plano. Respeito o modo como trabalha, mas não compartilho. Somos como Pep Guardiola e José Mourinho", afirmou Sanchez, comparando os treinadores de Barcelona e Real Madrid, conhecidos pela competência e também pela diferença no comando dos seus respectivos times. 

Apesar da breve experiência ao lado da loira de 22 anos, o treinador garante ter respeito com a agora número 4 da WTA. "Fiquei feliz com a experiência por não ter me deixado levar por imposições e porque deixei uma ótima relação pessoal. Desejo a ela o melhor no futuro", disse Sanchez, que crê em um título de Grand Slam por parte da tenista. Basta a ela começar a jogar de forma mais agressiva, assim como sugeriu a suíça Martina Hingis, há alguns dias.

"Acredito que ela possa ganhar um Grand Slam e voltar a ser número 1 comigo, com seu pai ou com qualquer outro. Ela tem enorme qualidade e muito potencial. Para isso, precisa ser mais agressiva e conseguir encarar de frente o trio formado por Maria Sharapova, Victoria Azarenka ePetra Kvitova, que estão mais fortes. Tentei fazer isso, mas não deixaram", concluiu.

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Da redação

Publicado em 2 de Fevereiro de 2012 às 13:47


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